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quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Aprendizes da dor, não do sofrimento!

Imagem1 Dia Mundial do diabetes 1.png              Aprendizes da dor, não do sofrimento! 



                 

Dor vital: coloca-nos como aprendizes e nos conecta com a amorosidade e a alegria

 
REFLETINDO SOBRE A ALEGRIA
 
A alegria é objetiva porque ela é o que é independentemente do estado emocional.  Alegria tem estabilidade e oscila, aumentando quando há ganhos. Ela independe da emoção e da subjetividade. A alegria não é reativa pois não se produz alegria. Alegria se sente ou não se sente.
Às vezes confundimos estar ou não estar alegre com distimia. Distimia é ter uma nuvem negra em cima da cabeça, não se tendo alegria de ser vivo.  Quem tem distimia tem um reservatório de alegria muito baixo. Um bebê que não recebe um contato alegre, morre. Caminhar, correr, fazer atividade física, que são prazeres naturais, são artifícios que nos ajudam a sair do processo de distimia.
Alegria também é diferente de prazer. O prazer é flutuante. Podemos até fazer algo que nos dê prazer. O prazer é subjetivo e cada um constrói o seu, ao seu “bel prazer”. De forma objetiva, o prazer é expresso como estado de alegria. A questão é que confundimos os dois!
 
 EU SUBJETIVO E  EU OBJETIVO
 
A subjetividade não reconhece, não aceita, não convive e não gosta do limite. Subjetividade é estar abaixo (sub) do real. O subjetivo tem a ver com quantidade, já que o subjetivo se relaciona com o ilimitado!
Objetividade vem de objetivo, que significa “colocar à frente para que seja visto” e esta é uma possibilidade comum a todos os vivos. Precisamos da objetividade. É natural que não se queira o limite para si e nem para o que se gosta. Porém o objetivo tem a ver com qualidade, pois ao invés de muita coisa, ele prefere o que é bom. Apenas bom. Não é quantidade, é qualidade.
Subjetividade é o ponto de partida e a objetividade é o desenvolvimento. Só se adquire a objetividade depois que se aprende, depois que se desenvolve. A função da objetividade é retirar o excesso de subjetividade.
Logo, o eu subjetivo tem uma tendência para tornar tudo grande aquilo que pode ser visto pelo eu objetivo, na realidade, como algo que é do tamanho que é, nem muito e nem muito pouco, é qualidade.
 
REFLETINDO SOBRE O SOFRIMENTO
 
O sofrimento é subjetivo e o correspondente objetivo do sofrimento é dor. O sofrimento é reação contra a vida real. De forma objetiva o sofrimento é expresso pela dor.
O disparador do sofrimento é a perda de um ideal, da perfeição imaginária. Perder algo imaginado, como se o imaginado fosse real. O sofrimento é a “frustração da expectativa”, mesmo que a perda seja de coisa ruim. O sofrimento é uma acomodação ao social, ao costume e, por incrível que pareça, vai contra a adaptação. Onde há sofrimento, está a acomodação.  Onde há adaptação, está o lado doído. Todo sofrimento é um ataque à vaidade de ser especial. Assim, prefere-se sofrer pela vaidade, em vez de topar com a “dor de ser comum”. O sofrido confunde ser com fazer. É através do fazer que uma pessoa pode ser especial. Vale trabalhar a interface entre o fazer e o ser comum. O sofrimento interfere no especial, dificultando entrar na dor e cair na real. Então, é preciso entrar na dor para sair do sofrimento e assim, se tornar ainda mais especial.
 
 
O sofrimento é uma reação automática de rejeição à dor. Se a dor não é sentida de forma objetiva, o sofrimento tende a ser bem maior!
A dor é contração e não há vida sem contração. Contrair está no fluxo. A dor avisa que estamos fazendo algo que não está bem. Sem a dor não há movimento, é um sinal vital de alarme. A dor faz parceria com a recompensa.
Solidão e angústia são subjetivas e o par complementar na objetividade é o solidário. Ao exercitar “ser solidário” nunca estaremos sozinhos. Somos únicos e se estamos conosco e com os outros, estamos sempre acompanhados.
A grande força da subjetividade é quando ela se instrumenta na liberdade. Liberdade é um conceito subjetivo: ninguém nos dá e ninguém nos toma. Somos livres no subjetivo. Até na prisão, se houver subjetividade, ter-se-á liberdade de sentir e de pensar, embora não se possa fazer o que se quer. Podemos, assim, assumir a liberdade de nos conectar com o que nos faz bem.
O correspondente objetivo da liberdade é a responsabilidade. É importante nos sentirmos seres livres que somos, mas com a responsabilidade que nos organiza para a realidade. A responsabilidade é o que é. Escolher é algo objetivo e o correspondente subjetivo da escolha é a indecisão. O problema do subjetivo é que ele é excessivo, intenso e provoca mal estar. O bem estar é a conexão com a objetividade. Portanto, o que vale é nos conectarmos com o que é objetivo, conhecido, visível, palpável. Assim impedimos fantasias adoecedoras.  
A vida é um caminho dinâmico de relacionamentos, sintonizados. O oposto de caminhar é a estagnar. Vale o estímulo para se percorrer o caminho. Só é relação o que está presente e tem presença amorosa. A presença é um poder invisível, com muita força. Não é linear e contém pausas e saltos. Não interrompe e nem para, é dinâmico.
Considerando que a vida não tem “fixidez”, tudo que é vivo segue pacientemente. Não é passado e nem futuro, é o que está presente, presença, não ligado ao tempo do relógio ou da eternidade. Não é palavra, é sentimento.
 
