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quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Pacientes acamados em casa precisam de cuidados especiais

A pele é o maior órgão do corpo humano e requer atenção dos cuidadores.
 
Cuidar de pacientes acamados exige uma atenção especial. O apoio a essas pessoas é primordial para a recuperação. Os cuidados com a higiene, alimentação e transporte também são itens que requerem atenção.Pensando em garantir o bem estar dos pacientes acamados em casa e orientar os cuidadores vamos trazer algumas dicas importantes. Conforme vamos envelhecendo a pele também sofre alterações ficando mais sensível. “Sua espessura diminui, os vasos sangüíneos rompe-se com facilidade, propiciando o aparecimento de manchas roxas (equimoses) aos pequenos traumas e predispondo a úlceras por pressão (UPP) com a diminuição da mobilidade (movimentos)”, explica a coordenadora.Alguns cuidados básicos devem ser realizados para evitar ou minimizar esses danos. Segue algumas orientações:
 
Cuidados com a pele do paciente acamado:
  • Realizar mudança de decúbito (posição) do paciente de 2/2h, com a utilização de coxins (travesseiros ou almofadas macias e sem botões ou furos) nas proeminências ósseas (entre os joelhos, tornozelos e calcanhares) quando posicionado de lado, conforme figura 1;
  • Use colchões que aliviem a pressão, como o colchão caixa de ovo, colchão de ar ou colchão pneumático;
  • Usar uma travessa ou forro para movimentar o paciente na cama, e sempre levantando-o e não arrastando-o na cama para evitar escoriações na pele.
  • Evitar o uso de material plástico (forro plástico) e o uso de travesseiros cobertos com plástico ao posicionar o paciente;
  • Manter o paciente em posição confortável com apoio para as costas e pernas;
  • Se possível sentar na poltrona pelo menos 1 vez ao dia;
  • Manter a pele limpa e seca, principalmente quando o paciente não consegue controlar as funções urinárias e intestinais. Trocar a fralda sempre que molhada ou suja. Se o paciente conseguir urinar na comadre ou no banheiro, estimulá-lo. “A umidade na pele facilita o desenvolvimento de dermatites (assaduras) e úlcera por pressão.”
  • Realizar a troca imediata de roupa de cama quando esta estiver molhada;
  • Esticar bem as roupas de cama, não a deixando enrugada embaixo do paciente, evitando machucar;
  • Observar se há restos de alimentos (migalhas) entre a pele e a roupa de cama e limpá-los.
  • Dar banho diariamente, com água morna (água quente pode queimar a pele causando feridas) utilizando sabonetes neutros. Secar bem a pele com toalhas limpas, secas e macias;
  • Observar diariamente a pele se há o aparecimento de manchas vermelhas, escurecidas ou bolhas nas proeminências ósseas (úlcera por pressão grau 1 e 2). Locais mais comuns: orelha, sacral (bumbum), trocanter (quadril), calcâneos – ;
  • Se possível, instalar filme transparente nas proeminências ósseas para proteção;
  • Se aparecer manchas vermelhas que não desaparecem com a mudança de decúbito, escurecidas ou bolhas: intensificar a mudança de decúbito, descompressão dos locais afetados e protegê-los com curativo protetor (gase umidecida em AGE (óleo de girassol) ou curativos próprios para prevenção).
  • Hidratar a pele do corpo com creme hidratante pelo menos 1x/dia (de preferência hidratantes sem álcool, com menos cheiro e coloração possível);
  • Estimular a ingestão de líquidos e alimentos em geral, mantendo a cabeceira elevada.
  • A alimentação é essencial
obs.conteúdo meramente informativo procure seu médico
abs,
Carla
extraído:https://www.facebook.com/notes/cantinho-da-paz-cuidadores-de-portadores-de-alzheimer/pacientes-acamados-em-casa-precisam-de-cuidados-especiais/561571540614229

