Pâncreas artificial controla o diabetes
GUILHERME GENESTRETI
Um
pâncreas artificial, que monitora os níveis de açúcar no sangue e
libera, automaticamente, quantidades adequadas de insulina, é a nova
promessa para o tratamento de diabetes tipo 1.
Nesse tipo de diabetes, o paciente precisa tomar várias injeções diárias de insulina para controlar a doença.
Pesquisadores
da Universidade de Cambridge testaram o aparelho e dizem que ele está
pronto para ser usado por diabéticos em casa.
Eles fizeram a pesquisa com 24 pacientes hospitalizados. Os resultados foram publicados no periódico "British Medical Journal".
SENSOR DE GLICOSE
O
aparelho combina um sensor de glicose implantado no corpo a uma bomba
com cateter, que libera a insulina. Ao detectar variações nos níveis de
açúcar, o sensor dispara sinais de radiofrequência para a bomba, que
libera a quantidade de insulina adequada.
No
estudo que testou o dispositivo, os pacientes foram divididos em dois
grupos: um se alimentou com quantidades razoáveis de comida e outro
comeu excessivamente e bebeu álcool.
Muita
comida e bebida aumentam a quantidade de açúcar no sangue e mais
insulina é necessária. O pâncreas artificial detectou corretamente as
diferentes necessidades e conseguiu controlar os níveis de glicemia nos
dois grupos.
Nos
diabéticos, esse controle é muito delicado. "O que mantém vivo o
diabético tipo 1 é a insulina", diz o endocrinologista Antonio Chacra,
da Unifesp. O problema, diz ele, é o cálculo da quantidade a ser
injetada.
Editoria de Arte/Folhapress
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HIPOGLICEMIA
Um
dos principais perigos é reduzir demais o nível de açúcar no sangue,
segundo Saulo Cavalcanti, presidente da Sociedade Brasileira de
Diabetes.
Quando
o suprimento de insulina é excessivo, as taxas de glicose diminuem e
podem levar a desmaios, convulsões e até causar a morte.
À noite, o risco é maior. "Dormindo o paciente pode não sentir os sintomas", diz Cavalcanti.
De acordo com ele, o pâncreas artificial é uma forma segura de controlar açúcar no sangue e diminuir esse risco.
Para
Marcos Tambascia, professor de endocrinologia da Unicamp, o aparelho é
a evolução dos tratamentos de diabetes, mas ainda é preciso testá-lo em
mais pessoas, para avaliar a segurança.
A estimativa dos médicos é que o pâncreas artificial estará disponível no mercado daqui a três anos.
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