Apresenta-se uma síntese das estimativas de incidência para o ano de 2012 no Brasil, assim como breves comentários sobre os tipos de câncer de maior magnitude que são passíveis de prevenção primária (prevenção da ocorrência) ou secundária (detecção precoce).
Câncer da mama feminina
Em 2012, esperam-se, para o Brasil, 52.680 casos novos de câncer da mama, com um risco estimado de 52 casos a cada 100 mil mulheres (Tabela 1).
Sem considerar os tumores da pele não melanoma, esse tipo de câncer também é o mais frequente nas mulheres das regiões Sudeste (69/100 mil), Sul (65/100 mil), Centro-Oeste (48/100 mil) e Nordeste (32/100 mil). Na região Norte é o segundo tumor mais incidente (19/100 mil) (Tabelas 4, 12, 22, 27 e 32).
Comentário
O câncer da mama é o tipo de câncer que mais acomete as mulheres em todo o mundo, tanto em países em desenvolvimento quanto em países desenvolvidos. Cerca de 1,4 milhões de casos novos dessa neoplasia foram esperados para o ano de 2008 em todo o mundo, o que representa 23% de todos os tipos de câncer.
A idade continua sendo o principal fator de risco para o câncer de mama. As taxas de incidência aumentam rapidamente até os 50 anos e, posteriormente, esse aumento ocorre de forma mais lenta. Contudo, outros fatores de risco já estão bem estabelecidos, como, por exemplo, aqueles relacionados à vida reprodutiva da mulher (menarca precoce, nuliparidade, idade da primeira gestação a termo acima dos 30 anos, anticoncepcionais orais, menopausa tardia e terapia de reposição hormonal), história familiar de câncer da mama e alta densidade do tecido mamário (razão entre o tecido glandular e o tecido adiposo da mama). Além desses, a exposição à radiação ionizante, mesmo em baixas doses, também é considerada um fator de risco, particularmente durante a puberdade, segundo mostram alguns estudos.
Com relação à vida reprodutiva da mulher, cabe ressaltar que o número de ciclos ovarianos está diretamente associado ao risco de desenvolver câncer da mama, diminuindo cerca de 15% a cada ano de retardo do início da menarca, bem como aumentando aproximadamente 3% a cada ano de retardo da menopausa. Sabe-se que a menopausa artificial apresenta efeito semelhante à menopausa natural.
A ocorrência do câncer da mama também se encontra relacionada ao processo de urbanização da sociedade, evidenciando maior risco de adoecimento entre mulheres com elevado status socioeconômico, ao contrário do que se observa para o câncer do colo do útero.
A história familiar de câncer da mama está associada a um aumento de cerca de duas a três vezes no risco de desenvolver essa neoplasia. Alterações em alguns genes responsáveis pela regulação e pelo metabolismo hormonal e reparo de DNA, como, por exemplo, BRCA1, BRCA2 e p53 aumentam o risco de desenvolver câncer da mama.
A prevenção primária dessa neoplasia ainda não é totalmente possível em razão da variação dos fatores de risco e das características genéticas que estão envolvidas na sua etiologia. Novas estratégias de rastreamento factíveis para países com dificuldades orçamentárias têm sido estudadas, e, até o momento, a mamografia, para mulheres com idade entre 50 e 69 anos, é recomendada como método efetivo para detecção precoce. A amamentação, a prática de atividade física e a alimentação saudável com a manutenção do peso corporal estão associadas a um menor risco de desenvolver esse câncer.
No Brasil, o exame clínico anual das mamas e o rastreamento são as estratégias recomendadas para controle do câncer da mama. As recomendações do Ministério da Saúde para detecção precoce e diagnóstico desse câncer baseiam-se no Controle do câncer de mama: documento de consenso, de 2004, que considera, como principais estratégias de rastreamento, o exame clínico anual das mamas a partir dos 40 anos e um exame mamográfico, a cada dois anos, para mulheres de 50 a 69 anos. Para as mulheres de grupos populacionais considerados de risco elevado para câncer da mama (com história familiar de câncer da mama em parentes de primeiro grau antes dos 50 anos de idade; história familiar de câncer da mama bilateral ou de ovário em parentes de primeiro grau em qualquer idade; história familiar de câncer da mama masculina; ou mulheres com diagnóstico histopatológico de lesão mamária proliferativa com atipia ou neoplasia lobular in situ), recomenda-se o exame clínico da mama e a mamografia, anualmente, a partir de 35 anos.