terça-feira, 29 de setembro de 2015

ESCARAS

As escaras, também conhecidas por úlceras de pressão ou úlceras de decúbito, correspondem a um tipo especial de lesões da pele, de extensão e profundidade variáveis. A principal causa da formação de escaras é a deficiência prolongada na irrigação de sangue e na oferta de nutrientes em determinada área do corpo, em virtude da pressão externa exercida por um objeto contra uma superfície óssea ou cartilaginosa. Umidade e fricção são condições que ajudam a agravar o quadro.
As feridas podem aparecer em diversas regiões de apoio do corpo, especialmente atrás da cabeça, nas costas, na articulação do quadril, no cóccix, nas nádegas, cotovelos e calcanhares. Pessoas em cadeiras de rodas estão mais sujeitas a desenvolver escaras na região do ísquio, osso que serve de apoio ao corpo na posição sentada.
Insuficiência venosa crônica pode provocar uma ulceração nas pernas chamada escara isquêmica.
Grupos de risco
Correm risco maior de desenvolver escaras: as pessoas idosas, acamadas ou imobilizadas durante muito tempo, as desnutridas, as portadoras de diabetes, incontinência fecal e/ou urinária, aquelas com comprometimento do nível de consciência ou perda da sensibilidade tátil ou térmica e os cadeirantes.
Diagnóstico
Diversas enfermidades podem estar associadas a lesões ulcerativas da pele. A biópsia e o exame de cultura são recursos importantes para estabelecer o diagnóstico diferencial, nos casos em que a causa da escara não esteja suficientemente esclarecida.
Classificação e sintomas
Nas pessoas com a sensibilidade preservada, as escaras doem muito. Caso contrário, podem evoluir sem que o paciente se dê conta de sua presença.
De acordo com a gravidade da lesão, elas podem ser classificadas em quatro graus diferentes:
Grau 1 – Eritema ou hiperemia: a lesão atinge as camadas superficiais da pele, que permanece íntegra. No local, surge uma mancha avermelhada que costuma desaparecer depois de algum tempo, se a pressão for aliviada;
Grau 2 – Isquemia: o ferimento compromete todas as camadas da pele e o tecido subcutâneo e, pode formar-se uma bolha, aparecer uma esfoladura ou um orifício superficial na área afetada;
Grau 3 – Necrose: a lesão e atinge o tecido muscular, adquire coloração arroxeada e pode abrigar um nódulo endurecido;
Grau 4 – Ulceração: a lesão progride em profundidade, há destruição da pele e dos músculos; os ossos e articulações ficam expostos.
Prevenção
A principal medida para prevenir a formação de escaras é mudar a posição dos pacientes acamados ou com dificuldade de movimentos a cada duas horas pelo menos, a fim de aliviar os pontos de pressão da pele nas áreas de maior risco. Pessoas em cadeiras de rodas, que permanecem sentadas durante muito tempo, devem mudar de posição com mais frequência, a cada dez ou quinze minutos.
São também medidas preventivas indispensáveis a higiene e hidratação da pele, que deve ser mantida sempre limpa e seca, a dieta balanceada e rica em proteínas e a fisioterapia ativa e passiva.
Tratamento
O tratamento para as escaras varia de acordo com a gravidade e extensão das lesões.
Lesões iniciais nos graus 1 e 2 e até mesmo no grau 3, se forem pequenas,  costumam regredir por si mesmas, desde que a pressão sobre a pele seja interrompida e os cuidados profiláticos (as medidas preventivas já citadas) forem mantidos. Há casos, porém, em que pode ser necessário recorrer ao uso de antibióticos e curativos especiais.
Úlceras que atingiram o grau 4 podem demandar uma intervenção cirúrgica de desbridamento para eliminar os tecidos infectados e mortos, assim como um transplante de pele para facilitar o fechamento da ferida.
A osteomielite – infecção óssea causada por bactérias provenientes de um foco infeccioso com origem nas escaras – é uma complicação grave  e de tratamento difícil dessas lesões de pele.
Recomendações
Sempre é bom relembrar que o melhor remédio para as escaras é evitar que elas se formem nas áreas mais sensíveis à pressão. Existem alguns recursos úteis para ajudar as pessoas que correm maior risco:
* usar colchões de água, ar, ou gel de silicone e almofadas de proteção para aliviar a pressão nas regiões mais vulneráveis à compressão;
* examinar a pele de todo o corpo, especialmente nos pontos de pressão;
* não esfregar a pele durante os cuidados básicos de higiene pessoal;
* secar bem a pele depois do banho e hidratá-la convenientemente;
* dar preferência à roupa de cama de algodão, que deve ser bem esticada e livre de dobras que possam pressionar ou macerar a pele;
* trocar com frequencia as fraldas dos pacientes com incontinência urinária ou fecal;
* estimular a movimentação respeitando sempre as possibilidades físicas e motoras do paciente.

p.s: vou postar várias matérias sobre as escaras.
obs. conteúdo meramente informativo procure seu médico
abs,
Carla
extraído:http://drauziovarella.com.br/letras/e/escaras/

ENGASGOS

Engasgos são muito freqüentes nos portadores da doença de Alzheimer, nas fases mais avançadas o cuidador deve permanecer atento para esta ocorrência.
 
Evite alimentos secos, como biscoitos tipo "sequilhos", que embora sejam macios constituem-se grande perigo.
 
Pense que a peristalse (movimento de contração do esôfago que "empurra" o alimento para a frente) encontra-se diminuída e, neste caso, o paciente sente que o alimento está parado na garganta.
 
Quando perceber que ele está engasgando facilmente, consulte um profissional capacitado fonoaudiólogo - para que seja analisado o grau de comprometimento apresentado na deglutição e receber orientações sobre a apresentação (consistência) da dieta.
 
Genericamente, pode-se mudar a consistência da dieta de sólida para pastosa, o que diminui o risco de engasgamentos.
Separe cada alimento e passe-o por peneira fina ou triture-o em liqüidificador, apesar da dependência, permita que o paciente sinta o sabor de cada um deles.
 
Em situações de engasgos, não dê tapas nas costas, levante os braços do paciente, ou dê água.
 
Posicione-se imediatamente por trás dele, abraçando-o cruze as mãos, mantenha sua cabeça inclinada para frente e comprima o diafragma.
Dê preferência aos líquidos engrossados, eles minimizam o risco de engasgamentos.
 
Frutas devem ser oferecidas em forma de purê.
Gelatinas são sobremesas saborosas e apresentam boa consistência, podendo ser usadas como engrossantes para líquidos finos
 
obs. conteúdo meramente informativo procure seu médico
abs,
Carla
extraído:https://www.facebook.com/notes/cantinho-da-paz-cuidadores-de-portadores-de-alzheimer/engasgos/524095544361829

segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Direitos dos Pacientes com Câncer - Transporte Coletivo Urbano


Quem detém a competência para legislar e administrar serviços de transporte coletivo urbano?

O transporte coletivo urbano é um serviço de interesse local. Cabe, portanto, aos municípios definirem as regras para isenção de tarifas dos meios de transporte coletivo sob sua responsabilidade. O governo estadual também costuma administrar parte do sistema de transporte, sobretudo os intermunicipais. 

O paciente com câncer tem direito à isenção do pagamento de tarifas de transporte coletivo?

A maioria das legislações municipais e estaduais garante o direito à isenção da tarifa do transporte coletivo urbano para pessoas com deficiência. Em alguns locais, o direito à isenção dessa tarifa se estende a pacientes de determinadas patologias durante o tempo de duração de certos tratamentos. Sendo assim, é importante verificar na secretaria dos transportes da localidade onde reside o paciente, quais as hipóteses e requisitos previstos em lei para se obter a isenção da tarifa do transporte coletivo urbano.

