20/7/2011 - Fonte: UOL
Não há dúvida de que as pessoas com diabetes têm mais chances de apresentarem condições que aumentem o risco de infartos. Esse artigo discute essas condições - doenças cardíacas, hipertensão, colesterol alto, coágulos de sangue, derrame cerebral, insuficiência cardíaca e doença arterial periférica - e sua ocorrência entre diabéticos. Ele também explica porque os diabéticos são propensos a certos riscos e que mudanças no estilo de vida eles podem fazer para manter o coração saudável. Começaremos na próxima seção com uma visão geral da diabetes e das doenças cardíacas. Pelo menos metade dos pacientes com diabetes tem hipertensão, a principal causa de infartos Risco de doença cardíaca em diabéticos Se comparadas à população em geral, as pessoas com diabetes tipo 2 têm de duas a seis vezes mais chance de ter um infarto. Além disso, os infartos tendem a ser fatais com mais freqüência nos diabéticos. Os cientistas não sabem ao certo porque a diabetes parece aumentar o risco de doença cardiovascular, mas estão se formando algumas teorias intrigantes.
Para alguns cientistas, quase todos os pacientes com diabetes tipo 2 desenvolvem resistência a sua própria insulina, de modo que o pâncreas continua produzindo esse hormônio crítico em abundância na tentativa de vencer a resistência à insulina. Existem algumas evidências científicas de que os altos níveis de insulina no sangue provocam mudanças prejudiciais na parede dos vasos sangüíneos que levam à arterosclerose. Outra teoria sugere que o próprio nível de açúcar no sangue é o culpado. Em todos os seres humanos, uma reação química entre a glicose e as proteínas no corpo produz compostos chamados de produtos finais de glicosilação avançada. O corpo produz quantidades maiores de proteínas glicosiladas à medida que se fica mais velho. Como a diabetes aumenta a quantidade de glicose no sangue disponível para ser glicosilada, as pessoas com a doença tendem a ter concentrações altas de proteínas glicosiladas. Infelizmente, esses compostos ruins podem prejudicar as artérias, facilitando sua obstrução, além de aumentar o risco de uma longa lista de outras complicações comuns da diabetes. O papel das proteínas glicosiladas e o nível elevado de açúcar no sangue na doença cardíaca têm sido assunto de debate.
Risco de hipertensão em diabéticos Mais conhecida como pressão alta, a hipertensão é uma das principais causas de infartos. A pressão nos vasos sangüíneos aumenta naturalmente quando você faz um esforço ou se exercita. Mas se você tiver hipertensão, a pressão arterial será sempre alta. Embora as pessoas digam que podem sentir a pressão arterial subir quando estão zangadas ou frustradas, a hipertensão realmente não tem sintomas. É por isso que ela é chamada de doença "silenciosa". A pressão arterial cronicamente elevada força o coração a trabalhar mais, o que pode enfraquecê-lo com o tempo.
A pressão alta também aumenta o desgaste das artérias.Pelo menos metade dos pacientes com diabetes têm hipertensão. A obesidade é um fator de risco comum para a hipertensão e a diabetes, por isso, freqüentemente essas duas doenças andam juntas (embora o porquê não seja claro). De acordo com um estudo feito, metade das pessoas diabéticas têm pouco controle sobre sua pressão arterial. A hipertensão também aumenta o risco de outras complicações da diabetes.Discutiremos porque os diabéticos deveriam fazer o controle de seu colesterol.
Estresse e pressão alta Às vezes, quando as pessoas estão chateadas ou ansiosas, elas dizem que sua pressão arterial está subindo. Na verdade, o estresse emocional pode fazer com que os vasos sangüíneos bem abaixo da pele se dilatem, o que pode deixar o rosto vermelho. Mas não se preocupe, pois isso não significa que os vasos estão prestes a se romper. Esse fenômeno não faz a pressão arterial subir. Risco de colesterol em diabéticos Todos nós sabemos que colesterol alto pode aumentar o risco de doença cardíaca.
Mas você conhece os tipos de colesterol e o efeito de cada um no coração? Colesterol HDL O colesterol HDL (lipoproteína de alta densidade) geralmente é descrito como o tipo "bom", mas o que há de especial nele? O fígado fabrica o colesterol, que o corpo utiliza em uma série de funções, como a reparação das paredes da célula. O LDL (lipoproteína de baixa densidade) carrega o colesterol pelo corpo, mas o processo pode ficar malfeito, com a substância gordurosa se acumulando lentamente nas paredes das artérias.É por esse motivo que o fígado também fabrica o HDL, que age como um aspirador de pó no sangue. As moléculas de HDL se movimentam absorvendo a sobra do colesterol, que é levada de volta ao fígado para ser eliminada. As pessoas com altos níveis do colesterol HDL têm menos infartos do que as que têm baixos níveis.Colesterol LDL Embora os níveis elevados de colesterol LDL aumentem o risco de doença cardíaca, as pessoas com diabetes não têm necessariamente excesso de material gorduroso.