Apesar de ser considerado um câncer de relativamente bom prognóstico se diagnosticado e tratado oportunamente, as taxas de mortalidade por câncer da mama continuam elevadas no Brasil, muito provavelmente porque a doença ainda é diagnosticada em estádios avançados. A sobrevida média após cinco anos na população de países desenvolvidos tem apresentado um discreto aumento, cerca de 85%. Entretanto, nos países em desenvolvimento, a sobrevida fica em torno de 60%.
Sem considerar os tumores da pele não melanoma, esse tipo de câncer também é o mais frequente nas mulheres das regiões Sudeste (69/100 mil), Sul (65/100 mil), Centro-Oeste (48/100 mil) e Nordeste (32/100 mil). Na região Norte é o segundo tumor mais incidente (19/100 mil) (Tabelas 4, 12, 22, 27 e 32).
Comentário
O câncer da mama é o tipo de câncer que mais acomete as mulheres em todo o mundo, tanto em países em desenvolvimento quanto em países desenvolvidos. Cerca de 1,4 milhões de casos novos dessa neoplasia foram esperados para o ano de 2008 em todo o mundo, o que representa 23% de todos os tipos de câncer.
A idade continua sendo o principal fator de risco para o câncer de mama. As taxas de incidência aumentam rapidamente até os 50 anos e, posteriormente, esse aumento ocorre de forma mais lenta. Contudo, outros fatores de risco já estão bem estabelecidos, como, por exemplo, aqueles relacionados à vida reprodutiva da mulher (menarca precoce, nuliparidade, idade da primeira gestação a termo acima dos 30 anos, anticoncepcionais orais, menopausa tardia e terapia de reposição hormonal), história familiar de câncer da mama e alta densidade do tecido mamário (razão entre o tecido glandular e o tecido adiposo da mama). Além desses, a exposição à radiação ionizante, mesmo em baixas doses, também é considerada um fator de risco, particularmente durante a puberdade, segundo mostram alguns estudos.
Com relação à vida reprodutiva da mulher, cabe ressaltar que o número de ciclos ovarianos está diretamente associado ao risco de desenvolver câncer da mama, diminuindo cerca de 15% a cada ano de retardo do início da menarca, bem como aumentando aproximadamente 3% a cada ano de retardo da menopausa. Sabe-se que a menopausa artificial apresenta efeito semelhante à menopausa natural.
A ocorrência do câncer da mama também se encontra relacionada ao processo de urbanização da sociedade, evidenciando maior risco de adoecimento entre mulheres com elevado status socioeconômico, ao contrário do que se observa para o câncer do colo do útero.
A história familiar de câncer da mama está associada a um aumento de cerca de duas a três vezes no risco de desenvolver essa neoplasia. Alterações em alguns genes responsáveis pela regulação e pelo metabolismo hormonal e reparo de DNA, como, por exemplo, BRCA1, BRCA2 e p53 aumentam o risco de desenvolver câncer da mama.
A prevenção primária dessa neoplasia ainda não é totalmente possível em razão da variação dos fatores de risco e das características genéticas que estão envolvidas na sua etiologia. Novas estratégias de rastreamento factíveis para países com dificuldades orçamentárias têm sido estudadas, e, até o momento, a mamografia, para mulheres com idade entre 50 e 69 anos, é recomendada como método efetivo para detecção precoce. A amamentação, a prática de atividade física e a alimentação saudável com a manutenção do peso corporal estão associadas a um menor risco de desenvolver esse câncer.
No Brasil, o exame clínico anual das mamas e o rastreamento são as estratégias recomendadas para controle do câncer da mama. As recomendações do Ministério da Saúde para detecção precoce e diagnóstico desse câncer baseiam-se no Controle do câncer de mama: documento de consenso, de 2004, que considera, como principais estratégias de rastreamento, o exame clínico anual das mamas a partir dos 40 anos e um exame mamográfico, a cada dois anos, para mulheres de 50 a 69 anos. Para as mulheres de grupos populacionais considerados de risco elevado para câncer da mama (com história familiar de câncer da mama em parentes de primeiro grau antes dos 50 anos de idade; história familiar de câncer da mama bilateral ou de ovário em parentes de primeiro grau em qualquer idade; história familiar de câncer da mama masculina; ou mulheres com diagnóstico histopatológico de lesão mamária proliferativa com atipia ou neoplasia lobular in situ), recomenda-se o exame clínico da mama e a mamografia, anualmente, a partir de 35 anos.
