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terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Casos de cálculo renal crescem 30% no verão


Estudo afirma que problema atinge duas vezes mais homens do que mulheres 


Um levantamento feito pelo Centro de Referência da Saúde do Homem, unidade da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, aponta que o número de atendimentos aos pacientes com quadro de cálculo renal aumenta 30% entre os meses de janeiro e março todo ano. 

De acordo com os pesquisadores, isso acontece porque as pessoas transpiram mais e não ingerem líquido o suficiente no verão. Além disso, os cuidados com a alimentação nas férias costumam ser deixados de lado: as pessoas aumentam a ingestão de alimentos industrializados e ricos em sódio, facilitando ainda mais o aparecimento de cálculo renal.

O urologista Fábio Vicentini, médico chefe do ambulatório de litíase (cálculo) renal do Centro, afirma que amendoim, castanha do Pará, calabresa e camarão facilitam a formação das pedras, principalmente por indivíduos propensos à doença, que atinge duas vezes mais os homens do que mulheres. A obesidade também está ligada ao problema, já que os pacientes com índice de massa corporal elevado podem apresentar mais cálcio e ácido úrico na urina.

Em torno de 15% da população brasileira apresenta cálculos renais. Em 85% dos casos, as pedras são pequenas e expelidas naturalmente pela urina. O restante dos pacientes apresenta dores fortes e infecções, necessitando de tratamento medicamentoso ou de intervenção cirúrgica. A chance de reincidência da doença também é grande - metade dos pacientes volta a ter a doença e alguns sofrem ainda pela terceira vez. "Por isso, é extremamente importante que os pacientes que tiveram cálculo renal procurem o médico para fazer o acompanhamento e evitar novas crises", finaliza o urologista Fábio.


Sete cuidados para acabar com o cálculo renal

Complicação difícil de lidar, a dor do cálculo renal provoca dores horríveis, além de náuseas, vômitos, febre e até sangue na urina. A pedra se forma quando algumas substâncias secretadas pela urina - como o cálcio - estão presentes no rim em quantidade excessiva e isso causa um processo de cristalização, formando a pedra. O tamanho do cálculo influencia a intensidade da dor - até quatro milímetros podem ser expelidos espontaneamente, sem dor. "Acima desse tamanho, a chance de episódios com dor aumenta", conta o nefrologista André Sloboda, da Sociedade Brasileira de Nefrologia. Confira alguns cuidados que especialistas recomendam para evitar que o cálculo se desenvolva e até mesmo para ajudar o corpo a expeli-lo. 


Hidrate-se 

A principal recomendação para evitar as pedras e auxiliar o tratamento é ingestão de líquidos acima de dois litros por dia. "Isso deixa a urina menos concentrada, auxiliando a diluição dos cristais", explica o nefrologista Eduardo Garcia, do Hospital Samaritano de São Paulo.


Atenção redobrada em climas quentes 

A incidência de cálculo renal aumenta cerca de 30% no verão. "O principal motivo é a maior perda de líquido pela transpiração, levando a uma urina mais concentrada", conta Pedro Rocha, Nefrologista do Hospital Adventista Silvestre, no Rio de Janeiro. Por isso, se você já tem pedras no rim ou quer evitá-las, aumente a ingestão de água nos dias quentes e use roupas mais leves, evitando a transpiração excessiva. 


Evite o excesso de álcool 

"A ingestão de álcool em grandes quantidades pode levar à desidratação e à elevação no ácido úrico", explica o nefrologista André Sloboda, da Sociedade Brasileira de Nefrologia. As bebidas fermentadas são as que têm maior teor desse ácido e seu consumo elevado pode levar a um agravamento das pedras ou ao surgimento delas. 


Modere a quantidade de sal 

O sal pode ser tido como o grande vilão na formação de cálculos renais. "O consumo elevado leva a uma maior excreção de sódio pelo rim, o que pode aumentar a produção de cálcio, fósforo, acido úrico ou oxalatos, causando a pedra no rim", conta o nefrologista André Sloboda. 


Atenção às proteínas e ao cálcio 

Em casos de cálculo renal mais grave, é recomendado evitar a ingestão de alimentos fontes de proteínas ou de cálcio em grandes quantidades. "O excesso de proteína animal aumentará a secreção de acido úrico urinário, podendo agravar ainda mais o cálculo", conta o nefrologista Pedro Rocha. 

A restrição do cálcio é aplicada a pessoas que desenvolveram pedras formadas por esse nutriente - o cálculo renal por excesso de cálcio é o mais comum. É preciso esse controle para não formar mais pedras ou aumentar as já existentes. 


Tratamento clínico e cirúrgico 

Em casos de pedra nos rins acima de quatro milímetros, é necessário o auxilio de medicamentos analgésicos, para que ela possa ser expelida sem dor, e outros medicamentos que ajudem a sua passagem - todos receitados por um médico. 

De acordo com os especialistas, é recomendado o tratamento cirúrgico quando as pedras possuem mais de 10 milímetros, já que são mais agressivas. Há dois tipos de cirurgias: litotripsia (emissão de ondas de choque que quebram o cálculo) e procedimentos endoscópicos (retirada da pedra através de sondas e cateteres). 

Para todos os casos, a recomendação é conversar com o seu médico e descobrir qual é o método mais adequado. 


Fique atento! 

Existem doenças sistêmicas que podem ter o cálculo renal como o seu primeiro sintoma. Alguns exemplos são gota, doenças autoimunes, doenças inflamatórias intestinais e doenças renais. ?Quando o cálculo renal aparece junto com febre, pode sinalizar uma infecção associada e deve ser motivo para procurar assistência médica imediata?, conta o nefrologista Eduardo Garcia. 

Todo cuidado é pouco: se você está desconfiando que o seu cálculo renal pode ser sintoma de qualquer complicação mais grave, fale com seu médico. 

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