Diabetes: O que mudou em 60 anos
Reginaldo Albuquerque - Editor do Site
Na década de 50, o Dr. Francisco Arduino escreveu os primeiros livros sobre educação em diabetes. Pioneiro na diabetologia brasileira até os últimos dias da sua vida, exerceu uma importante liderança no país formando vários dos atuais especialistas.
Ainda hoje, recebemos dos seus clientes manifestações de apreço e carinho pelas primeiras lições recebidas. No livro O que o Diabético Deve Saber, cuja capa mostramos acima, escreveu como último capítulo, uma série de itens com as recomendações que deveriam ser seguidas pelos diabéticos.
Convidamos os nossos leitores a relerem e refletirem sobre estes princípios. Comparem com o que os seus médicos lhes dizem e vejam como as suas recomendações básicas permancem até hoje.
PREFÁCIO DA 3º EDIÇÃO DO LIVRO - Francisco Arduino
Em lapso relativamente curto, esgotou-se mais uma edição deste despretensioso livro. Isto leva o Autor a acreditar que realmente a sua leitura vem sendo apreciada pelos diabéticos. O movimento iniciado pela novel Associação Brasileira de Diabéticos, com suas diversas seções regionais, em prol dos diabéticos deste país, vem despertando maior interesse dos pacientes pela doença.
Podendo afetar, quando descuidado, os tecidos mais importantes do organismo, o diabetes deve ser controlado da melhor maneira possível. Não se iludam os diabéticos. Só existe um modo de evitar, pospor ou diminuir os efeitos das complicações do diabetes: o controle adequado da doença. Este fato, felizmente, vem sendo aceito por número crescente de diabéticos que, por este motivo, procuram instruir-se.
No intervalo compreendido entre a segunda e a presente edição, inúmeras e importantes pesquisas foram realizadas no terreno do diabetes. Muitas destas pesquisas não tiveram ainda aplicação prática; outras, porém, representam um progresso indiscutível no setor da terapêutica.
O Autor se refere particularmente as drogas orais hipoglicemiantes, já em uso há mais de doía anos. Embora a aprovação definitiva destas drogas esteja ainda dependendo do fator tempo, e apesar de só beneficiarem aparentemente cerca de 50% dos diabéticos, constituem elas, certamente, o primeiro passo na obtenção de novas e mais eficiente armas terapêuticas.
Com efeito, outras substâncias anti-diabéticas estão sendo objeto de estudos, de sorte que é legítimo esperar por novas descobertas.
Na presente edição a estrutura geral do livro é mantida. Muitas alterações do texto, porém, são feitas, e vários assuntos merecem maior extensão. Por outro lado, outras ilustrações são introduzidas e novo capítulo aparece: o das drogas anti-diabéticas orais.
Procurando esclarecer e aconselhar os milhares de diabéticos do nosso país, colocando-os a par dos mais recentes progressos no campo do diabetes, o Autor sentir-se-á feliz se a presente Edição continuar a prestar os mesmos serviços das anteriores.
RECOMENDAÇÕES AOS PACIENTES
1 – Os pontos cardeais do controle do diabetes são: Dieta, Insulina, Exercício e Instrução.
2 – Tem chance de viver mais o diabético que melhor conhece sua doença.
3 – Não acredite nos charlatões que anunciam a cura radical do diabetes ou métodos secretos de tratamento.
4 – Não se deixe levar por conselhos de parentes ou amigos: siga o que seu médico determinar.
5 – O melhor meio de evitar as complicações do diabetes e de prolongar a vida é manter a doença sob controle adequado.
6 – A sede excessiva e a emissão de grande quantidade de urina significam que o diabetes está descontrolado.
7 – A obesidade é doença: agrava o diabetes e abrevia a vida.
8 – Só com dieta controlada é possível manter o diabetes compensado.
9 – O uso da insulina não dispensa a dieta.
10 – A dieta do diabético é mais saudável que a do resto da população, cujos excessos são prejudiciais.
11 – Quanto mais souber o diabético sobre os alimentos, mais variada poderá ser sua dieta.
12 – Aprenda a fazer corretamente as substituições dos alimentos.
