terça-feira, 11 de março de 2025

MELHOR IDADE: Perguntas Repetitivas na Demência

 

 Mentes e Demências

Berna Almeida II

 

 

Um dos comportamentos mais frequentes e desafiadores nas pessoas com demência é a repetição constante de perguntas, frases ou gestos. Esse padrão pode gerar frustração para os cuidadores, especialmente quando a mesma questão é feita logo após ter sido respondida. Para compreender e manejar esse comportamento, é essencial reconhecer suas causas e abordagens adequadas.
Causas das Perguntas Repetitivas
A base desse comportamento está na alteração da memória de curto prazo, característica das doenças neurodegenerativas, como a Doença de Alzheimer. A pessoa pergunta repetidamente porque não consegue reter a informação fornecida. Cada vez que faz a pergunta, para ela, é como se fosse a primeira vez.
Além disso, a repetição pode ser uma expressão de insegurança, ansiedade ou necessidade de reafirmação. Em muitos casos, funciona como uma forma de obter conforto ou garantir a presença e atenção do cuidador. Também pode estar associada a um padrão residual de comportamento, refletindo a preocupação com questões que, em outro momento da vida, eram centrais para aquela pessoa. Por exemplo, uma mãe com demência pode perguntar várias vezes ao filho se ele já comeu, mesmo sem perceber que já fez a mesma pergunta antes.
Como Lidar com Perguntas Repetitivas
Manter a Calma e a Paciência.
Tentar argumentar ou demonstrar irritação apenas intensifica a angústia da pessoa. Frases como "Já te respondi várias vezes" podem aumentar a insegurança e gerar ainda mais repetição.
Responder de Forma Simples e Objetiva.
Forneça respostas curtas, claras e articuladas. Se possível, relacione a resposta a um contexto que facilite a compreensão, como vincular a pergunta sobre o horário a uma atividade:
"Que horas são?" → "Agora é hora do almoço."
"Onde está minha mãe?" (caso falecida) → "Ela não pode vir agora, mas você está seguro."
Utilizar Recursos Visuais.
Se a pergunta for recorrente e tiver uma resposta fixa, anote-a em um cartão e mostre para a pessoa sempre que ela perguntar. Isso pode reduzir a necessidade de respostas verbais constantes.
Desviar a Atenção
Mudar o foco da conversa pode ser eficaz. Depois de responder, tente redirecionar para uma atividade, como olhar álbuns de fotos, ouvir uma música favorita ou brincar com um objeto de interesse.
Oferecer Segurança e Conforto
Muitas vezes, a pergunta repetitiva expressa ansiedade. Usar um tom de voz tranquilo e, se apropriado, um toque suave no ombro ou nas mãos pode ajudar a acalmar a pessoa.
Evitar Conflitos ou Tentar Corrigir a Pessoa
Se a repetição envolver uma lembrança errônea ou uma informação incorreta, nem sempre é necessário corrigir. Corrigir constantemente pode gerar frustração. Em vez disso, procure validar os sentimentos da pessoa e oferecer respostas neutras.
Considerações Finais
O comportamento repetitivo pode ser exaustivo para os cuidadores, mas é importante lembrar que não representa uma provocação intencional. Faz parte do comprometimento cognitivo progressivo da doença.
Praticar a empatia e adotar estratégias para minimizar o impacto da repetição pode melhorar a qualidade de vida tanto da pessoa com demência quanto de quem cuida dela. Se a repetição estiver associada a agitação ou ansiedade significativa, converse com um geriatra para avaliar a necessidade de ajustes na abordagem ou no tratamento.
Texto: IBA - Instituto Berna Almeida
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FONTE: https://www.facebook.com/groups/mentesedemencias/

 

 

 


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abs

Carla

 

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