O estudo foca em uma forma de diabetes que afeta bebês nos primeiros seis meses de vida.
Um consórcio internacional de cientistas publicou uma descoberta marcante. O estudo saiu no periódico The Journal of Clinical Investigation. A pesquisa identifica uma nova causa genética do diabetes neonatal. Este é um tipo de diabetes diagnosticado antes dos seis meses de vida. Além disso, o estudo foca em uma condição devastadora e extremamente rara. Ela é conhecida como síndrome MEDS (Microcefalia, Epilepsia e Síndrome do Diabetes). Esta nova descoberta ajuda, portanto, a desvendar porque esses bebês desenvolvem a condição. Consequentemente, ela abre caminhos para futuras pesquisas.
O que é a síndrome MEDS?
A síndrome MEDS é uma condição congênita. Basicamente, ela se manifesta com uma tríade de sintomas graves. Esses sintomas são: microcefalia (desenvolvimento cerebral e craniano anormal), epilepsia e diabetes neonatal. Ela é incrivelmente rara. De fato, até a data desta publicação, apenas 11 casos foram documentados em todo o mundo. Justamente por causa dessa raridade, cada descoberta genética representa um avanço monumental para as famílias afetadas.
A descoberta do TMEM167A: a terceira causa genética
A pesquisa atual esclarece que a síndrome MEDS já era conhecida. No entanto, sua causa genética exata permanecia um mistério em vários pacientes. Anteriormente, cientistas já haviam ligado a síndrome a mutações em dois genes: IER3IP1 e YIPF5.
O novo estudo foi liderado por pesquisadoras de ponta. Entre elas, estão a Dra. Elisa De Franco (Universidade de Exeter) e a Professora Miriam Cnop (Universidade Livre de Bruxelas). A equipe, então, analisou o genoma de seis bebês com a síndrome. Com isso, eles descobriram que esses seis pacientes compartilhavam mutações recessivas em um terceiro gene, o TMEM167A. Esta é, portanto, a identificação da terceira e mais recente nova causa genética do diabetes neonatal relacionada à MEDS.
Como a mutação destrói as células beta
O artigo vai além da simples identificação do gene. Na verdade, ele explica o mecanismo de falha. O gene TMEM167A é crucial tanto no pâncreas quanto no cérebro.4 Nas células beta pancreáticas, por exemplo, o gene tem um papel vital, pois são elas as responsáveis por produzir insulina.
Especificamente, o gene ajuda a transportar a pró-insulina (precursora da insulina). Esse transporte vai do retículo endoplasmático (ER) para o complexo de Golgi, onde ela é processada. Quando o TMEM167A sofre mutação, esse transporte falha. A pró-insulina, então, fica retida. Ela se acumula e causa um “engarrafamento” proteico. Esse acúmulo, por sua vez, gera um estresse imenso no ER. Eventualmente, o estresse é tão grande que as células beta ativam a apoptose, ou seja, a morte celular programada. Consequentemente, as células não são “desativadas”. Elas são, de fato, destruídas por um colapso logístico interno.
Implicações para o futuro da pesquisa
Embora a síndrome MEDS seja ultrarrara, essa descoberta tem implicações maiores. Ela solidifica a MEDS como uma “traficopatia”. Isto é, uma condição onde diferentes falhas genéticas quebram a mesma via de transporte celular. Os genes são IER3IP1, YIPF5, e agora TMEM167A. Compreender essa nova causa genética do diabetes neonatal é, portanto, fundamental.
A Professora Miriam Cnop destacou que esses modelos celulares são “extraordinários para estudar os mecanismos da [condição] e testar tratamentos”. Por isso, em vez de três terapias genéticas distintas, talvez uma única terapia possa ajudar no futuro. O foco seria aliviar o estresse do ER. Teoricamente, ela beneficiaria todos os pacientes com MEDS, independentemente de qual gene está mutado.
obs. conteúdo meramente informativo procure seu médico
abs
Carla






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