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quinta-feira, 15 de março de 2012






O câncer configura-se como um grande problema de saúde pública tanto nos países desenvolvidos como nos países em desenvolvimento. As estatísticas mundiais mostram que no ano 2000, ocorreram 5,3 milhões de casos novos de câncer em homens e 4,7 milhões em mulheres, e que 6,2 milhões de pessoas morreram por essa causa (3,5 milhões de homens e 2,7 milhões de mulheres), correspondendo a 12% do total de mortes por todas as causas (cerca de 56 milhões).

O câncer de pulmão é o mais comum no mundo, somando cerca de 1,2 milhão de casos novos anualmente, seguido pelo câncer de mama feminina, com aproximadamente 1 milhão de casos novos por ano. Câncer de cólon e reto, com cerca de 940 mil casos novos, e de estômago, com 870 mil casos novos, vêm em seguida. As maiores taxas de incidência de câncer são encontradas nos países desenvolvidos (Estados Unidos, Itália, Austrália, Alemanha, Canadá e França), enquanto nos países em desenvolvimento, as taxas mais elevadas encontram-se nos países africanos e no leste asiático. Estima-se ainda que existem cerca de 24,4 milhões de casos prevalentes no mundo. Se a tendência atual não se modificar, prevê-se que em 20 anos a incidência aumentará em cerca de 50%.


Resultados de numerosas pesquisas demonstraram que existem medidas efetivas de prevenção primária e secundária que podem reduzir substancialmente o número de casos novos de câncer e prevenir muitas mortes atribuídas à doença. Para reduzir o impacto do câncer, é necessário que se reduza, primeiramente, a prevalência dos fatores comportamentais e ambientais que aumentam seu risco. Também deve-se assegurar que programas de rastreamento e protocolos de tratamento baseados em evidência estejam acessíveis, particularmente nas populações menos assistidas pelos serviços de saúde.

Informações sobre a incidência do câncer originam-se principalmente dos Registros de Câncer de Base Populacional - RCBP, que são centros sistematizados de coleta, armazenamento e análise da ocorrência e das características de casos novos (incidentes) de câncer em uma população. Os RCBP objetivam estimar o total destes casos, assim como suas distribuições e tendências temporais nas populações pertencentes às áreas geográficas por eles cobertas.

Dados sobre incidência são fundamentais para definir o papel de fatores etiológicos e estabelecer prioridades na prevenção, planejamento e gerenciamento dos serviços de saúde. Informações oriundas dos RCBP permitem o direcionamento efetivo - em uma determinada localidade ou população específica - dos programas de prevenção primária de câncer, que têm como objetivos evitar ou eliminar comportamentos nocivos (por exemplo, tabagismo) e reduzir fatores de risco ambientais (por exemplo, a exposição ocupacional a carcinógenos conhecidos). Tais informações também são essenciais para a identificação de onde e quando programas de rastreamento (prevenção secundária) devem ser implantados ou aperfeiçoados e para o planejamento de alocação de recursos para diagnóstico e tratamento adequados. As ações de saúde coletiva que incluem o espectro prevenção primária - prevenção secundária - tratamento - cuidados paliativos visam à diminuição da morbi-mortalidade por câncer e à melhoria da qualidade de vida dos pacientes e seus familiares.

Informações necessárias ao cálculo da incidência em geral são muito menos disponíveis do que as usadas no cálculo da mortalidade. Ainda que se reconheça o papel estratégico dos registros de câncer, sua implantação no mundo tem se dado de forma muito casual. Alguns países adotaram uma política oficial no sentido de apoiar e financiar registros, enquanto em outros as iniciativas individuais de médicos pesquisadores e patologistas têm sido mais importantes. Registros de câncer podem cobrir populações nacionais ou, mais freqüentemente, certas regiões. Em países em desenvolvimento, a cobertura geralmente está confinada à capital e seus arredores. Foi estimado que, em 1990, aproximadamente 18% da população mundial era coberta por registros de câncer: 64% em países desenvolvidos e 5% em países em desenvolvimento. Entretanto, esta situação tem melhorado a cada ano.

No Brasil existem atualmente 22 RCBP implantados, quase em sua totalidade, em capitais. Destes, 16 possuem informações consolidadas, isto é, pelo menos um ano de informações sobre os casos definitivos (incidência) do RCBP. Através das ações descentralizadas conduzidas pelo Programa de Epidemiologia e Vigilância (PAV), o INCA/MS tem mantido constante apoio às Secretarias Estaduais de Saúde (SES), com o objetivo de ampliar a cobertura dos Registros de Câncer, aprimorar a formação técnica de seus profissionais, aumentar a qualidade dos dados e colaborar na análise epidemiológica das informações disponíveis.

Nesta publicação, que compreende o período 1991-2001, são disponibilizadas as informações mais atualizadas dos RCBP das 16 localidades participantes. A análise apresentada nos gráficos comparativos e também nos comentários, diz respeito aos 10 RCBP com dois anos ou mais de informações, tendo em vista que apenas um ano de informação consolidada o RCBP pode incluir casos prevalentes. Com base nas informações analisadas destes dez RCBP, as maiores taxas médias de incidência em homens foi encontrada na cidade de São Paulo (1997-1998; 391,0/100.00) e no Distrito Federal em mulheres (1996-1998; 374,9/100.000). Os tumores mais freqüentes foram próstata, pulmão, estômago, cólon e reto e esôfago na população masculina. Em mulheres, predominou o câncer de mama, seguido pelo câncer de colo uterino, cólon e reto, pulmão e estômago.

Vale ressaltar que as informações obtidas destas dez localidades não são generalizáveis. Além disto, os RCBP diferem em qualidade de informação em virtude de resolutividade diagnostica e cobertura variáveis. No entanto estas informações podem oferecer subsídios para os gestores locais bem como apontar para a melhoria do Sistema de Informações em Câncer.

fonte:www.inca.gov.br


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