Apesar de ser considerado um câncer de relativamente bom prognóstico se diagnosticado e tratado oportunamente, as taxas de mortalidade por câncer da mama continuam elevadas no Brasil, muito provavelmente porque a doença ainda é diagnosticada em estádios avançados. A sobrevida média após cinco anos na população de países desenvolvidos tem apresentado um discreto aumento, cerca de 85%. Entretanto, nos países em desenvolvimento, a sobrevida fica em torno de 60%.
Câncer da próstata
Para o Brasil, no ano de 2012, estimam-se 60.180 casos novos de câncer da próstata. Esses valores correspondem a um risco estimado de 62 casos novos a cada 100 mil homens (Tabela 1).
Nas regiões Sudeste (78/100 mil) e Nordeste (43/100 mil), o câncer da próstata é o mais incidente entre os homens. Sem considerar os tumores da pele não melanoma, é o mais frequente nas regiões Centro-Oeste (75/100 mil), Sul (68/100 mil) e Norte (30/100 mil) (Tabelas 4, 12, 22, 27 e 32).
Comentário
A última estimativa mundial apontou o câncer da próstata como sendo o segundo tipo de câncer mais frequente em homens, cerca de 915 mil casos novos no ano de 2008. Aproximadamente 75% dos casos diagnosticados no mundo ocorrem em países desenvolvidos. A taxa de incidência mundial cresceu cerca de 25 vezes, sendo as mais altas observadas na Austrália, Nova Zelândia, Europa Ocidental e América do Norte. Parte desse aumento pode ser reflexo das práticas de rastreamento por meio do teste Antígeno Prostático Específico (PSA).
No Brasil, o aumento da expectativa de vida, a melhoria e a evolução dos métodos diagnósticos e da qualidade dos sistemas de informação do país podem explicar o aumento das taxas de incidência ao longo dos anos.
O único fator de risco bem estabelecido para o desenvolvimento do câncer da próstata é a idade. Aproximadamente 62% dos casos de câncer da próstata diagnosticados no mundo acometem homens com 65 anos ou mais. Com o crescimento da expectativa de vida mundial, é esperado que o número de casos novos aumente cerca de 60% até o ano de 2015. Além desse, a raça/etnia e a história familiar da doença também são consideradas fatores de risco para esse tipo de neoplasia. O câncer da próstata é aproximadamente 1,6 vezes mais comum em homens negros do que em homens brancos. Os americanos, jamaicanos e caribenhos com descendência africana apresentam as mais altas taxas de incidência desse câncer do mundo, o que pode ser atribuído, em parte, à susceptibilidade genética (cerca de 5% a 10%). Todavia, é possível que essa diferença explique-se pela heterogeneidade do acesso, bem como pelos diferentes estilos de vida.
Outro fator importante na etiologia desse tipo de câncer é a dieta. Dietas com base em gordura animal, carne vermelha, embutidos e cálcio têm sido associadas ao aumento no risco de desenvolver câncer da próstata. Além disso, também contribui como fator de risco a obesidade, em especial para aquelas neoplasias de comportamento mais agressivo. Em contrapartida, dietas ricas em vegetais, vitaminas D e E, licopeno e Ômega-3 aparecem como fatores protetores.
Recentemente, a síndrome metabólica, caracterizada pela resistência ao hormônio insulina, vem sendo apontada como potencial fator de risco para o desenvolvimento dessa neoplasia. Em geral, os homens com diabetes mellitus tipo 2 possuem deficiência com relação ao hormônio testosterona. Estudos recentes sugerem que a terapia de reposição hormonal (testosterona) possa inverter alguns aspectos da síndrome metabólica, embora a correlação entre essa reposição e o surgimento do câncer da próstata ainda seja uma pergunta sem resposta.