Observação - Entre em contato conosco pelo 0800 773 1666 (Ligações gratuitas de telefone fixo), de 2ªf a 6ªf, das 9h às 17h, caso haja lei na sua região que garanta o direito à isenção do pagamento da tarifa do transporte público coletivo. Assim, poderemos divulgar essa informação, ampliando o acesso dos pacientes aos seus direitos.

Legislação

Constituição Federal (art. 21,inciso XII; art. 25,inciso§1º; art. 30,incisos  I e V) 


São Paulo (Regiões Metropolitanas)

O paciente com câncer tem direito à isenção do pagamento de tarifas de transporte coletivo urbano nas regiões metropolitanas de São Paulo?

A legislação prevê a isenção do pagamento da tarifa para pessoas com deficiência e para pacientes com câncer em tratamento de quimioterapia (exceto oral), radioterapia e cobaltoterapia.

Como posso obter esse direito?

Ligue para 0800 773 1666 (Ligações gratuitas de telefone fixo), de 2ªf a 6ªf, das 9h às 17h, para saber mais informações sobre a isenção do pagamento de tarifas de transporte coletivo urbano nas regiões metropolitanas de São Paulo.

Observação - O benefício poderá ser estendido a um acompanhante, tendo em vista as limitações de autonomia e independência do beneficiário da isenção, desde que haja recomendação expressa no laudo médico.

Legislação

Lei Complementar Estadual/SP nº 666, de 26/11/1991 – autoriza o Poder Executivo a conceder isenção de tarifas de transporte às pessoas portadoras de deficiência e dá outras providências. 

Decreto Estadual/SP nº 34.753, de 1/4/1992 – regulamenta a Lei Complementar nº 666, de 26 de novembro de 1991, que concede isenção de pagamento de tarifas de transporte coletivo urbano e dá providências correlatas. 

Resolução Conjunta SS/STM nº 3, de 9/6/2004 – disciplina as medidas administrativas e operacionais referentes à isenção do pagamento de tarifas de transporte coletivo regular, de âmbito metropolitano, sob responsabilidade do Estado, concedida às pessoas com deficiência.

Resolução Conjunta SS/STM nº 5, de 04/01/2006 – estende o direito à isenção aos portadores de Neoplasia Maligna (câncer) e insuficiência renal crônico, em situações específicas. 

Lei Municipal (São Paulo/SP) nº 11.250, de 1/10/1992 – dispõe sobre a isenção de tarifa no sistema de transporte coletivo do Município aos deficientes físicos e mentais, e dá outras providências. 

Lei Municipal (São Paulo/SP) nº 14.988, de 29/9/2009 – dispõe sobre a relação das patologias e diagnósticos que autorizam a isenção de pagamento de tarifa nos veículos integrantes do Sistema de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros na cidade de São Paulo, prevista na Lei nº 11.250, de 1º de outubro de 1992. 



obs. conteúdo meramente inofrmativo procure seu médico
abs,
Carla
extraído:http://www.oncoguia.org.br/conteudo/transporte-urbano/22/4/

domingo, 27 de setembro de 2015

Está tendo convulsão??? O que fazer???

Alguns pacientes podem apresentar convulsões, que geralmente ocorrem nas fases mais tardias da doença, isto no entanto, não impede que elas possam acontecer precocemente. O cuidador deve estar preparado para esta ocorrência que, via de regra, assusta enormemente, dando a impressão que o paciente pode morrer.
 
Em primeiro lugar, mantenha a calma.
 
Posicione o paciente no leito ou mesmo no chão se ele caiu, com a cabeça lateralizada.
 
Evite colocar a mão em sua boca para puxar a língua, no máximo coloque um objeto cilíndrico (como uma caneta) entre os dentes, para evitar que ele se machuque mordendo a própria língua.
 
Desabotoe golas e colarinhos, mantenha as vestes frouxas e confortáveis.
 
Mantenha o ambiente arejado.
 
Proteja-o de quedas, fique ao seu lado.
 
Caso seja a primeira vez que isso ocorre, contate imediatamente o médico responsável.
 
Se o paciente já usa medicação anticonvulsiva e, ainda assim, está apresentando convulsões, contate o médico, para que haja um ajuste na medicação prescrita.
 
 
Fique calmo, dificilmente o paciente morre durante uma convulsão.
Não alimente pacientes convulsivos com grandes quantidades de alimentos, pois, caso ele apresente uma convulsão com o estômago cheio, o risco de aspirações é muito maior.
 
Fracione sua dieta, ofereça várias vezes ao dia pequenas quantidades de alimentos.
 
É da maior importância, que a segurança do paciente seja mantida durante uma crise convulsiva, que pode ser do tipo tônica (quando o paciente apresenta o corpo contraído), clônica (quando o paciente apresenta "pulos", como se estivesse exposto a um choque elétrico) ou mista, do tipo tônico-clônica.
 
Pense que as quedas são bastante comuns durante uma crise convulsiva, no momento em que o paciente se "bate". Essas quedas, freqüentemente trazem conseqüências ruins para ele, como as fraturas ou traumas cranianos, por exemplo
 
obs. conteúdo meramente informativo procure seu médico
abs,
Carla
extraído:https://www.facebook.com/notes/cantinho-da-paz-cuidadores-de-portadores-de-alzheimer/est%C3%A1-tendo-convuls%C3%A3o-o-que-fazer/679472848824097

sábado, 26 de setembro de 2015

Direitos dos Pacientes com Câncer -Câncer e Educação


O paciente com câncer que não pode comparecer às aulas tem algum tipo de tratamento especial?


Sim. A lei garante tratamento excepcional aos alunos de qualquer nível de ensino, portadores de doenças ou limitações físicas incompatíveis com a frequência aos trabalhos escolares, desde que se verifique a conservação das condições intelectuais e emocionais necessárias para o prosseguimento da atividade escolar em novos moldes.

O estudante que estiver nessas condições deverá compensar a ausência às aulas?

Sim. O estudante deverá compensar a ausência às aulas por meio de exercícios domiciliares com acompanhamento da escola, sempre que compatíveis com seu estado de saúde e a possibilidade do estabelecimento de ensino.