13 – Fazer dieta não significa passar fome: a dieta do diabético é completa sob todos os pontos de vista.
14 – Não deixe, sob pretexto algum, de tomar insulina quando essa for prescrita.
15 – A insulina é um hormônio natural que não traz prejuízo a órgão algum quando bem dosada.
16 – Existem vários tipos e potências de insulina: só use a que foi prescrita e em dose correta.
17 – Não aplique a insulina repetidamente no mesmo ponto, a fim de evitar deformações.
18 – Não guarde na geladeira o frasco de insulina em uso. O refrigerador só deve ser usado para conservar os estoques de insulina.
19 – Procure instruir-se sobre o manejo dos diversos tipos de seringa para insulina a fim de evitar erros grosseiros de dosagem.
20 – O excesso de insulina ou a falta de alimentos podem levar ao choque hipoglicêmico (reação insulínica).
21 – Os principais sintomas de choque insulínico são: Fome excessiva, Sensação de estômago vazio, Nervosismo, Tremores nas mãos, Dormência nos lábios, Suores, Dor de Cabeça, Náuseas.
22 – Aos primeiros indícios de hipoglicemia use um alimento que contenha açúcar, de preferência líquido.
23 – As doenças infecciosas geralmente aumentam as necessidades de insulina.
24 – Quando tiver febre, não deixe de tomar a dose habitual de insulina se sua urina contiver açúcar, mesmo que não esteja se alimentando convenientemente.
25 – Aprenda a injetar insulina em si próprio para não ficar na dependência de outras pessoas.
26 – Os parentes do diabético devem também aprender a manejar a insulina.
27 – Se, durante o uso da insulina, ocorrer reação hipoglicêmica ou a urina apresentar grande quantidade de açúcar, consulte seu médico.
28 – Os choques insulínicos muito freqüentes exigem reajuste do regime insulino-dietético.
29 – As crianças são particularmente sensíveis a insulina e fazem choques hipoglicêmicos com mais facilidade que o adulto.
30 – Se dirige automóvel, o diabético em uso de insulina não deve permanecer mais de duas horas sem se alimentar.
31 – O exercício é ao mesmo tempo um remédio útil, agradável e econômico.
32 – O exercício ajuda a queimar o açúcar do sangue, economizando insulina.
33 – Antes de iniciar um exercício violento ou prolongado, o diabético em uso de insulina deve fazer pequena refeição que contenha carboidratos.
34 – o coma diabético é uma grave complicação da doença: deve ser evitado a todo custo.
35 – O coma diabético só ocorre, hoje, em conseqüência de dois fatores: ignorância e negligência.
36 – Os diabéticos idosos estão sujeitos a gangrena das extremidades em virtude da arteriosclerose.
37 – Evite ferimentos e as infecções dos pés, que podem levar a gangrena.
38 – Os calos diabéticos devem ser tratados convenientemente.
39 – As frieiras devem ser combatidas, porque freqüentemente dão origem a infecções.
40 – As unhas dos pés devem ser cortadas retas e não muito rente.
41 – Evite a aplicação de calor demasiado nos pés.
42 – Dispense aos pés, portanto, os mesmos cuidados que merecem nas mãos.
43 – Depois de 40 anos os diabéticos devem evitar o uso de ligas circulares.
44 – O excesso de fumo é prejudicial aos diabéticos com lesões das artérias.
45 – Não use sapatos apertados nem folgados demais.
46 – Cuide dos dentes indo periodicamente ao dentista. Previna-o de que é diabético.
47 – Quando possível, o diabético deve evitar o casamento com outro diabético ou com membros de família de diabéticos.
48 – Não é admissível que o diabético não saiba pesquisar açúcar na urina.
49 – O diabético só deve retificar os óculos quando o seu diabetes estiver controlado.
50 – Diabéticos! A manutenção de vosso diabetes sob controle permanente é, a luz dos conhecimentos atuais, a única arma com que podeis contar contra o sofrimento, a invalidez e a morte prematura.
abs,
Carla
fonte: http://www.diabetes.org.br/component/content/article/44-ultimas-noticias/1682-diabetes-o-que-mudou-em-60-anos
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