A mortalidade por esse tipo de neoplasia apresenta um perfil ascendente semelhante ao da incidência no Brasil, embora sua magnitude seja mais baixa. Pode ser considerado um câncer de bom prognóstico se diagnosticado e tratado oportunamente. Programas de controle da doença são aplicáveis para a redução da mortalidade, entretanto, os métodos de rastreamentos atuais, como o PSA, não mostraram, até o momento, sucesso na redução da mortalidade.
Nas regiões Sudeste (78/100 mil) e Nordeste (43/100 mil), o câncer da próstata é o mais incidente entre os homens. Sem considerar os tumores da pele não melanoma, é o mais frequente nas regiões Centro-Oeste (75/100 mil), Sul (68/100 mil) e Norte (30/100 mil) (Tabelas 4, 12, 22, 27 e 32).
Comentário
A última estimativa mundial apontou o câncer da próstata como sendo o segundo tipo de câncer mais frequente em homens, cerca de 915 mil casos novos no ano de 2008. Aproximadamente 75% dos casos diagnosticados no mundo ocorrem em países desenvolvidos. A taxa de incidência mundial cresceu cerca de 25 vezes, sendo as mais altas observadas na Austrália, Nova Zelândia, Europa Ocidental e América do Norte. Parte desse aumento pode ser reflexo das práticas de rastreamento por meio do teste Antígeno Prostático Específico (PSA).
No Brasil, o aumento da expectativa de vida, a melhoria e a evolução dos métodos diagnósticos e da qualidade dos sistemas de informação do país podem explicar o aumento das taxas de incidência ao longo dos anos.
O único fator de risco bem estabelecido para o desenvolvimento do câncer da próstata é a idade. Aproximadamente 62% dos casos de câncer da próstata diagnosticados no mundo acometem homens com 65 anos ou mais. Com o crescimento da expectativa de vida mundial, é esperado que o número de casos novos aumente cerca de 60% até o ano de 2015. Além desse, a raça/etnia e a história familiar da doença também são consideradas fatores de risco para esse tipo de neoplasia. O câncer da próstata é aproximadamente 1,6 vezes mais comum em homens negros do que em homens brancos. Os americanos, jamaicanos e caribenhos com descendência africana apresentam as mais altas taxas de incidência desse câncer do mundo, o que pode ser atribuído, em parte, à susceptibilidade genética (cerca de 5% a 10%). Todavia, é possível que essa diferença explique-se pela heterogeneidade do acesso, bem como pelos diferentes estilos de vida.
Outro fator importante na etiologia desse tipo de câncer é a dieta. Dietas com base em gordura animal, carne vermelha, embutidos e cálcio têm sido associadas ao aumento no risco de desenvolver câncer da próstata. Além disso, também contribui como fator de risco a obesidade, em especial para aquelas neoplasias de comportamento mais agressivo. Em contrapartida, dietas ricas em vegetais, vitaminas D e E, licopeno e Ômega-3 aparecem como fatores protetores.
Recentemente, a síndrome metabólica, caracterizada pela resistência ao hormônio insulina, vem sendo apontada como potencial fator de risco para o desenvolvimento dessa neoplasia. Em geral, os homens com diabetes mellitus tipo 2 possuem deficiência com relação ao hormônio testosterona. Estudos recentes sugerem que a terapia de reposição hormonal (testosterona) possa inverter alguns aspectos da síndrome metabólica, embora a correlação entre essa reposição e o surgimento do câncer da próstata ainda seja uma pergunta sem resposta.
A mortalidade por esse tipo de neoplasia apresenta um perfil ascendente semelhante ao da incidência no Brasil, embora sua magnitude seja mais baixa. Pode ser considerado um câncer de bom prognóstico se diagnosticado e tratado oportunamente. Programas de controle da doença são aplicáveis para a redução da mortalidade, entretanto, os métodos de rastreamentos atuais, como o PSA, não mostraram, até o momento, sucesso na redução da mortalidade.
Câncer do colo do útero
Para o Brasil, no ano de 2012, esperam-se 17.540 casos novos de câncer do colo do útero, com um risco estimado de 17 casos a cada 100 mil mulheres (Tabela 1).
Sem considerar os tumores da pele não melanoma, o câncer do colo do útero é o mais incidente na região Norte (24/100 mil). Nas regiões Centro-Oeste (28/100 mil) e Nordeste (18/100 mil) ocupa a segunda posição mais frequente, na região Sudeste (15/100 mil), a terceira, e na região Sul (14/100 mil), a quarta posição (Tabelas 4, 12, 22, 27 e 32).