Como obter o tratamento especial de frequência escolar?

O paciente deve apresentar à diretoria do estabelecimento de ensino laudo médico elaborado por autoridade oficial do sistema educacional.

O estudante que gozar do tratamento especial fica dispensado das aulas obrigatórias de Educação Física?

Sim. O aluno amparado pelo tratamento especial acima mencionado fica dispensado de prática da Educação Física.

Existe alguma lei que beneficie o estudante em relação ao valor da mensalidade escolar?

Não há nenhuma lei que beneficie o estudante (com câncer) quanto a descontos na mensalidade. Entretanto, algumas instituições de ensino, em razão de políticas de responsabilidade social, podem conceder descontos ao estudante com câncer ou que tiver pai ou mãe com a doença. 

De qualquer forma, é interessante, nesses casos, solicitar à diretoria da instituição desconto parcial ou total da mensalidade.

Legislação

Decreto-Lei nº 1.044, de 21/10/1969 – Dispõe sobre tratamento excepcional para os alunos portadores das afecções que indica. 

Lei nº 7.692, de 20/12/1988 – Dispõe sobre a Educação Física em todos os graus e ramos de ensino.


obs. conteúdo meramente informativo procure seu médico
abs,
Carla
extraído:http://www.oncoguia.org.br/conteudo/cancer-e-o-estudo/113/4/

sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Tratamento da Doença de Alzheimer e da Demência Vascular

Para além dos vários fármacos aprovados para utilização no tratamento da Doença de Alzheimer, existe um interesse considerável na utilização de outras terapêuticas. Aqui pode encontrar um breve resumo da informação sobre algumas. 
 
Devido à possibilidade de existência de efeitos secundários e de interações medicamentosas, é importante que nunca tome nenhum medicamento sem consultar o seu médico. 
 
Encontrar evidências para o tratamento da Demência
Até à data, a maior parte da informação que temos sobre o tratamento da Demência provém de estudos epidemiológicos em que os indivíduos que tomaram a terapêutica são comparados com um grupo de controlo de indivíduos que não a tomaram.
 
Outra informação provém de pesquisas que utilizam métodos diferentes. 
 
Estas incluem:
  • Estudos abertos que não tinham um grupo de controlo ou ensaios controlados que não têm uma amostra suficientemente grande para demonstrarem um efeito;
  • Estudos duplo-cego em que o participante e o médico não têm conhecimento da terapêutica que está a ser administrada à pessoa;
  • Ensaios clínicos randomizados em que os participantes são distribuídos aleatoriamente entre um grupo que está a receber o tratamento e um grupo que não está a receber o tratamento.
Têm de ser realizados ensaios prospetivos duplo-cego randomizados com placebo em larga escala, para confirmar o valor de tomar um medicamento ou suplemento para o tratamento da Demência.
 
Para a maioria das terapêuticas descritas nesta ficha de atualização, estes ensaios estão a decorrer ou ainda não foram realizados.
 
 
Perspetivas para o tratamento da Doença de Alzheimer e Demência vascular
 
  • Tratamento com estrogénio
O estrogénio parece ter vários efeitos benéficos no cérebro e é possível que possa protege-lo da deterioração, de várias maneiras.
 
Tem sido sugerido que a terapêutica de substituição estrogénica para as mulheres na pós-menopausa pode atrasar o início da Doença de Alzheimer ou evitar que as mulheres pós-menopáusicas desenvolvam a Doença de Alzheimer.
 
Os dados de vários estudos de caso controlados descobriram que a substituição do estrogénio pode estar associada a um risco 30% menor de desenvolver a Doença de Alzheimer. No entanto, alguns destes estudos foram enviesados, porque os indivíduos que tomaram estrogénio divergiam dos indivíduos que não tomaram em variáveis básicas, tais como a educação e a classe social.
 
Nenhum estudo randomizado controlado tem demonstrado que o estrogénio evita a Doença de Alzheimer ou que diminua a possibilidade de desenvolvê-la. Aliás, no estudo Women’s Health Initiative Memory Study, o estrogénio (só ou combinado com progesterona) aumentou a possibilidade de desenvolver a Doença de Alzheimer.
 
Dois estudos recentes que utilizaram estrogénios para tratar a Doença de Alzheimer não encontraram absolutamente nenhum benefício para as mulheres que já têm Doença de Alzheimer. Mais, algumas terapêuticas de substituição hormonal foram associadas a um risco aumentado de Demência e podem, por implicação, agravar a Demência já presente.O estrogénio tem efeitos significativos, bons e maus, quando tomado após a menopausa. Os especialistas no tratamento de pacientes com Doença de Alzheimer em Portugal não recomendam a utilização do estrogénio no tratamento de mulheres em risco de desenvolver Doença de Alzheimer ou em mulheres que têm a Doença de Alzheimer, embora não seja contraindicado na Doença de Alzheimer, se for utilizado para outros fins, tais como o tratamento de sintomas pós-menopausa.
 
 
  • Medicamentos anti-inflamatórios
Os medicamentos anti-inflamatórios neutralizam ou suprimem o processo inflamatório. Estes medicamentos incluem os anti-inflamatórios não esteroides (AINE), que para além de aliviarem a dor, têm um efeito de redução da inflamação quando utilizados ao longo de um período de tempo. Os inibidores COX-2 são a geração mais recente de AINE, que geralmente são tão eficazes quanto os AINE tradicionais, mas apresentam um menor risco de efeitos secundários.
 
Contudo, até à presente data, todos os ensaios clínicos indicam que os medicamentos anti-inflamatórios não têm um efeito útil no tratamento da Doença de Alzheimer já estabelecida.
 
