O câncer de mama é um grupo heterogêneo de doenças, com comportamentos distintos. A heterogeneidade deste câncer pode ser observada pelas variadas manifestações clínicas e morfológicas, diferentes assinaturas genéticas e consequentes diferenças nas respostas terapêuticas.
O espectro de anormalidades proliferativas nos lóbulos e ductos da mama inclui hiperplasia, hiperplasia atípica, carcinoma in situ e carcinoma invasivo. Dentre esses últimos, o carcinoma ductal infiltrante é o tipo histológico mais comum e compreende entre 80 e 90% do total de casos.
O sintoma mais comum de câncer de mama é o aparecimento de nódulo, geralmente indolor, duro e irregular, mas há tumores que são de consistência branda, globosos e bem definidos. Outros sinais de câncer de mama são edema cutâneo semelhante à casca de laranja; retração cutânea; dor, inversão do mamilo, hiperemia, descamação ou ulceração do mamilo; e secreção papilar, especialmente quando é unilateral e espontânea. A secreção associada ao câncer geralmente é transparente, podendo ser rosada ou avermelhada devido à presença de glóbulos vermelhos. Podem também surgir linfonodos palpáveis na axila.
Magnitude
O câncer de mama é o mais incidente em mulheres, excetuando-se os casos de pele não melanoma, representando 25% do total de casos de câncer no mundo em 2012, com aproximadamente 1,7 milhão de casos novos naquele ano. É a quinta causa de morte por câncer em geral (522.000 óbitos) e a causa mais frequente de morte por câncer em mulheres [1].
No Brasil, excluídos os tumores de pele não melanoma, o câncer de mama também é o mais incidente em mulheres de todas as regiões, exceto na região Norte, onde o câncer do colo do útero ocupa a primeira posição. Para o ano de 2016 foram estimados 57.960 casos novos, que representam uma taxa de incidência de 56,2 casos por 100.000 mulheres [2].
A taxa de mortalidade por câncer de mama ajustada pela população mundial apresenta uma curva ascendente e representa a primeira causa de morte por câncer na população feminina brasileira, com 13,03 óbitos/100.000 mulheres em 2014 [3]. As regiões Sudeste e Sul são as que apresentam as maiores taxas, com 14,21 e 14,60 óbitos/100.000 mulheres em 2014, respectivamente.
Como mostra a tabela a seguir, o Brasil apresenta valores intermediários no padrão de incidência e mortalidade por câncer de mama. Cabe destacar que, proporcionalmente, as diferenças entre as taxas de incidência e mortalidade nos países desenvolvidos são maiores, sugerindo maior alcance das ações de rastreamento em diagnosticar precocemente a doença e acesso aos avanços no tratamento.
Taxas de incidência e mortalidade por câncer de mama, por 100.000 mulheres, em países selecionados, 2012
Região\País
|
Incidência
|
Mortalidade
| ||
Taxa Bruta
|
Taxa Padronizada
|
Taxa Bruta
|
Taxa Padronizada
| |
Finlândia
|
162,9
|
89,4
|
31,3
|
13,6
|
Reino Unido
|
164,5
|
95,0
|
36,7
|
17,1
|
Espanha
|
106,6
|
67,3
|
25,7
|
11,8
|
Estados Unidos
|
145,6
|
92,9
|
27,5
|
14,9
|
Canadá
|
134,1
|
79,8
|
28,2
|
13,9
|
Austrália
|
128,0
|
86,0
|
25,7
|
14,0
|
Japão
|
85,9
|
51,5
|
21,3
|
9,8
|
Paraguai
|
37,1
|
43,8
|
13,0
|
15,6
|
Bolívia
|
15,7
|
19,2
|
5,8
|
7,2
|
Zâmbia
|
11,9
|
22,4
|
5,9
|
1,1
|
Brasil *
|
66,8
|
59,5
|
16,3
|
14,3
|
Brasil (dados oficiais) **
|
56,1
|
-
|
14,4
|
13,0
|
Fonte: Globocan. IARC (WHO), 2012.
* Os dados do Globocan são diferentes dos dados das fontes nacionais por diferenças metodológicas no cálculo das taxas.
** Referem-se à estimativa de incidência para 2016/2017 (INCA, 2015) e à taxa de mortalidade do ano de 2014 (Sistema de Informação sobre Mortalidade/Ministério da Saúde).
Na mortalidade proporcional por câncer em mulheres, em 2014, os óbitos por câncer de mama ocupam o primeiro lugar no país, representando 15,7% do total de óbitos. Esse padrão é semelhante para as regiões brasileiras, com exceção da região Norte, onde os óbitos por câncer de mama ocupam o segundo lugar, com 12,2%. Neste ano, os maiores percentuais na mortalidade proporcional por câncer de mama foram os do Sudeste (16,5%) e Centro-Oeste (16,3%), seguidos pelos Sul (15,4%) e Nordeste (14,7%) [5].
* Os dados do Globocan são diferentes dos dados das fontes nacionais por diferenças metodológicas no cálculo das taxas.
** Referem-se à estimativa de incidência para 2016/2017 (INCA, 2015) e à taxa de mortalidade do ano de 2014 (Sistema de Informação sobre Mortalidade/Ministério da Saúde).
Na mortalidade proporcional por câncer em mulheres, em 2014, os óbitos por câncer de mama ocupam o primeiro lugar no país, representando 15,7% do total de óbitos. Esse padrão é semelhante para as regiões brasileiras, com exceção da região Norte, onde os óbitos por câncer de mama ocupam o segundo lugar, com 12,2%. Neste ano, os maiores percentuais na mortalidade proporcional por câncer de mama foram os do Sudeste (16,5%) e Centro-Oeste (16,3%), seguidos pelos Sul (15,4%) e Nordeste (14,7%) [5].
A incidência do câncer de mama tende a crescer progressivamente a partir dos 40 anos, com exceção de países da Ásia [4]. A mortalidade também aumenta progressivamente com a idade, conforme dados para o Brasil apresentados a seguir [5]. Na população feminina abaixo de 40 anos, ocorrem menos de 10 óbitos a cada 100 mil mulheres, enquanto na faixa etária a partir de 60 anos o risco é 20 vezes maior.
Taxas de mortalidade por câncer de mama feminina, específicas por faixas etárias, por 100.000 mulheres. Brasil, 1990 - 2014
Fonte: Sistema de Informação de Mortalidade/DATASUS
Atualizado em: 17/05/2017
Referências
[1] WORLD HEALTH ORGANIZATION. International Agency for Research on Cancer. Globocan 2012.[2] INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER (Brasil). Estimativa 2016. Incidência do Câncer no Brasil. Rio de Janeiro: INCA, 2015.
[3]. INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER (Brasil). Atlas da Mortalidade. Disponível em: http://mortalidade.inca.gov.br/Mortalidade/. Acesso em: 11/11/2015.
[4] ADAMI H., HUNTER, D. e TRICHOPOULOS, D. (editores) Testbook of Cancer Epidemiology. 2nd ed.: Oxford University Press, 2008.
[5] BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Informática do SUS (Datasus). Sistema de Informações sobre Mortalidade - SIM. http://www2.datasus.gov.br/DATASUS/index.php?area=0205 Acesso em: 11/12/2014.
[4] ADAMI H., HUNTER, D. e TRICHOPOULOS, D. (editores) Testbook of Cancer Epidemiology. 2nd ed.: Oxford University Press, 2008.
[5] BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Informática do SUS (Datasus). Sistema de Informações sobre Mortalidade - SIM. http://www2.datasus.gov.br/DATASUS/index.php?area=0205 Acesso em: 11/12/2014.
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