Parece que a comida dos britânicos não é tão terrível quanto a fama de sua culinária. Afinal, ficou justamente com o Reino Unido o primeiro lugar de um ranking dos países com maior oferta de produtos embalados considerados saudáveis. Os Estados Unidos são vice-campeões e a Austrália fica com o terceiro lugar. Claro, a segunda colocação dos americanos vale reflexão: ora, então, não é exatamente por falta de opção que a obesidade cresce a galope entre eles. O levantamento foi realizado pelo George Institute for Global Health em 12 países. Infelizmente, o Brasil não está entre eles.
Os pesquisadores examinaram a composição de mais de 400 mil produtos embalados, como preferem chamar, porque entre eles há, por exemplo, frutas desidratadas ou in natura vendidas em sacos — e não apenas alimentos processados e ultraprocessados. Foram analisadas as quantidades de açúcares, gorduras saturadas, sódio, proteínas, cálcio, fibras e calorias, entre outros, usando o critério do Australia’s Health Star Rating. Feitas as contas, cada produto recebeu de 1/2 estrela, significando que seria muito pouco saudável, a 5 estrelas, apontando que ele seria muito saudável. Desse modo, os alimentos embalados vendidos nos mercados britânicos ficaram com 2,83 estrelas em média. Já os três países piores colocados foram o Chile (2,44 estrelas), a China (2,43 estrelas) e, no último lugar do ranking, a Índia (2,27 estrelas).
“No mundo inteiro, as pessoas estão consumindo cada vez mais alimentos processados e isso é preocupante porque as prateleiras dos supermercados estão cheias de produtos com muito sal, gorduras saturadas e outros ingredientes, cujo excesso está impulsionando a obesidade e outras doenças”, diz ao site da Abeso a nutricionista e doutora em saúde pública Elizabeth Dunford, que liderou o estudo. O que ela destaca para nós nos resultados:
- “A China estaria muito bem se a pesquisa olhasse só para as bebidas”. Elizabeth Dunford diz isso porque eles teriam tirado 2,9 estrelas, isto é, caso não fossem considerados os alimentos, que, por causa de sua composição desbalanceada, derrubaram a score desse país. Provavelmente a discrepância aconteceu porque existiram campanhas chamando a atenção para o perigo de consumir muita bebida açucarada, por exemplo. E a indústria, claro, reagiu. Agora, eles terão que olhar a alimentação como um todo e, para a autora, essa é uma lição que os chineses dão ao mundo: não adianta criticar e ficar de olho apenas em um segmento.
- “A África do Sul é o país com a pior oferta de sucos e outras bebidas saudáveis”, comenta a autora. Por lá, dominam as prateleiras bebidas lotadas de sódio e açúcar, que praticamente não oferecem muitos outros nutrientes. Se a nota dos sul-afriacanos ficasse só com o que colocam no copo, eles teriam 1,92 estrela apenas no ranking. “O que nos alarma é que muitos países em desenvolvimento podem ter uma situação parecida, com prateleiras cheias de ofertas menos saudáveis. E eles são justamente aqueles com maior dificuldade e menos infra-estrutura para tratar a população com obesidade e suas complicações”, observa.
- O Canadá é o país que mais exagera no sódio dos alimentos embalados. Foi outra informação destacada por Elizabeth Dunford. A média deles é de 291 miligramas do mineral por 100 gramas de produtos embalados. Os Estados Unidos ficam logo atrás com 279 miligramas de sódio em cada 100 gramas de produto.
- Os produtos embalados britânicos têm a menor média de açúcar. São 3,8 gramas desse nutriente por 100 gramas de produtos embalados encontrados nos mercados do Reino Unido, em média. O Canadá fica em segundo lugar, com apenas 4,6 gramas de açúcar em cada 100 gramas de produtos. “Isso pesou muito no bom resultado obtido pelos britânicos no ranking”, diz a autora.
- A China é que o país que mais abusa de gorduras saturadas nos produtos embalados. Aliás, os chineses também são os piores no ranking em matéria de açúcar, com 8,5 gramas do ingrediente para cada 100 gramas de produtos embalados encontrados nos supermercados do seu país, em média. Isso é o dobro do teor de açúcares encontrado nos produtos do Reino Unido. “Acho que nem preciso dizer o que acontecerá se a obesidade e o diabetes explodirem de vez na China. Basta pensar no tamanho gigantesco de sua população”, diz Elizabeth Dunford.
obs. conteúdo meramente informativo p´rocure seu médico
abs.
Carla
https://abeso.org.br
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