Alguns estudos de caso controlados sugeriram que as pessoas que tomam medicamentos anti-inflamatórios podem apresentar um menor risco de desenvolver a Doença de Alzheimer, do que as pessoas que não tomaram esses medicamentos. Todavia, estes resultados não foram confirmados em ensaios clínicos aleatórios controlados com placebo, em pessoas em risco de desenvolver Doença de Alzheimer. Um ensaio clínico realizado numa grande população sem Demência, o ensaio ADAPT, foi interrompido devido a preocupações sobre os efeitos secundários de um dos agentes anti-inflamatórios.
 
Os medicamentos anti-inflamatórios têm uma ampla variedade de efeitos secundários potencialmente graves e a sua utilização para o tratamento ou prevenção da Doença de Alzheimer é inapropriada no momento atual.
 
 
  • Folato e Vitamina B12
O folato (ácido fólico) é um nutriente que ocorre naturalmente e é essencial para a saúde das células do sangue e nervosas. Encontra-se em vegetais verdes, tais como espinafres e brócolos.
 
Os níveis elevados de ácido fólico no sangue diminuem o nível de uma outra substância denominada homocisteína, que normalmente está presente no sangue. Os níveis elevados de homocisteína no sangue estão associados a um aumento do risco de doença arterial coronária e acidente vascular cerebral.
 
Pelo menos dois estudos sugeriram que os níveis elevados de homocisteína e/ou níveis baixos de ácido fólico podem estar associados a uma maior probabilidade de mais tarde desenvolver a Doença de Alzheimer.
 
Um estudo de suplementação de folato nas pessoas com uma cognição normal demonstrou uma redução do risco de declínio cognitivo, mas atualmente não existe qualquer evidência de que o folato previna a Doença de Alzheimer.
 
A deficiência de vitamina B12, que aumenta os níveis de homocisteína, também tem sido associada a um aumento do risco de Doença de Alzheimer. Mais uma vez, são necessários ensaios prospetivos de tratamento para demonstrar os benefícios dos suplementos de vitamina B12.
 
 
  • Vitamina E
A vitamina E é uma vitamina lipossolúvel que ocorre naturalmente. A vitamina E pode proteger as células do corpo contra os efeitos do envelhecimento. Um estudo americano sugeriu que tomar vitamina E diminui o ritmo de deterioração nas pessoas com Doença de Alzheimer mais severa.
 
Actualmente a Associação Americana de Neurologia (American Association of Neurology) tem uma diretriz que sugere que a utilização de vitamina E deve ser considerada nos pacientes com Doença de Alzheimer estabelecida.
 
Na Austrália os especialistas que tratam a Doença de Alzheimer, diferem na avaliação dos possíveis benefícios da vitamina E. A vitamina E pode prolongar o tempo de sangramento e tornar mais provável uma hemorragia. A análise recente de vários estudos demonstra que tomar diariamente doses de vitamina E acima de 400mg aumenta a mortalidade e outros incidentes tal como o acidente vascular cerebral.
 
Não foram ainda publicados quaisquer estudos demonstrativos de que a vitamina E possa prevenir a Doença de Alzheimer. É necessário realizar mais ensaios prospetivos aleatórios controlados.
 
 
  • Estatinas
Estes medicamentos para reduzir o colesterol têm sido associados a um menor risco de desenvolver Demência. No entanto, até à data, nenhum estudo demonstrou que estas substâncias são eficazes no tratamento da Demência. Está a decorrer um grande estudo sobre a utilização da estatina e o Aricept.
 
 
  • Ginkgo Biloba
O Ginkgo Biloba deriva das folhas de uma árvore chinesa. Diz-se que tem propriedades anti-inflamatórias, antioxidantes e antiplaquetárias. É um dos medicamentos alternativos mais comummente utilizado para os problemas cognitivos e está licenciado para o tratamento da Doença de Alzheimer na Alemanha. Até à data, foi sugerido que apenas o extracto EGb 761 tem um potencial benefício e estes benefícios são apenas moderados (cerca de metade das terapêuticas colinérgicas). Não preserva a memória nas pessoas com uma cognição normal.
 
É necessário desenvolver mais investigação, antes de se poder afirmar a sua eficácia como tratamento. 
 
 
  • Brahmi
Esta preparação é comercializada como um revigorante de memória. No entanto, não existem dados clínicos que sugiram que é benéfica para as pessoas com Demência.
 
 
  • Outras substâncias
Uma grande variedade de outras substâncias tem sido testada no tratamento e, frequentemente, na prevenção da Demência. Contudo, até à data nenhuma demonstrou ser eficaz. Isto inclui a curcumina (encontrada no pó de caril), substâncias para tratar a diabetes, medicamentos para reduzir a tensão arterial, aspirina e substâncias para melhorar o fluxo sanguíneo.
 
 
O futuro
Existem ensaios a decorrer para avaliar os benefícios de uma vacina para a Doença de Alzheimer (que tem uma componente da proteína amilóide encontrada nas placas senis); dos inibidores das enzimas que produzem o amilóide e das terapêuticas que utilizam o fator de crescimento nervoso. Estas abordagens podem provar ser eficazes, mas ainda será necessário desenvolver muito trabalho
 
obs. conteúdo meramente informativo procure seu médico
abs,
Carla
extraído:-https://www.facebook.com/notes/cantinho-da-paz-cuidadores-de-portadores-de-alzheimer/tratamento-da-doen%C3%A7a-de-alzheimer-e-da-dem%C3%AAncia-vascular/705263819578333

quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Dores... Gemidos...Demências causam dores????

A Dor
As pessoas com Demência podem experienciar dor física pelas mesmas razões que as outras pessoas. Contudo, o declínio da função cerebral e das suas capacidades podem torná-las menos capazes de comunicar aos seus prestadores de cuidados que estão a sentir dor. 
 
As pessoas com Demência podem ser incapazes de comunicar a sua dor de forma clara ou de interpretar corretamente os sinais de dor e transmitir o seu desconforto através de outro comportamento. Nem sempre é fácil determinar se a pessoa está em sofrimento, pelo que a dor frequentemente passa despercebida e fica sem tratamento.
 