Entretanto, os diabéticos geralmente têm uma versão especialmente maléfica do chamado colesterol "ruim". O colesterol LDL apresenta-se em vários tipos: algumas partículas são grandes e leves, enquanto outras são pequenas e densas. Embora as partículas grandes tenham a tendência de flutuar no sangue, a pesquisa sugere que as partículas pequenas e densas são mais prováveis de se depositarem nas artérias e formarem placas potencialmente fatais.
Infelizmente, as pessoas com diabetes tipo 2 geralmente têm concentrações excepcionalmente altas das partículas LDL, pequenas e densas, no sangue. Triglicerídes alto Quando você come mais comida do que seu corpo precisa para obter energia, o que sobra fica armazenado como triglicerídeo, uma forma de gordura. Você queima os triglicerídeos como uma energia reserva entre as refeições, mas altos níveis dessa gordura no sangue foram associados à doença cardíaca.Os coágulos de sangue podem causar um infarto ou um derrame cerebral.
Aprenda mais sobre a relação entre os coágulos de sangue e a diabetes.Risco de coágulo de sangue em diabéticosAs pessoas com resistência à insulina - pacientes com diabetes do tipo 2 - têm tendência a ter no sangue altos níveis de uma proteína chamada fibrinogênio. Nós precisamos de uma certa quantidade de fibrinogênio, já que o trabalho dessa proteína é coagular o sangue. Sem ela poderíamos sangrar até a morte no caso de um corte. Entretanto, o excesso de fibrinogênio pode tornar o sangue grosso ou "viscoso", facilitando a formação de coágulos. E você definitivamente não vai querer que apareçam coágulos de sangue nas suas artérias coronárias. Os diabéticos também têm tendência a níveis altos de várias outras proteínas no sangue, que favorecem o processo de coagulação.Um coágulo de sangue também pode provocar derrame cerebral.
Você vai conhecer os fatos sobre o risco de derrame em diabéticos.Risco de derrame cerebral em diabéticos Os médicos se referem ao derrame como acidente vascular cerebral. Os infartos e os derrames têm muito em comum. Assim como os infartos, os derrames ocorrem devido a uma perda repentina da circulação do sangue, nesse caso, ao cérebro. Tanto os derrames quanto os infartos são emergências médicas extremas - geralmente fatais ou associadas a incapacidades graves. E, como acontece com os infartos, a diabetes aumenta o risco de derrames cerebrais. Comparados à população em geral, os portadores de diabetes têm de duas a três vezes mais chance de sofrerem um derrame.Para ser mais preciso, os diabéticos têm um risco maior de terem a variedade mais comum de derrame. Os derrames isquêmicos, responsáveis por 80 a 85% dos ataques, ocorrem quando um vaso sangüíneo que vai para o cérebro fica obstruíd(a isquemia significa "perda de fluxo sangüíneo").
Podem ocorrer devido à formação gradual de material viscoso e gorduroso nas paredes dos vasos sangüíneos, da mesma forma que as placas se acumulam nas artérias que levam o sangue para o coração. Ou, um coágulo de sangue que se formou em algum lugar no corpo pode se soltar e flutuar para os vasos do cérebro para, finalmente, obstruir a circulação.A outra forma de doença cerebrovascular é chamada de derrame hemorrágico, que ocorre quando um ponto fraco em um dos vasos sangüíneos do cérebro se rompe ou vaza. O excesso de sangue resultante faz pressão no cérebro. Os derrames hemorrágicos constituem cerca de 15 a 20% de todos os derrames e não parecem estar associados a diabetes.Os resultados podem ser devastadores em qualquer tipo de derrame cerebral. Embora o cérebro tenha apenas 2% do peso do corpo, ele consome 20% do oxigênio e aproximadamente 15% do sangue que o coração bombeia. Quando os caminhos de suprimento de sangue rico em oxigênio estão obstruídos, as células do cérebro começam a morrer. A função que esses neurônios tiverem no corpo - como falar, andar e engolir - sofrerá e poderá ser perdida. Estudos mostram que uma pessoa com diabetes tem mais chance de morrer ou de sofrer lesões neurológicas irreversíveis (resultando em incapacidade permanente em conseqüência de um derrame) do que pessoas que não têm diabetes.
A boa notícia: se você tomar algumas atitudes para eliminar o risco de doença cardíaca, saiba que essas atitudes podem limitar o risco de derrame cerebral.Você acha que infarto e insuficiência cardíaca são a mesma coisa? Não são. Descubra a diferença a seguir.Risco de insuficiência cardíaca em diabéticos Muitas pessoas acham que insuficiência cardíaca é sinônimo de infarto. Embora o infarto possa ser uma causa da insuficiência cardíaca, eles são diferentes. Os infartos ocorrem porque uma artéria bloqueada impede que o sangue chegue ao coração. Quando uma pessoa tem insuficiência cardíaca, entretanto, o coração não consegue bombear um volume adequado de sangue de volta à circulação. Pode-se dizer que o coração ainda trabalha, mas falha ao atender às exigências do corpo. Além disso, embora os infartos aconteçam repentinamente, a insuficiência cardíaca é uma condição crônica que piora gradualmente com o decorrer do tempo. Os primeiros sinais de problema geralmente são fadiga e falta de ar. E este último pode ficar pior se você deitar. Finalmente, o coração pode ficar tão fraco que não consegue mais levar o sangue pelo sistema circulatório com eficiência. O sangue parado começa a se concentrar nas veias e a causar inchaço, geralmente nas pernas e nos tornozelos, embora qualquer parte do corpo possa ser afetada, especialmente os pulmões. Já que essa doença faz o sangue no sistema circulatório ficar congestionado, geralmente ela é chamada de insuficiência cardíaca congestiva. Cerca de cinco milhões de americanos têm insuficiência cardíaca. A doença possui muitas causas, incluindo infartos.
