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Atividade psicopedagógica durante hemodiálise ajuda no aprendizado de crianças na Santa Casa BH. Foto: Divulgação/Santa Casa BH.
Educação continua no ambiente hospitalar
A Santa Casa BH tem demonstrado que o cuidado integral vai muito além do tratamento clínico. Desde janeiro deste ano, crianças em hemodiálise passaram a receber acompanhamento psicopedagógico durante suas sessões no Ambulatório de Nefrologia Pediátrica. A iniciativa busca garantir que o desenvolvimento escolar e emocional dessas crianças não seja interrompido pelo tratamento prolongado e intenso.
Hemodiálise e rotina escolar
Crianças que precisam de hemodiálise enfrentam uma rotina exaustiva: são, em média, três sessões semanais, cada uma com duração de até quatro horas. Esse cenário, agravado pelos deslocamentos — especialmente para famílias vindas do interior de Minas — compromete seriamente a frequência escolar e o rendimento acadêmico. Sensível a essa realidade, a Santa Casa BH desenvolveu uma solução inovadora para minimizar esse impacto.
Psicopedagogia dentro do ambulatório
Com o intuito de resgatar a vivência escolar e fortalecer o processo de aprendizagem, foi contratada a psicopedagoga Clarissa Figueiredo. Ela atende 15 crianças de 0 a 12 anos diretamente no ambulatório, oferecendo atividades de leitura, escrita, raciocínio lógico e expressão emocional. A profissional conta com uma biblioteca itinerante, composta por livros e revistas doados, que leva o universo da imaginação até o leito hospitalar.
“É importante lembrar que criança é criança. Muitas ainda não entendem por que precisam estar no hospital semanalmente. Por isso, além de reforçar o aprendizado, trabalhamos com suas emoções — medo, raiva, confusão — para ajudá-las a lidar com essa experiência”, relata Clarissa.
Apoio estendido às famílias
O acompanhamento psicopedagógico extrapola os limites do hospital. Pais e responsáveis também recebem orientação sobre como conciliar o tratamento com a vida escolar das crianças. Em alguns casos, com o auxílio da psicopedagoga, crianças que estavam fora da escola foram reintegradas ao sistema educacional. A meta é assegurar que o tratamento médico não represente o fim da trajetória escolar.
“Muitos pais não conseguem manter a rotina escolar, principalmente quando o deslocamento é longo. Nosso papel é ajudar essas famílias a encontrarem alternativas possíveis, sem que a criança seja penalizada duplamente”, afirma Clarissa.
Progresso visível nas crianças
A mudança no comportamento das crianças tem sido perceptível. Elas se mostram mais dispostas, sociáveis e até mesmo empolgadas com as sessões. Algumas, que antes dormiam durante todo o procedimento, agora preferem permanecer acordadas para participar das atividades psicopedagógicas.
“É emocionante ver uma criança escolher um livro em vez de dormir durante a hemodiálise. Esses pequenos sinais mostram que estamos no caminho certo”, compartilha Clarissa, visivelmente emocionada.
Videogames como aliados no tratamento
O acolhimento das crianças em hemodiálise não para na educação. No fim de 2023, a Santa Casa BH inovou ao incluir videogames nas sessões pediátricas. A proposta surgiu da superintendente dos Serviços Ambulatoriais, Flávia Cerqueira, e da coordenadora médica do Instituto Materno Infantil, Dra. Filó, que contaram com o apoio da empresária Nínive, do jogador Hulk Paraíba e sua esposa, Camila Ângelo.
Seis videogames foram doados e instalados no ambulatório. A iniciativa, pioneira no SUS em Minas Gerais, visa tornar o ambiente mais leve, acolhedor e adaptado às necessidades da infância.
“Transformar o tratamento em um momento menos doloroso e mais humano é parte da nossa missão. E os videogames são uma forma lúdica de promover alegria, distração e pertencimento”, explica Sâmia Buitrago, gerente do ambulatório.
Nefrologia pediátrica com estrutura exemplar
A Santa Casa BH conta com o maior centro hospitalar de hemodiálise de Belo Horizonte, com 75 pontos de atendimento. Destes, 16 são exclusivos para pacientes pediátricos, realizando, em média, 160 sessões infantis por mês. A estrutura permite que cada criança seja acompanhada de maneira próxima e personalizada.
Somado ao trabalho humanizado, a unidade foi equipada com 20 novas máquinas de hemodiálise em 2024. A aquisição foi viabilizada por meio de emendas parlamentares dos deputados Padre João e Leleco Pimentel, ambos participantes do projeto “Guardiões da Saúde”, iniciativa que conecta parlamentares ao fortalecimento de especialidades do SUS.
“A qualidade do atendimento depende não só dos profissionais, mas da estrutura oferecida. Estamos trabalhando para que as crianças se sintam seguras, acolhidas e respeitadas em todas as dimensões do cuidado”, destaca Sâmia.
Humanização que inspira
O modelo implementado na Santa Casa BH pode — e deve — ser replicado em outras instituições de saúde. A integração entre educação, tecnologia e escuta ativa cria uma atmosfera em que as crianças não apenas recebem tratamento, mas se desenvolvem como sujeitos ativos, criativos e conscientes do seu lugar no mundo.
Esse compromisso vai além da técnica médica: ele atravessa o afeto, a empatia e o desejo genuíno de transformar a realidade de famílias que, muitas vezes, enfrentam a solidão e o medo durante a jornada do tratamento.
Garantir o direito à educação mesmo dentro de um hospital é, antes de tudo, garantir um futuro com mais possibilidades. O trabalho desenvolvido pela equipe da Santa Casa BH mostra que é possível construir pontes entre saúde e aprendizagem, entre acolhimento e superação.
FONTE: https://balcaonews.com.br/noticias/saude/2025/10/14/santa-casa-bh-oferece-suporte-psicopedagogico-a-criancas-em-hemodialise/?fbclid=IwY2xjawNgfUtleHRuA2FlbQIxMQABHvPCcwEwNs3iAl2W60CfqF-BjyxTbGwXln0vmc63baCvilBxvcvTk1NSG4G9_aem_Gog__wVIk6IllX94gpUP6Q
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Carla
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