Esta situação pode resultar no sub-tratamento da dor e na diminuição da sua qualidade de vida. No entanto, esta situação é evitável através da observação dos sinais não-verbais de dor e da prestação de um tratamento adequado.
 
Tanto quanto se sabe, a Demência não causa dor. No entanto, as pessoas com Demência podem ser afetadas pelas mesmas doenças do que as pessoas sem Demência e algumas destas doenças podem ser dolorosas.
 
A investigação sugere que quando uma pessoa com Demência tem dor, corre o risco de não ser tratada por duas crenças erradas – primeira, a pessoa com Demência não experiencia dor - e segunda, nada pode ser feito pelas pessoas com Demência.
 
 
Dor aguda ou crónica
A forma como experienciamos a dor física é muito individual. Uma dor resultante da mesma causa pode ser sentida, por cada pessoa, de forma diferente. Podemos utilizar várias palavras para descrever a nossa dor , desconforto, moinha, pontada, cortante, sensação de queimadura, latejante, etc. Podemos, também, inconscientemente mostrar sinais de dor, tais como fazer certas expressões faciais ou afastar do toque a parte do corpo dolorida.
 
Sentimos dor porque da parte do corpo afetada são enviados sinais para áreas específicas do cérebro. Esta é uma função vital, uma vez que a dor nos leva a retirar de situações potencialmente perigosas, a proteger a parte do corpo lesionada enquanto se cura e a evitar a mesma situação no futuro.
 
A dor pode ser aguda ou crónica. A dor aguda surge de repente e pode ser provocada por um ferimento ou infeção. Este tipo de dor geralmente alivia à medida que a parte do corpo afetada se cura. A dor crónica é persistente no tempo e pode ser provocada por uma doença de longa duração subjacente, tal como a artrite. Este tipo de dor pode ser contínuo ou intermitente. 
 
 
A dor na Demência
Tanto quanto se sabe, as alterações cerebrais que ocorrem na Doença de Alzheimer e noutras formas de Demência não provocam dor. No entanto, as pessoas com Demência apresentam um risco maior de sentir dor por serem mais propensas a situações que podem causar dor, tais como quedas, acidentes e lesões. Acresce que as pessoas idosas em geral, incluindo as que têm Demência, têm maior probabilidade de sofrer de uma série de condições médicas que podem provocar dor.
 
Outrora pensava-se que as pessoas com Demência não sentiam dor, porque os danos que ocorriam no seu cérebro impossibilitava-as de a sentirem. No entanto, a investigação demonstrou que esta ideia estava errada. Um estudo realizado em Melbourne (Austrália), que utilizou a ressonância magnética funcional (RM), revelou que as pessoas com Doença de Alzheimer mostraram atividade cerebral relacionada com a dor nas mesmas regiões do cérebro que as pessoas sem Doença de Alzheimer(1). Os investigadores concluíram que as pessoas com Demência sentem dor exatamente do mesmo modo que outras pessoas sem Demência, a diferença é que revelam dificuldade em explicá-la aos outros.
 
A Demência tipicamente envolve uma deterioração progressiva das capacidades da pessoa para entender e comunicar com aqueles que estão ao seu redor. Nas fases iniciais da doença, a capacidade da pessoa para reconhecer e comunicar a dor pode estar intacta. Em fases posteriores esta capacidade provavelmente estará reduzida. Isto leva potencialmente a uma situação inaceitável de a pessoa com Demência sofrer com dores, sem obter o alívio adequado para estas.
 
A investigação descobriu que as pessoas com Demência, especialmente as que vivem em unidades residenciais, relatam menos dor e recebem menos medicamentos para aliviar a dor. Atualmente sabe-se que isto não é por sentirem menos dor, mas porque são menos capazes de comunicar o seu nível de dor e a sua necessidade de alívio desta. Desta forma, cabe aos que cuidam de uma pessoa com Demência tomarem medidas adicionais para avaliar se a pessoa está a sentir dor e utilizarem tratamentos para gerir eficazmente a dor.
 
 
Reconhecer a dor
Reconhecer que alguém com Demência está com dores nem sempre é fácil. A dor é uma experiência muito pessoal e a avaliação é usualmente baseada na nossa perceção da dor e na comunicação do seu tipo, gravidade e localização.
 
Mas, para alguém com Demência que tem dificuldade em comunicar, será necessário reconhecer a dor de outra forma. Alguns comportamentos e sintomas podem indicar que a pessoa tem desconforto, dor ou que não está bem.
 
Estes comportamentos e sintomas podem incluir:
  • Alterações do comportamento. A pessoa pode parecer apática, letárgica, frustrada ou mesmo zangada;
  • Dormir mais do que o habitual;
  • Chorar;
  • As expressões faciais ou verbais podem indicar dor numa parte específica do corpo;
  • Relutância em mover-se;
 
Perguntar sobre a dor
Quando perguntar à pessoa com Demência sobre a sua saúde, tente utilizar uma variedade de palavras que possam ajudar a pessoa a descrever aquilo que sente. Pode ser útil utilizar palavras como desconforto, incómodo, magoado, doloroso e ferida. Em intervalos regulares, pergunte à pessoa se tem dores, em vez de fazê-lo uma única vez.
 
 
A queixa verbal de dor
Nas fases iniciais da Demência, as pessoas são capazes comunicar a alguém que estão a sentir dor. No entanto, o declínio das capacidades de pensamento pode torná-las menos capazes de entender por que motivo estão a sentir dor e de saberem o que fazer em relação a esta. 
 
O declínio da função cerebral e das competências de comunicação pode prejudicar a capacidade da pessoa para relatar com precisão a localização, o nível e o tipo de dor que está a sentir ou para lembrar-se de tomar a medicação regularmente para aliviar a dor, o que significa que a pessoa poderá permanecer em sofrimento.
 