Comentário
O câncer do colo do útero é um importante problema de saúde pública no mundo. As mais recentes estimativas mundiais apontam 529 mil casos novos desse câncer em mulheres para o ano de 2008, configurando-se o terceiro tipo de câncer mais comum entre as mulheres. Sua incidência é cerca de duas vezes maior em países menos desenvolvidos quando comparada aos países mais desenvolvidos. Em geral, a razão mortalidade/incidência é de 52%, sendo responsável pelo óbito de 275 mil mulheres em 2008. Mais de 85% desses óbitos ocorrem em países em desenvolvimento. Somente a Índia, que é o segundo país mais populoso do mundo, contribui com cerca de 27% dos óbitos por esse câncer.
A incidência do câncer do colo do útero manifesta-se a partir da faixa etária de 20 a 29 anos, aumentando seu risco rapidamente até atingir o pico etário entre 50 e 60 anos. Uma provável explicação para as altas taxas de incidência em países em desenvolvimento seria a inexistência ou a pouca eficiência dos programas de rastreamento. Com exceção do câncer da pele não melanoma, esse tumor é o que apresenta maior potencial de prevenção e cura quando diagnosticado precocemente.
O principal fator de risco para o desenvolvimento de lesões intraepiteliais de alto grau e do câncer do colo do útero é a infecção pelo papilomavírus humano (HPV). Apesar de ser considerada uma condição necessária, a infecção pelo HPV por si só não representa uma causa suficiente para o surgimento dessa neoplasia. Além de aspectos relacionados à própria infecção pelo HPV (tipo e carga viral, infecção única ou múltipla), outros fatores ligados à imunidade, à genética e ao comportamento sexual parecem influenciar os mecanismos ainda incertos que determinam a regressão ou a persistência da infecção e também a progressão para lesões precursoras ou câncer. A idade também interfere nesse processo, sendo que a maioria das infecções por HPV em mulheres com menos de 30 anos regride espontaneamente, ao passo que, acima dessa idade, a persistência é mais frequente. O tabagismo eleva o risco para o desenvolvimento do câncer do colo do útero. Esse risco é proporcional ao número de cigarros fumados por dia e aumenta sobretudo quando o ato de fumar é iniciado em idade precoce. Existem hoje 13 tipos de HPV reconhecidos como oncogênicos pela Agência Internacional para Pesquisa sobre o Câncer (IARC). Desses, os mais comuns são o HPV16 e o HPV18.
O teste Papanicolaou convencional constitui-se na principal estratégia utilizada em programas de rastreamento para o controle do câncer do colo do útero.
A vacina contra o HPV é uma promissora ferramenta para o combate a esse câncer, porém ainda é uma prática distante da realidade dos países de baixa e média rendas, em razão de seu alto custo. Sendo assim, o rastreamento organizado é a melhor estratégia para redução da incidência e da mortalidade por essa neoplasia. Além disso, as vacinas disponíveis hoje no mundo não conferem imunidade contra todos os tipos de HPV. Estão registradas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) as vacinas quadrivalente (HPV 6,11,16 e 18) e bivalente (HPV 16 e 18) contra o câncer do colo do útero, indicadas para mulheres com idade de 9 a 26 anos. A incorporação da vacina contra HPV no Programa Nacional de Imunizações permanece em discussão pelo Ministério da Saúde e pode se tornar uma das ferramentas para o controle do câncer do colo do útero no futuro.
No Brasil, a estratégia de rastreamento recomendada pelo Ministério da Saúde é o exame citopatológico prioritariamente em mulheres de 25 a 64 anos. Faz-se necessário, portanto, garantir a organização, a integralidade e a qualidade dos programas de rastreamento, bem como o seguimento das pacientes.
Sem considerar os tumores da pele não melanoma, o câncer do colo do útero é o mais incidente na região Norte (24/100 mil). Nas regiões Centro-Oeste (28/100 mil) e Nordeste (18/100 mil) ocupa a segunda posição mais frequente, na região Sudeste (15/100 mil), a terceira, e na região Sul (14/100 mil), a quarta posição (Tabelas 4, 12, 22, 27 e 32).
