Muitas pessoas dizem que a medicina não é uma profissão e sim uma
missão. Esta frase se adéqua muito a um médico maravilhoso que tive a
oportunidade de conhecer na Austrália há alguns anos. Dr. Gabriel
Lijteroff nasceu em uma família argentina, onde pai, tios, tias e primos
são médicos. Seu pai com 83 anos continua a praticar com amor e
dedicação a profissão e continua a inspirá-lo em suas decisões. Ele
sente que a medicina é sua essência, não é uma simples profissão, mas um
modo de vida.
Dr. Gabriel decidiu se especializar em diabetes, mesmo sendo um
médico internista, pois seu avô tinha a condição e precisou amputar seu
pé, devido ao mau controle. Anos depois, conheceu o Dr. Maximino Ruiz e
sua equipe do Hospital Nacional de Clínicas, em Buenos Aires. O amor
pela profissão, o apego ao pensamento científico e à humanidade no
tratamento de pessoas com diabetes o fizeram tomar a decisão por esta
especialidade para sempre.
Com dois anos formados, há 26 anos, Dr. Maximino o convidou para
participar de uma associação de diabetes. “Estava ainda na Residência
Médica, memorizando protocolos de tratamento de patologias infinitas,
entre muitos outros assuntos, quando me adotaram como conselheiro
médico. Me senti muito honrando pelo convite e pela confiança
depositada, e fui treinado como educador. Eu estava entre os primeiros
doze mestres em diabetologia na Argentina. Mas na Associação, eu tive
muito mais conhecimento, funcionando como programa de pós-graduação em
diabetologia, pois tinha contato com mães de crianças com diabetes, que
compunham a instituição”.
“Conheci a luta diária delas. Já naquela época faltavam insulina e
insumos; vivenciei a angústia e a vigília noturna permanente ao temer
uma hipoglicemia; o valor de um bom tratamento e saber como ouvir na
consulta médica; a necessidade de ser perseverante e trabalhar em
conjunto com profissionais de saúde e a comunidade para o bem-estar da
pessoa com diabetes. Em suma, eu aprendi a nunca perder de vista o fato
de que o diabetes se instala em uma pessoa e, ao mesmo tempo, precisa
ser tratado com doçura. Enfim, comecei a participar das reuniões da
Federação Argentina de Diabetes (FAD), representando a ASADIA, outra
instituição que representa pacientes na Argentina”, recorda Dr. Gabriel.
“Lá conheci pessoas maravilhosas, representantes exemplares de todas
as províncias argentinas. Juntos, entre pessoas com diabetes e
profissionais de saúde, lutamos e conseguimos, entre outras coisas, a
regulamentação da lei do diabetes e que cada vez mais pessoas aprendem a
ter uma vida melhor. Fui eleito presidente no período entre 2006 e
2008. Desde então e até a data, fui honrado com a direção de seu comitê
científico para os esforços sucessivos. Há alguns anos, coordeno os
assuntos internacionais da instituição e faço parte do seu comitê
honorário na minha qualidade de ex-presidente da instituição”, relata o
médico.
O médico internista trabalha no serviço de diabetologia no Hospital
Santamarina, em Buenos Aires, desenvolveu junto com sua equipe um plano
de alfabetização de adultos com diabetes, que oferece o diploma da
escola primária, e ensinam os cuidados essenciais para a sua saúde de
todos os associados. Além disso, oferece um curso anual para pessoas com
diabetes e sua família focado na prevenção, junto com shows artísticos,
que precedem a atividade, porque sabemos que as pessoas aprendem mais
com alegria.
Os desafios da Federação Argentina de Diabetes são enumerados pelo
médico “gerar consciência, motivar, educar em diabetes. Nós sempre
lutamos pela inclusão da pessoa com diabetes para ser útil para si, como
para a comunidade onde mora. Para isso, realizamos uma reunião anual
que reúne mais de 800 pessoas de todas as idades, além de reuniões
juvenis organizadas pela própria Federação ou por mais de 50 membros das
associações que compõem. Foi criado para a rede juvenil FAD.
Participamos no Comitê Consultivo Nacional sobre Diabetes CONAD, para
que a legislação acompanhe os avanços da medicina e da tecnologia”.
Na sua visão, a população deveria fazer a seguinte reflexão: “a
ignorância é o prelúdio do preconceito. O preconceito é o prelúdio da
discriminação. Mas a pior discriminação a autodiscriminação e não a
discriminação externa, a pessoa pensa que o diabetes por si só pode
limitar a estudar, trabalhar, se apaixonar, formar uma família, ter
projetos de vida. E isso se combate com a educação. O conhecimento é
poder. Com o devido cuidado, é possível ter uma vida plena. Esta é uma
realidade. Aprendo todos os dias com pessoas com diabetes”.
Como mensagem o médico diz “falo para as pessoas com diabetes que não
se isolem, aprendam. O diabetes é uma doença e, como tal, não merece
ser o centro da vida de ninguém. Estamos aqui para sermos felizes. Para
que seja possível, é necessário se informar, desenvolver o hábito de
estar atento aos seus cuidados, integrar-se. Se você negligencia os
cuidados, você acaba orbitando ao redor do diabetes. Não dê protagonismo
ao que não merece, somente o que é saudável e prazeroso. Com diabetes,
você pode. É o que deve ser repetido pelas pessoas assim que começam
seus dias”.
Vanessa Pirolo
Jornalista, criadora do blog convivência com diabetes, tem diabetes desde o seus 18 anos, e redatora do Portal DBCV.
obs. conteúdo meramente informativo procure seu médico
abs
Carla
https://debemcomavida.accuchek.com.br/conheca-os-desafios-de-marcio-christian-da-silva-ao-trabalhar-com-dependentes-quimicos/
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