SENDO APRENDIZ
 
Existem duas inadequações fundamentais: impor-se, colocando-nos contra os fatos da vida; ou submeter-se, retirando-se, abdicando-se do próprio poder de buscar bem estar.
Adaptar-se é se tornar apto.  É um aprendizado e ninguém nasce com essa aptidão. A ideia da palavra colaboração é uma referência. Com a colaboração de outros, aprendemos. Vale criar colaboradores e ser criado por colaboradores.  Como podemos colaborar diante da nossa dor? Quais os colaboradores podemos  conectar para digerir a nossa dor?
Sensibilidade e saúde são da vida real e ambos aspectos nos ajudam a construir a capacidade de contrair (tensionar) na hora em que for necessário e descontrair (relaxar) no movimento seguinte. Conectar a “contratura” e a “descontração”, conectar a tristeza com a alegria. A sensibilidade vai se afinando no processo de viver o real na presença do espírito, fazendo negociações possíveis.
A vida é o espírito da alegria. Quem faz contato com o espírito da alegria, sente a vida.  A vida é alegre porque se renova e vitaliza. A vida é um conjunto e o menor elemento da vida é a respiração. A respiração é relação de troca, havendo a contração e o relaxamento.
O arrependimento é uma força psicológica que conduz à reparação e à regeneração. A reparação refere-se a coisas materiais, havendo um esforço em se substituir. A regeneração refere-se ao que é vivo, negociando para a retomada do fluxo.
No mundo há uma proposta de superação, “levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima”, sem encanto.
Na vida não tem ideal, não tem fixo e não tem perfeição. Existem duas chances na vida, a transformação e a mudança.  Se uma pessoa estiver deprimida, vale buscar meios para se animar e se estiver eufórica, o caminho será o da busca de moderação. A vida é uma inconstância constante, havendo mudanças interligadas que levam ao aprender progressivo. Uma grande lesão na vida é “não aprender de si”.
A vida não escolhe alguém subjetivamente, ela é um dado objetivo. A única coisa que não termina na vida é a relação. Todo organismo vivo tem dois polos, um dos polos é a dor e o outro é o bem estar.
Portanto, o  que afirmo é que a vida e o real são fluxos contínuos que nos convocam a sermos aprendizes contínuos da arte de viver, mesmo com os desafios e empecilhos. Que acionemos nossa coragem de seguir, ir em frente e aprender a cada momento. Que no lugar de nos aprisionarmos em orientações do que é certo e do que é errado, que possamos continuamente nos perguntar “o que tem neste momento que funciona?”, “o que tem neste momento que é útil?”, o que tem neste momento que me faz bem e aos que estão à minha volta?”
 
QUADRO de COMPLEMENTARIEDADE
 
PARA TE AJUDAR A LIDAR MELHOR O EU SUBJETIVO E O OBJETIVO
 
SUBJETIVO (se impõe)OBJETIVO (não se impõe)
EuOutro
Gostar, querer, desejoO que faz bem
ConcretoSimbólico
PrazerAlegria
SofrimentoDor
InérciaFluxo
PrisãoLimite, realização
Solidão, angústiaSolidariedade
LiberdadeResponsabilidade
IndecisãoEscolha
Costumes, hábitosAprendizagem
Sensorial, emoçãoSentimento
AlmaEspírito
Mal-estarBem-estar
Fanatismo, crença
SocialVida
PreçoValor
DesgraçaEstado de graça ou estado de espírito
PrivilegioPrioridade
PerfeiçãoImperfeição
QualidadeVirtude
Oração, rezarMeditar
SalvarAjudar
 
 
obs. conteúdo meramente informativo procure seu médico
abs
 
Carla
extraído:http://cuidadorfamiliar.com.br/aprendizes-da-dor-nao-do-sofrimento/

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