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segunda-feira, 1 de dezembro de 2025

Dezembro Vermelho – Campanha Nacional de Prevenção ao HIV/AIDS e outras Infecções Sexualmente Transmissíveis 2025

 

A campanha “Dezembro Vermelho”, instituída pela Lei nº 13.504/2017, representa uma grande mobilização nacional na luta contra o vírus HIV, a aids e outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), chamando a atenção para a prevenção, a assistência e a proteção dos direitos das pessoas acometidas por essas condições.

O movimento é constituído por um conjunto de atividades e ações relacionadas ao enfrentamento ao HIV/aids e às demais ISTs, em consonância com os princípios do Sistema Único de Saúde (SUS), de modo integrado em toda a administração pública, entidades da sociedade civil organizada e organismos internacionais. Nesse período deve-se promover:

– Iluminação de prédios públicos com luzes de cor vermelha;
– Palestras e atividades educativas;
– Veiculação de informações na mídia;
– Realização de eventos.


As Infecções Sexualmente Transmissíveis são doenças causadas por vírus, bactérias ou outros microrganismos e transmitidas, principalmente, por meio do contato sexual (oral, vaginal, anal) sem o uso de preservativo masculino ou feminino, com uma pessoa que esteja infectada.

De maneira menos comum, as ISTs também podem ser transmitidas por meio não sexual, pelo contato de mucosas ou pele não íntegra com secreções corporais contaminadas.

A transmissão de uma IST pode acontecer, ainda, da mãe para o filho durante a gestação, o parto ou a amamentação.

O termo Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) passou a ser adotado em substituição à expressão Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs), para destacar a possibilidade de uma pessoa ter e transmitir uma infecção, mesmo sem sinais ou sintomas.


Sinais e sintomas:

As ISTs podem se manifestar por meio de feridas, corrimentos e verrugas anogenitais, entre outros possíveis sintomas, como dor pélvica, ardência ao urinar, lesões de pele e aumento de ínguas.

São alguns exemplos de IST: herpes genital, sífilis, gonorreia, tricomoníase, infecção pelo HIV, infecção pelo Papilomavírus Humano (HPV), hepatites virais B e C. As ISTs aparecem, principalmente, no órgão genital, mas podem surgir também em outras partes do corpo (ex.: palma das mãos, olhos, língua).

O corpo deve ser observado durante a higiene pessoal, pois isso pode ajudar a identificar uma IST no estágio inicial. Sempre que se perceber algum sinal ou sintoma, deve-se procurar o serviço de saúde, independentemente de quando foi a última relação sexual. E, quando indicado, avisar a parceria sexual.

Algumas ISTs podem não apresentar sinais e sintomas e se não forem diagnosticadas e tratadas podem levar a graves complicações como infertilidade, câncer ou até morte. Portanto, é importante fazer exames laboratoriais para verificar alterações, caso tenha havido contato com alguma pessoa que tenha IST, após ter relação sexual desprotegida – sem camisinha masculina ou feminina.

Cada IST apresenta sinais, sintomas e características distintas. São três as principais manifestações clínicas: corrimentos, feridas e verrugas anogenitais. As principais, de acordo com os tipos de infecções sexualmente transmissíveis, são:

Corrimento:

– Aparecem no pênis, vagina ou ânus;
– Podem ser esbranquiçados, esverdeados ou amarelados, dependendo da IST;
– Podem ter cheiro forte e/ou causar coceira;
– Provocam dor ao urinar ou durante a relação sexual;
– Nas mulheres, quando é pouco, o corrimento só é visto em exames ginecológicos;
– Podem se manifestar na gonorreia, clamídia e tricomoníase.

Importante: O corrimento vaginal é um sintoma muito comum e existem várias causas que não são consideradas ISTs, como a vaginose bacteriana e a candidíase vaginal.

Feridas:

– Aparecem nos órgãos genitais ou em qualquer parte do corpo, com ou sem dor;
– As feridas são de tipos muito variados e podem se apresentar como vesículas, úlceras, manchas, entre outros;
– Podem ser manifestação da sífilis, herpes genital, cancroide (cancro mole), donovanose e linfogranuloma venéreo.

Verrugas anogenitais:

– São causadas pelo Papilomavírus Humano (HPV) e podem aparecer em forma de couve-flor, quando a infecção está em estágio avançado;
– Em geral, não doem, mas pode ocorrer irritação ou coceira.