Para além da Demência, existem outros motivos que podem tornar as pessoas idosas menos propensas a comunicar que estão a sentir dor. As situações que podem levar uma pessoa a não comunicar a sua dor são: a depressão; o medo de necessitarem de uma cirurgia, hospitalização ou de transitarem para uma unidade residencial; a perceção errónea de que todos os analgésicos criam dependência; não quererem parecer fracas ou queixosas. As diferenças culturais, religiosas e de género podem afetar o relato de dor. Algumas pessoas não querem perder o respeito da sociedade ao admitirem que estão com dor e que precisam de ajuda, ou acreditam que a dor deve ser sentida em silêncio. Outras pessoas consideram que devem relatar de imediato a dor e obter um alívio instantâneo da mesma. Como resultado das expectativas sociais e culturais, alguns homens podem acreditar que precisam de ser fortes e que devem aguentar a dor.
 
Devem considerar-se as origens e circunstâncias de uma pessoa, assim como a fase de Demência em que se encontra, para determinar se corre o risco de não comunicar que está a sentir dor. Mesmo que a pessoa pareça capaz de comunicar normalmente, as estratégias para a avaliação da dor podem ter que ir além de simplesmente perguntar à pessoa com Demência se está a sentir dor.
 
 
Os sinais não-verbais de dor
Nas fases mais avançadas de Demência, muitas pessoas perdem a capacidade de comunicar verbalmente aos outros que estão com dores. Contudo, é possível avaliar se alguém está a sentir dor através da observação dos sinais não-verbais. De facto, os sinais não-verbais podem ser úteis na avaliação da dor em todas as fases de Demência. Estes sinais podem estar obviamente relacionados com a dor, mas por vezes podem apenas representar uma alteração do comportamento normal. 
 
Os sinais não-verbais podem incluir:
  • Expressões faciais;
  • Gestos que indicam sofrimento;
  • Resguardar uma parte do corpo ou ter relutância em movimentar-se;
  • Gemidos de dor ao movimentar-se;
  • Movimentos limitados ou lentos;
  • Aumento da frequência cardíaca, pressão arterial ou sudorese;
  • Inquietação;
  • Choro ou sofrimento;
  • Aumento ou diminuição das vocalizações;
  • Comportamento social retraído;
  • Letargia ou aumento do sono;
  • Sono perturbado ou agitado;
  • Diminuição do apetite (e diminuição da ingestão nutricional);
  • Aumento da confusão;
  • Raiva, agressividade, irritabilidade ou agitação.
Alguns destes sintomas ou alterações podem ser resultado de outros problemas. Contudo, a dor deve ser sempre considerada como uma causa potencial e tratável. É, também, importante lembrar que algumas pessoas apresentam poucos ou nenhuns comportamentos específicos associados à dor.
 
 
As consequências da dor não tratada
Se a dor de uma pessoa com Demência não for reconhecida e tratada, existe o perigo de a pessoa sofrer desnecessariamente e também de lhe serem prescritos tratamentos inadequados para a alteração do seu comportamento. 
 
Se uma pessoa se torna retraída ou angustiada por causa da dor, pode assumir-se que está deprimida e serem-lhe prescritos antidepressivos. De facto, a dor crónica pode tornar a pessoa deprimida, mas tratar eficazmente a dor subjacente vai aliviar a dor e a depressão. Se uma pessoa se torna agressiva ou agitada por causa de uma dor, pode ser-lhe prescrito um antipsicótico, que potencialmente tem sérios efeitos secundários. Mais uma vez, tratar a dor subjacente deverá aliviar os problemas de comportamento resultantes desta.
 
A dor persistente pode levar à redução da mobilidade. Esta situação pode interferir nas atividades diárias e também aumentar o risco de quedas e de futuros ferimentos. A dor persistente pode afetar o funcionamento do cérebro e do pensamento, piorando os sintomas de Demência e acelerando a deterioração. Não reconhecer e não tratar a dor em pessoas com Demência tem profundas implicações para a sua qualidade de vida e pode levar a maus resultados médicos.
 
 
As causas de dor
As potenciais causas de dor são iguais para as pessoas com Demência e para as outras. As causas mais comuns de dor nos idosos incluem:
  • Obstipação e infeções do trato urinário;
  • Ficar sentado ou deitado na mesma posição durante muito tempo;
  • Úlceras de pressão;
  • Artrite;
  • Osteoporose;
  • Osteoartrite;
  • Lesões antigas, como fratura da anca;
  • Lesões não detetadas ou não tratadas;
  • Dor de cabeça ou enxaqueca;
  • Problemas nas costas;
  • Problemas nos pés;
  • Problemas dentários;
  • Diabetes;
  • Infeções;
  • Cancro.
Pode ser necessário fazer uma avaliação cuidadosa para determinar a causa da dor, especialmente na pessoa com Demência cuja capacidade de comunicação esteja comprometida.
 
 
A avaliação da dor
Não existe uma forma simples de medir a dor de uma pessoa, tal como existe, por exemplo, para medir a tensão arterial ou a acuidade visual. Desta forma, o auto relato da pessoa é a medida mais confiável de dor. Os pacientes podem ser solicitados a classificar a sua dor numa escala de zero a dez, sendo zero nenhuma dor e dez a pior dor que já sentiram. Os pacientes também podem ser solicitados a descrever a natureza da sua dor, por exemplo se é aguda ou crónica. 
 
Mas, como é conhecido, as pessoas com Demência podem ter dificuldades em compreenderem estas questões e/ou fornecerem uma resposta que reflita com precisão a sua dor.
 
Os profissionais de saúde podem usar escalas de avaliação da dor para investigar a dor em pessoas com Demência. Para a medir a intensidade da dor existem escalas validadas a nível internacional, recomendadas pelo Ministério da Saúde, nomeadamente Escala Visual Analógica (convertida em escala numérica para efeitos de registo), a Escala Numérica, a Escala Qualitativa ou a Escala de Faces.*
 
A intensidade da dor é relatada pelo doente, pelo que este tem de estar consciente e colaborar com o médico que está a fazer a avaliação. Quando a pessoa não está consciente ou não consegue comunicar, existem outros métodos de avaliação específicos.A escala utilizada para medir a intensidade da dor pela primeira deverá ser utilizada nas avaliações posteriores.
 
