Quando você toma corticoides, seja por via oral, injetável ou inalável, o seu corpo começa a liberar mais glicose no sangue.
O uso de corticoides, remédios utilizados para tratar diversas condições de saúde, como alergias, asma, doenças autoimunes e inflamações severas, pode trazer complicações para pessoas que convivem com diabetes, como a glicose alta.
Esses medicamentos, embora eficazes no controle de inflamações e na supressão do sistema imunológico, são conhecidos por elevarem significativamente os níveis de glicose no sangue, tornando o controle do diabetes um verdadeiro desafio.
Como os corticoides afetam a glicose
Os corticoides são hormônios que imitam os efeitos do cortisol. Este é um hormônio natural do corpo que aumenta os níveis de glicose no sangue como parte da resposta ao estresse. Quando você toma corticoides, seja por via oral, injetável ou inalável, o seu corpo começa a liberar mais glicose no sangue.
Isso ocorre porque eles promovem a liberação de glicose pelo fígado e reduzem a sensibilidade das células à insulina. Por isso, a glicose não é tão facilmente absorvida pelas células para ser usada como energia. Como resultado, os níveis de glicose no sangue podem subir dramaticamente.
LINK: https://youtu.be/2ilKQmimpH8
Qual é o risco para quem tem diabetes?
Para quem já vive com diabetes, especialmente o tipo 2, essa elevação da glicemia pode ser difícil de gerenciar. Em muitos casos, mesmo pessoas que mantinham a glicose bem controlada antes de começar o tratamento com corticoides podem ver seus níveis dispararem para valores perigosamente altos.
Situações de hiperglicemia severa, com glicemia acima de 400 ou 500 mg/dL, não são incomuns e representam um risco significativo para a saúde, podendo levar a complicações como cetoacidose diabética, uma condição potencialmente fatal.
Mas não são apenas as pessoas com diabetes diagnosticado que devem se preocupar. Durante a pandemia de Covid-19, por exemplo, o uso intensivo de corticoides no tratamento de casos graves levou muitos pacientes, que até então não tinham diabetes, a desenvolverem a doença.
Isso mostra que esses remédios podem ser um fator desencadeante para o diabetes tipo 2. Especialmente em pessoas que já possuem fatores de risco, como sobrepeso, sedentarismo e histórico familiar de diabetes.
O que fazer se você precisa tomar corticoides
Se você foi prescrito corticoides e tem diabetes, o primeiro passo é informar seu médico sobre a sua condição. Esse é um detalhe importante, pois permitirá que o profissional ajuste seu plano de tratamento para minimizar os impactos dos corticoides na sua glicemia. A endocrinologista Denise Franco destaca a importância desses ajustes, que podem incluir:
- Revisão e ajuste da medicação: se você toma medicamentos orais para controlar a glicose, como metformina, seu médico pode aumentar a dosagem ou adicionar novos medicamentos ao seu regime. Para aqueles que utilizam insulina, pode ser necessário aumentar a quantidade de insulina injetada para compensar o efeito hiperglicêmico dos corticoides.
- Monitoramento rigoroso: durante o período em que estiver usando corticoides, é essencial que você monitore seus níveis de glicose com mais frequência do que o habitual. Isso ajudará a identificar rapidamente qualquer aumento na glicemia e a tomar as medidas necessárias para controlá-la.
- Dieta e hidratação: manter uma alimentação equilibrada e rica em fibras pode ajudar a moderar os picos de glicemia. Beber bastante água também é crucial, pois ajuda a evitar a desidratação, que pode agravar os efeitos da hiperglicemia.
- Consulta regular com seu médico: Durante o uso de corticoides, a pessoa deve marcar consultas mais frequentes com o endocrinologista ou médico de confiança para avaliar a eficácia das medidas adotadas e ajustar o tratamento conforme necessário.
Em alguns casos, mesmo com todas as precauções, os níveis de glicose podem permanecer elevados. Se você notar que sua glicemia está consistentemente acima de 300 mg/dL, mesmo com os ajustes no tratamento, é fundamental procurar ajuda médica imediatamente. A hiperglicemia persistente pode exigir intervenções mais agressivas, como a administração de insulina de ação rápida em um ambiente hospitalar para prevenir complicações graves.
Editor-Chefe e Supervisor de Comunicação - Jovem, antenado e questionador, Marcelo convive com diabetes tipo 1 desde os 5 anos de idade. Natural de Nova Friburgo, no Rio de Janeiro, é jornalista e está sempre em busca de novos aprendizados. Atua na produção e edição de reportagens, roteiros e conteúdos que unem informação, sensibilidade e relevância. Também supervisiona a comunicação institucional do Um Diabético e contribui ativamente para o diálogo com a comunidade. Sua vivência com o diabetes traz ainda mais autenticidade e empatia para o conteúdo que produz.
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abs
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