Além das ISTs que causam corrimentos, existem as infecções virais pelo HIV, HTLV e pelas hepatites B e C, com sinais e sintomas específicos.

Doença Inflamatória Pélvica (DIP):

É outra forma de manifestação clínica das ISTs. É uma síndrome causada por vários microrganismos que ocorre devido à entrada de agentes infecciosos pela vagina em direção aos órgãos sexuais internos, atingindo útero, trompas e ovários, causando inflamações. Esse quadro acontece principalmente quando a gonorreia e a infecção por clamídia não são tratadas.


HIV/aids

O HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana) ataca o sistema imunológico, responsável por proteger o corpo contra doenças. Quando o vírus não é tratado pode evoluir para a aids (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida), que representa o estágio mais avançado da infecção pelo HIV.

Neste estágio, o sistema imunológico fica extremamente enfraquecido deixando o organismo mais suscetível a infecções oportunistas e a determinados tipos de câncer. As células mais atingidas são os linfócitos T CD4+. O vírus é capaz de alterar o DNA dessa célula e fazer cópias de si mesmo. Depois de se multiplicar, rompe os linfócitos em busca de outros para continuar a infecção.

O HIV é transmitido principalmente através de fluidos corporais específicos. Saber quais são as formas corretas de transmissão é fundamental para combater o preconceito e a desinformação.


Principais formas de transmissão:

– Sexo sem proteção: O HIV pode ser transmitido através de relações sexuais vaginais, anais ou orais sem preservativo, especialmente se houver cortes ou feridas nessas regiões.

Atenção: O sexo anal apresenta maior risco devido à fragilidade da mucosa retal, que facilita a entrada do vírus.

– Transmissão vertical (da mãe para o bebê): O vírus pode ser transmitido durante a gestação, parto ou amamentação.

Importante: O tratamento antirretroviral para gestantes que vivem com HIV reduz o risco de transmissão para menos de 1%. O parto por cesariana e a substituição da amamentação também podem ser indicados.

– Compartilhamento de seringas e agulhas contaminadas: O uso compartilhado de seringas, agulhas ou outros equipamentos pérfuro-cortantes pode transmitir o vírus diretamente para a corrente sanguínea. Pessoas que utilizam drogas injetáveis são mais suscetíveis, se não adotarem práticas seguras.

– Transfusão de sangue contaminado ou transplante de órgãos: Embora extremamente raro nos dias de hoje devido a testes rigorosos, o risco existe se o sangue ou os órgãos doados estiverem infectados e não forem testados adequadamente.

Importante: Todos os doadores são testados no Brasil.


Sintomas e Fases da Infecção pelo HIV:

Quando ocorre a infecção pelo vírus causador da aids, o sistema imunológico começa a ser atacado. Após a exposição ao vírus os primeiros sintomas surgem entre 3 a 6 semanas e incluem:

Infecção aguda (primeira fase): pode parecer uma gripe comum, com: febre alta; dores no corpo; mal-estar.

Atenção: Como os sinais são leves e temporários, muitas pessoas não percebem que foram infectadas.

Fase assintomática (segunda fase): depois dos sintomas iniciais o vírus entra em uma fase chamada de assintomática. O sistema imunológico ainda controla o vírus e a pessoa pode não apresentar sinais visíveis por vários anos.

Infecção crônica (terceira fase): com o enfraquecimento do sistema imunológico os sintomas se tornam mais específicos: febre persistente; suores noturnos; diarreia prolongada; perda de peso sem causa aparente.

Estágio avançado (aids): se não tratada, a infecção pelo HIV evolui para a aids. O sistema imunológico fica extremamente enfraquecido, permitindo o surgimento de doenças oportunistas, como: tuberculose; pneumonia; alguns tipos de câncer.

Conhecer o quanto antes a sorologia positiva para o HIV aumenta muito a expectativa de vida de uma pessoa que vive com o vírus. Quem se testa com regularidade, busca tratamento no tempo certo e segue as recomendações da equipe de saúde ganha muito em qualidade de vida.

A testagem permite identificar precocemente o HIV e assim iniciar o tratamento antirretroviral (TARV) o quanto antes. Recomenda-se fazer o teste de HIV sempre que:

– Tiver uma relação sexual sem preservativo (respeitando a janela imunológica de 30 dias);
– Compartilhar seringas ou agulhas;
– Passar por situações de risco, como acidentes com materiais contaminados;
– Apresentar sintomas de infecção aguda (febre, mal-estar, dor no corpo) após exposição de risco.