 A Sociedade Australiana da Dor recomenda a utilização do Brief Pain Inventory como um instrumento comprovadamente útil para avaliar a dor em pessoas idosas, que conseguem comunicar verbalmente(2). Existem versões para as pessoas que vivem na comunidade e para as que vivem em unidades residenciais.
 
Os instrumentos para a avaliação observacional estão disponíveis para registar e pontuar os sinais de dor de uma pessoa com Demência que não consegue comunicar verbalmente. A Sociedade Australiana da Dor recomenda a Abbey Pain Scale para essas pessoas(2). Esta escala requer que o observador pontue a severidade das expressões da pessoa, das alterações do comportamento e dos sinais físicos, sendo que a pontuação total obtida indica a gravidade da dor.
 
Os profissionais de saúde, por vezes, não têm o tempo necessário para reconhecer, avaliar e controlar a dor em pessoas com Demência. Os familiares e amigos podem dar uma contribuição valiosa ao aprenderem a reconhecer os sinais de dor do seu ente querido e a comunicarem as suas preocupações aos profissionais de saúde e prestadores de cuidados. 
 
A avaliação adequada da causa, gravidade e impacto da dor de uma pessoa é essencial para delinear o tratamento mais adequado.
 
 
Controlar a dor
Após identificar-se que a pessoa com Demência está a experienciar dor, deverá ser observada por um médico, que irá determinar qual o melhor tratamento. Em algumas situações, tal como uma dor de cabeça, o paracetamol pode ser utilizado, geralmente, com segurança e sem necessidade de consultar um médico. Para situações de dor mais significativas ou contínuas, pode ser necessário a administração de medicamentos mais fortes.
 
Um medicamento que alivia a dor é denominado analgésico. Vários fármacos podem ser utilizados para tratar a dor. Estes incluem: paracetamol, aspirina, anti-inflamatórios não-esteróides (ex.: ibuprofeno) e opiáceos (ex.: codeína e morfina). O tipo de fármaco escolhido depende de vários fatores, tais como o tipo e a gravidade da dor, durante quanto tempo a pessoa vai necessitar do medicamento e de outras condições médicas e medicamentos que o paciente esteja a tomar. 
 
Deve existir um cuidado especial com as pessoas idosas. Estas podem ser mais sensíveis a alguns medicamentos e requererem uma dose mais baixa. Podem, também, ser mais propensas aos efeitos secundários e a interações com outros medicamentos que estão a tomar. Converse com o médico e/ou farmacêutico para garantir que estas situações foram consideradas e que a resposta à medicação é cuidadosamente monitorizada.
 
 
Tratamentos Não Farmacológicos
Os tratamentos não farmacológicos podem ser utilizados, isoladamente ou em combinação com um medicamento, para ajudar a aliviar a dor. Estes podem incluir:
  • Massagem;
  • Aplicação de compressas frias ou quentes;
  • Exercícios suaves e alongamentos;
  • Fisioterapia;
  • Acupunctura;
  • Relaxamento.
Para a dor crónica, em particular, é muito importante que o controlo permanente da dor faça parte do plano de cuidados à pessoa com Demência. A dor deve ser avaliada regularmente, o tratamento deve ser adaptado para o que funciona melhor na pessoa e as terapêuticas devem ser ajustadas sempre que for necessário. A maneira mais eficaz de controlar a dor crónica é tomar os analgésicos em intervalos regulares, em vez de tomá-los apenas quando são necessários. A junção de terapias não farmacológicas, como a massagem, pode ser muito útil.
 
 
Controlar a dor no fim da vida
Muitas pessoas têm medo de passar os seus últimos dias a sentir dor, mas com a prestação de bons cuidados paliativos esta situação raramente acontece. Os cuidados paliativos são cuidados especializados para alguém que tem uma doença terminal. A gestão da dor é uma parte importante destes cuidados. A Demência é uma doença terminal que pode estar associada a outras condições médicas que provocam dor, pelo que este tipo de cuidados está disponível para as pessoas com Demência.
 
Existem muitos profissionais de saúde sem formação específica em gestão da dor, mas uma equipa de cuidados paliativos garante a implementação de estratégias eficazes de controlo da dor, caso sejam necessárias (3). 
 
Esta ajuda especializada pode ser fornecida em qualquer fase da doença e não apenas nos últimos dias de vida. Todavia, nem todas as pessoas com Demência vão necessitar de um tratamento paliativo da dor.
 
 
Prevenir a dor
Quando cuidar de alguém com Demência deve tomar precauções para evitar situações que podem causam dor, tais como infeções, fraturas e úlceras de pressão. O uso regular de medicação pode ser necessário para controlar a dor persistente em alguém com doença crónica.
 
 
Se a pessoa estiver num lar residencial
No contexto de um lar residencial, é possível que a dor não seja, por vezes, reconhecida e tratada. Se estiver preocupado com a possibilidade da pessoa com Demência estar com dores, fale com o médico ou enfermeiro. O conhecimento dos sinais comportamentais de dor é importante para ajudar os funcionários do lar residencial a identificarem que a pessoa está com dores. Certifique-se que os funcionários avaliam regularmente a existência de dor e que esta está a ser controlada eficazmente. As boas práticas de cuidados residenciais têm como objetivo melhorar o controlo da dor em pessoas com demência
 
obs. conteúdo meramente informativo procure seu médico
abs,
Carla
extraído:https://www.facebook.com/notes/cantinho-da-paz-cuidadores-de-portadores-de-alzheimer/dores-gemidosdem%C3%AAncias-causam-dores/705273066244075