Comentário
O câncer do colo do útero é um importante problema de saúde pública no mundo. As mais recentes estimativas mundiais apontam 529 mil casos novos desse câncer em mulheres para o ano de 2008, configurando-se o terceiro tipo de câncer mais comum entre as mulheres. Sua incidência é cerca de duas vezes maior em países menos desenvolvidos quando comparada aos países mais desenvolvidos. Em geral, a razão mortalidade/incidência é de 52%, sendo responsável pelo óbito de 275 mil mulheres em 2008. Mais de 85% desses óbitos ocorrem em países em desenvolvimento. Somente a Índia, que é o segundo país mais populoso do mundo, contribui com cerca de 27% dos óbitos por esse câncer.
A incidência do câncer do colo do útero manifesta-se a partir da faixa etária de 20 a 29 anos, aumentando seu risco rapidamente até atingir o pico etário entre 50 e 60 anos. Uma provável explicação para as altas taxas de incidência em países em desenvolvimento seria a inexistência ou a pouca eficiência dos programas de rastreamento. Com exceção do câncer da pele não melanoma, esse tumor é o que apresenta maior potencial de prevenção e cura quando diagnosticado precocemente.
O principal fator de risco para o desenvolvimento de lesões intraepiteliais de alto grau e do câncer do colo do útero é a infecção pelo papilomavírus humano (HPV). Apesar de ser considerada uma condição necessária, a infecção pelo HPV por si só não representa uma causa suficiente para o surgimento dessa neoplasia. Além de aspectos relacionados à própria infecção pelo HPV (tipo e carga viral, infecção única ou múltipla), outros fatores ligados à imunidade, à genética e ao comportamento sexual parecem influenciar os mecanismos ainda incertos que determinam a regressão ou a persistência da infecção e também a progressão para lesões precursoras ou câncer. A idade também interfere nesse processo, sendo que a maioria das infecções por HPV em mulheres com menos de 30 anos regride espontaneamente, ao passo que, acima dessa idade, a persistência é mais frequente. O tabagismo eleva o risco para o desenvolvimento do câncer do colo do útero. Esse risco é proporcional ao número de cigarros fumados por dia e aumenta sobretudo quando o ato de fumar é iniciado em idade precoce. Existem hoje 13 tipos de HPV reconhecidos como oncogênicos pela Agência Internacional para Pesquisa sobre o Câncer (IARC). Desses, os mais comuns são o HPV16 e o HPV18.
O teste Papanicolaou convencional constitui-se na principal estratégia utilizada em programas de rastreamento para o controle do câncer do colo do útero.
A vacina contra o HPV é uma promissora ferramenta para o combate a esse câncer, porém ainda é uma prática distante da realidade dos países de baixa e média rendas, em razão de seu alto custo. Sendo assim, o rastreamento organizado é a melhor estratégia para redução da incidência e da mortalidade por essa neoplasia. Além disso, as vacinas disponíveis hoje no mundo não conferem imunidade contra todos os tipos de HPV. Estão registradas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) as vacinas quadrivalente (HPV 6,11,16 e 18) e bivalente (HPV 16 e 18) contra o câncer do colo do útero, indicadas para mulheres com idade de 9 a 26 anos. A incorporação da vacina contra HPV no Programa Nacional de Imunizações permanece em discussão pelo Ministério da Saúde e pode se tornar uma das ferramentas para o controle do câncer do colo do útero no futuro.
No Brasil, a estratégia de rastreamento recomendada pelo Ministério da Saúde é o exame citopatológico prioritariamente em mulheres de 25 a 64 anos. Faz-se necessário, portanto, garantir a organização, a integralidade e a qualidade dos programas de rastreamento, bem como o seguimento das pacientes.
Câncer do pulmão
Estimam-se 17.210 casos novos de câncer de pulmão em homens e 10.110 em mulheres, no Brasil, no ano de 2012. Esses valores correspondem a um risco estimado de 18 casos novos a cada 100 mil homens e 10 a cada 100 mil mulheres (Tabela 1).