Mesmo antes do infarto, entretanto, o acúmulo de colesterol obstrui as artérias diminuindo o fluxo sangüíneo e fazendo o coração trabalhar com mais dificuldade que o normal, o que pode enfraquecê-lo. Hipertensão, infecções e outras doenças podem provocar insuficiência cardíaca. Embora a aterosclerose e a pressão alta geralmente acompanhem a diabetes, alguns médicos desenvolveram teorias de que o nível elevado de açúcar no sangue aumenta de forma independente o risco de insuficiência cardíaca. A teoria continua polêmica. Entretanto, não há dúvida de que a insuficiência cardíaca é um problema sério se você tiver diabetes. Homens com diabetes têm risco dobrado de desenvolver insuficiência cardíaca comparado a não diabéticos, enquanto nas mulheres diabéticas o risco de desenvolver insuficiência cardíaca é cinco vezes mais provável comparadas às mulheres não diabéticas. Os médicos geralmente pedem que os pacientes com insuficiência cardíaca percam alguns quilos e moderem o consumo de sódio e líquidos, especialmente álcool, que poderia piorar a evolução da doença.
A insuficiência cardíaca geralmente é tratada com medicamentos prescritos para a hipertensão, incluindo os inibidores da ECA, beta-bloqueadores e diuréticos, assim como o digital, um medicamento muito antigo que ainda se usa hoje em dia para melhora dos sintomas como a falra de ar na insuficiência cardíaca congestiva.Discutiremos a seguir a doença arterial periférica ou o estreitamento das artérias. Risco de doença arterial periférica (DAP) em diabéticos A aterosclerose, o estreitamento dos vasos sangüíneos pela deposição de colesterol com alterações da parede do vaso, é uma conseqüência de vários fatores, entre eles a diabetes e a hipertensão. Embora a aterosclerose nas artérias coronárias seja responsável pela causa número um de morte na civilização ocidental, as artérias (vasos sangüíneos que transportam o sangue oxigenado) do resto do corpo também podem ficar obstruídas. O problema, conhecido como doença arterial periférica, ou DAP, atinge até 12 milhões de americanos, embora somente metade desenvolva os sintomas.
A DAP pode ocorrer nos braços e em outras partes do corpo, mas a maior parte geralmente atinge a região abaixo da cintura. Como o fluxo sangüíneo para os músculos das pernas ficam mais lentos, podem ocorrer dor e câimbra nas panturrilhas, nas coxas ou nos quadris durante uma caminhada. O desconforto acaba se você pára para descansar. Já que a dor vem e vai, é conhecida como claudicação intermitente.Muitas pessoas que desenvolvem os sintomas da DAP nunca as mencionam para os médicos, achando que um pouco de dor é normal com a idade. Mas com o tempo, a falta de fluxo sangüíneo adequado aos membros inferiores pode levar a algumas conseqüências graves. Pouca circulação às extremidades inferiores pode levar a feridas horríveis, à gangrena e até à amputação de um ou dois pés.
As pessoas com diabetes têm de duas a três vezes mais chance do que as que não têm a doença de desenvolverem a DAP. Na verdade, assim como um diabético, quando você chega aos 50 anos, suas chances são de uma em três, aproximadamente, de desenvolver algum grau de doença arterial periférica. Além disso, quando comparados a outros pacientes com DAP, os diabéticos têm de 10 a 30 vezes mais chance de amputar um pé.E acredite ou não, essa não é a parte mais assustadora. Os médicos chegaram a pensar na doença arterial periférica como um sinal de perigo - um aviso de que um paciente teria um infarto ou um derrame cerebral. Um estudo descobriu que 70% das pessoas que têm doença arterial periférica também têm obstruções graves nas artérias coronárias. Já outro estudo mostrou que a claudicação intermitente diminui a expectativa de vida em cerca de 10 anos.A diabetes pode afetar a saúde do coração de um diabético de diversas formas. Manter o coração o mais saudável possível - enquanto controla o açúcar no sangue - é essencial. Fale com seu médico sobre possíveis riscos.
Cardiologia é um tema recorrente nos últimos tempos, e é muito importante termos sempre mais informações, pois assim como diabetes, outras doenças também afetam o coração.
ResponderExcluirCardiologia,olá! Obrigada pela visita e comentário. Sim a informação é importante a cada dia temos novos tratamentos para uma qualidade de vida melhor.
ResponderExcluirabs. fraternos,
Carla