Tratamento:

O tratamento de Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) varia de acordo com o agente causador e o tipo da infecção. Pode ser realizado com antibióticos para infecções bacterianas, antirretrovirais para infecções virais e, em alguns casos, medicamentos tópicos ou outras terapias. É fundamental seguir as orientações médicas e completar o tratamento.

Os medicamentos antirretrovirais (ARV) surgiram na década de 1980 e impedem a multiplicação do HIV no organismo. Esses medicamentos ajudam a evitar o enfraquecimento do sistema imunológico e seu uso regular é fundamental para aumentar o tempo e a qualidade de vida das pessoas que vivem com HIV e reduzir o número de internações e infecções por doenças oportunistas.

Desde 1996 o Brasil distribui gratuitamente os ARV a todas as pessoas vivendo com HIV que necessitam de tratamento.

Importante: Pessoas que fazem o tratamento corretamente não transmitem o vírus, contribuindo para a redução da epidemia.


Prevenção das ISTs e da Aids/HIV:

A prevenção do HIV evoluiu muito nos últimos anos. Hoje, além do uso de preservativos, há uma abordagem mais completa: a Prevenção Combinada. Ela envolve a combinação de várias estratégias, adaptadas às necessidades de cada pessoa ou situação, para maximizar a proteção.

O uso do preservativo (masculino ou feminino) em todas as relações sexuais (orais, anais e vaginais) é o método mais eficaz para evitar a transmissão das ISTs, do HIV/Aids e das hepatites virais B e C.

A prevenção combinada abrange o uso do preservativo masculino ou feminino, ações de prevenção, diagnóstico e tratamento das ISTs, testagem para HIV, sífilis e hepatites virais B e C, profilaxia pós-exposição ao HIV, imunização para HPV e hepatite B, prevenção da transmissão vertical de HIV, sífilis e hepatite B, tratamento antirretroviral para todas as pessoas vivendo com HIV, redução de danos, entre outros.


Intervenções biomédicas: métodos que envolvem proteção física, como o uso de preservativos ou o uso de medicamentos:

– PEP (Profilaxia Pós-Exposição): é o uso de medicamentos em até 72 horas após uma situação de risco. O tratamento dura 28 dias e é eficaz se seguido corretamente.

– PrEP (Profilaxia Pré-Exposição): é o uso de medicamentos por pessoas com maior risco de exposição para prevenir a infecção antes que ela ocorra.


Intervenções comportamentais: ações que ajudam a entender e a reduzir os riscos:

– Uso regular de preservativos interno ou externo.
– Testagem frequente para HIV: saber o diagnóstico permite começar o tratamento cedo.
– Educação entre pares: conversar e trocar informações em grupos.


Intervenções estruturais: ações que combatem fatores sociais que aumentam o risco de HIV, como:

– Luta contra preconceitos (racismo, LGBTfobia, sexismo).
– Promoção de direitos humanos.
– Educação em saúde e campanhas de conscientização.


Escolher a melhor combinação é um ato de cuidado com a saúde individual e coletiva!


No próximo dia 1º de dezembro será inaugurada em Brasília a exposição “40 anos da história da resposta brasileira à aids”. A exposição, que ficará aberta à visitação de 1º de dezembro de 2025 a 30 de janeiro de 2026, marca quatro décadas de políticas públicas, ciência, mobilização social e conquistas que transformaram o Brasil em referência mundial no enfrentamento ao HIV e à aids.

A ação, realizada no SESI Lab – museu interativo de ciência, arte e tecnologia – integra a programação oficial do Dezembro Vermelho 2025, que reúne debates, atividades culturais, apresentações artísticas, oficinas e diálogos com especialistas e revisita momentos decisivos desde 1985, quando a resposta brasileira foi oficialmente instituída pela Portaria nº 236 (revogada pela Portaria de Consolidação nº 5, de 2017).

Ainda como parte das atividades alusivas ao Dia Mundial da aids, foi lançado o Relatório Global sobre AIDS 2025: aids, crise e o poder de transformação.


Fontes:

Ministério da Saúde
Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS)



Publicado: Thursday, 01 de January de 1970

 


 

 

 

 

  Câncer de pele (laço preto)


obs. conteúdo meramente informativo procure seu médico

abs

Carla

 

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