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TEMA: MEDICAMENTOS E PESSOAS IDOSAS

2º DIA - Você sabe o que é IATROGENIA?

Vem do grego iatros (médico) e genia (origem). Quer dizer: doenças ou danos causados por um ato médico ou de outro profissional de saúde, seja para fins diagnósticos (exames) ou terapêuticos (remédios ou cirurgias).

Neste caso, está claro a intenção de não causar nenhum mal ao idoso. Os medicamentos figuram como os principais causadores de iatrogenia. Como já vimos, o organismo de um idoso não é igual ao de um adulto. Todos os seus órgãos funcionam mais lentamente, principalmente os rins e o fígado.

Assim, um medicamento, no idoso, pode levar mais tempo para fazer efeito e ser eliminado. Se em todo medicamento existe os efeitos colaterais, no idoso estes efeitos aparecem com maior força. Se isto ocorre com um só medicamento, imaginem quando o idoso necessita tomar, pelo menos, 4 a 6 medicamentos diferentes?

A população de pessoas idosas no Brasil é responsável por mais de 30% de todo o consumo de medicamentos. Ou seja, 12% da população brasileira (idosos) consomem 1/3 de todos as receitas de medicamentos.

Mais de 10% de todas as internações hospitalares em idosos têm como causa os efeitos adversos, os efeitos colaterais causados por medicamentos. Também, em consultas de posto de saúde ou consultórios para as pessoas idosas, 30% delas têm como queixa principal os efeitos colaterais dos medicamentos.

Muitas vezes, ocorre o que se chama de cascata iatrogênica, que nada mais é que uma sucessão de problema e efeitos colaterais causados por medicamentos. Como exemplo, temos o caso de dona Maria Aparecida, da cidade de São Paulo:

"Dona Maria Aparecida sempre reclamou das dores nos joelhos, causados pela artrose e pela idade - 82 anos - mas nenhum médico dava muita atenção à sua queixa, ou lhe passava somente um paracetamol. Até que um dia, no ambulatório de um hospital universitário, um médico residente ouviu sua história e para lhe ajudar a aliviar suas dores prescreveu diclofenaco de sódio - 3 vezes ao dia por 10 dias. Já no segundo dia de tratamento, as dores melhoraram muito. Estranhamente, porém, dona Aparecida ficou com as pernas mais edemaciadas, mais inchadas. E a pressão subiu, mesmo com os medicamentos que já tomava há anos.

Voltou ao plantão do mesmo hospital, mas aquele médico residente que a atendeu estava de folga. Outro médico lhe atendeu e pediu uma série de exames para ver a causa das pernas inchadas e da pressão elevada: uma tomografia abdominal com contraste e exame de sangue. Também aumentou o medicamento da pressão, mais outro medicamento para o estômago que doia a cada comprimido de diclofenaco que ela tomava.

Um dia após feito o exame de tomografia com contraste, dona Maria Aparecida piorou de vez, as pernas estavam mais inchadas e parou de urinar. Teve que ser internada de urgência com muita falta de ar e a pressão mais alta ainda. O geriatra que a atendeu no hospital, após avaliação minuciosa das queixas de nossa idosa e dos remédios que tomou, mais os exames de sangue e urina que foram colhidos, deu o diagnóstico de insuficiência renal. Tudo isso causado pela famosa CASCATA IATROGÊNCIA: dor nos joelhos > diclofenco de sódio (aumenta a pressão, provoca gastrite e piora a função renal) > contraste da tomografia (piora a função renal) > aumento da dose do medicamento da pressão (ajudou a piorar a função renal) > parou de urinar e rins começaram a funcionar muito mal.

Após algumas sessões de diálise e a correção dos medicamentos, graças a Deus, os rins de dona Maria Aparecida voltaram a funcionar melhor e a inchação das pernas regrediram. "

fonte:http://www.facebook.com/cuidardeidosos