A Coalizão Vozes do Advocacy lançou uma campanha para receber relatos de pacientes que tiveram ou estão encontrando problemas com glicosímetros, aparelhos usados para fazer a leitura da glicemia capilar, isto é, o teste para medir a taxa de açúcar no sangue feito a partir de um furo na ponta do dedo. A campanha foi iniciada em novembro devido ao longo histórico de reclamações de pacientes e familiares sobre resultados imprecisos ou mau funcionamento de alguns modelos de glicosímetros. Atualmente, existem cerca de 115 glicosímetros no Brasil.
De acordo com a Associação Americana de Diabetes, os resultados exibidos nos monitores de glicemia capilar não podem variar mais do que 20%. “Um glicosímetro com valor equivocado pode trazer uma série de consequências para o paciente, como uma hiperglicemia ou hipoglicemia severa, que pode levar à morte. A margem de erro, que já é alta, precisa ser respeitada”, declarou o endocrinologista Dr. Balduino Tschiedel, fundador do Instituto da Criança com Diabetes (ICD-RS).
A partir do resultado do teste de glicemia, o paciente vai tomar uma decisão para controlar o diabetes. Se o resultado do teste estiver errado, a pessoa pode aplicar uma dose muito alta de insulina, por exemplo, e provocar uma hipoglicemia. De acordo com a coordenadora da Coalizão Vozes do Advocacy, Vanessa Pirolo, desde 2015, as associações e instituições de apoio a pessoas com diabetes vêm reportando à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), responsável pela regulamentação dos produtos de saúde no Brasil, diversas reclamações sobre resultados imprecisos dos glicosímetros.
Em 2017, a Anvisa reconheceu a importância de inserir a Instrução Normativa Número 24, que dispõe da obrigatoriedade das empresas fornecedoras dos glicosímetros a adaptarem os mesmos à ISO 15.197 de 2013. Esta medida fez com que 16 deles fossem retirados do Brasil.
Mas com a chegada de marcas novas ao Brasil nos últimos anos, as reclamações sobre a falta de precisão dos glicosímetros continuaram sendo relatadas pelos pacientes e familiares e, por isso, a Coalizão Vozes do Adovocacy iniciou a campanha. “A Anvisa nos explicou que fez análise de cinco modelos de glicosímetro, mas há 116 modelos disponíveis no Brasil e a Agência não tem condições de analisar todos”, disse a coordenadora da Coalização Vozes do Advocacy. Vanessa Pirolo.”Após uma audiência pública ocorrida, em Brasília, no dia 8 de novembro do ano passado, a técnica da Anvisa solicitou que a Coalizão fizesse uma campanha orientando as pessoas a denunciar problemas nos glicosímetros nos canais da Anvisa”, acrescentou Vanessa.
Como fazer a denúncia
A orientação é para que as pessoas com diabetes levem o glicosímetro até um laboratório para fazer o teste de glicemia em jejum e utilizar a mesma amostra de sangue para medir a glicemia no próprio aparelho também. Se a diferença entre os resultados ultrapassar 20%, o paciente deve fazer a denúncia para a Anvisa. “É muito importante fazer a denúncia diretamente no canal da Anvisa para que a Agência possa analisar e registrar cada reclamação.
Em seguida, a pessoa deve enviar a reclamação com cópia para o e-mail secretaria.abad1@gmail.com para que a Coalizão possa entrar em contato com a Anvisa e solicitar os testes nos dispositivos que apresentaram problemas”, recomenda Vanessa.
O relato da reclamação deve ser acompanhado de fotos e vídeos, além de informações como o modelo do aparelho de medir a glicemia, cidade e estado onde a pessoa mora, entre outros. Se a pessoa encontrar alguma dificuldade para enviar o relato, pode registrar a reclamação por e-mail: notivisa@anvisa.gov.br
Cuidados para fazer o teste de glicemia
Alguns cuidados antes de fazer o teste de glicemia são fundamentais para evitar erros no resultado. O Dr. Balduino cita alguns deles:
- Lavar e secar as mãos antes de coletar a gota de sangue é fundamental. “Se o dedo estiver molhado, a amostra de sangue irá se misturar com a água e alterar o resultado. Além disso, se o dedo estiver com resíduos de doce, por exemplo, o resultado será falsamente elevado”, esclareceu o endocrinologista.
- Verificar se a amostra de sangue é a ideal para a tira reagente,
- Checar se a tira reagente é compatível com o aparelho e se está dentro do prazo de validade. “O vencimento da tira reagente é referente ao tubo de tiras lacrado. Uma vez o frasco aberto, o prazo de validade muda, porque a tira de reagente pode interagir com o oxigênio do ambiente”, explicou o Dr. Balduino.
A Campanha sobre a Imprecisão dos Glicosímetros vai até o dia 08 de fevereiro, mas a Anvisa continuará recebendo reclamações dos pacientes pelo canal oficial.
Essas e outras informações foram discutidas na live que a Momento
Diabetes realizou no dia 31/01/2024 com a participação do Dr. Balduino
Tschiedel e da Vanessa Pirolo. Assistir ao vídeo sobre glicosímetros ( https://www.instagram.com/p/C2yIXXxMYH9/)
FONTE: https://www.momentodiabetes.com.br/
obs. conteúdo meramente informativo procure seu médico
abs.
Carla
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