Sem considerar os tumores da pele não melanoma, o câncer do pulmão em homens é o segundo mais frequente nas regiões Sul (37/100 mil) e Centro-Oeste (17/100 mil). Nas regiões Sudeste (20/100 mil), Nordeste (8/100 mil) e Norte (8/100 mil), ocupa a terceira posição. Para as mulheres, é o terceiro mais frequente na região Sul (19/100 mil), o quarto na região Centro-Oeste (9/100 mil) e o quinto nas regiões Sudeste (11/100 mil), Nordeste (6/100 mil) e Norte (5/100 mil) (Tabelas 4, 12, 22, 27 e 32).
Comentário
O câncer do pulmão era considerado uma doença rara até o início do século XX. Desde então, sua ocorrência aumentou rapidamente e essa neoplasia se tornou a mais frequente na população mundial e a causa mais importante de morte por câncer no mundo. A mais recente estimativa mundial apontou uma incidência de 1,61 milhão de casos novos de câncer do pulmão para o ano de 2008, representando 12,7% de todos os novos casos de câncer.
O padrão da ocorrência dessa neoplasia é determinado por um passado de grande exposição ao tabagismo. Na maioria das populações, os casos de câncer do pulmão tabaco-relacionados representam 80% ou mais dos casos desse câncer. Comparados com os não fumantes, os tabagistas têm cerca de 20 a 30 vezes mais risco de desenvolver câncer do pulmão. Em geral, as taxas de incidência em um determinado país refletem o consumo de cigarros nesse país.
Normalmente, os homens apresentam as maiores taxas de incidência dessa neoplasia. Apesar disso e da baixa prevalência de fumantes na China, as mulheres chinesas apresentam a maior taxa de incidência mundial para esse tipo de câncer. Esse alto número de casos de câncer do pulmão pode refletir a poluição do ar em razão do cozimento de defumados em fogões de carvão localizados em ambientes fechados.
Outros importantes fatores de risco conhecidos para o câncer do pulmão incluem exposição a carcinógenos ocupacionais e ambientais como amianto, arsênico, radônio 38 e hidrocarbonetos aromáticos policíclicos. Em países industrializados, estima-se que entre 5% e10% dos casos de câncer do pulmão sejam atribuídos a esse tipo de exposição. Além desses, repetidas infecções pulmonares, tuberculose, deficiência e excesso de vitamina A também são considerados fatores de risco para o desenvolvimento desse tipo de neoplasia.
História familiar de câncer do pulmão também representa um aumento no risco para o aparecimento da doença, em especial em indivíduos mais jovens. Alguns estudos sugerem que alterações genéticas, juntamente com o tabagismo, podem responder por cerca de 50% dos casos diagnosticados em pessoas com idade inferior a 60 anos. Entretanto, é difícil estabelecer o quanto desse excesso de risco é em decorrência de fatores hereditários e o quanto é por conta do ato de fumar.
Esse tipo de câncer é geralmente detectado em estádios avançados, uma vez que a sintomatologia nos estádios iniciais da doença não é comum. Com isso, o câncer do pulmão permanece como uma doença altamente letal, tendo a razão mortalidade/ incidência de, aproximadamente, 86%.
Ao final do século XX, o câncer do pulmão se tornou uma das principais causas de morte evitáveis. O consumo de vegetais e frutas tem mostrado um efeito protetor para o desenvolvimento do câncer do pulmão, principalmente porque esses alimentos contêm carotenoides (pigmentos vermelhos e amarelos) que possuem propriedades antioxidantes. No entanto, o controle do tabaco permanece como sendo a principal forma de redução da ocorrência desse tipo de neoplasia.
Sem considerar os tumores da pele não melanoma, o câncer do pulmão em homens é o segundo mais frequente nas regiões Sul (37/100 mil) e Centro-Oeste (17/100 mil). Nas regiões Sudeste (20/100 mil), Nordeste (8/100 mil) e Norte (8/100 mil), ocupa a terceira posição. Para as mulheres, é o terceiro mais frequente na região Sul (19/100 mil), o quarto na região Centro-Oeste (9/100 mil) e o quinto nas regiões Sudeste (11/100 mil), Nordeste (6/100 mil) e Norte (5/100 mil) (Tabelas 4, 12, 22, 27 e 32).
Comentário
O câncer do pulmão era considerado uma doença rara até o início do século XX. Desde então, sua ocorrência aumentou rapidamente e essa neoplasia se tornou a mais frequente na população mundial e a causa mais importante de morte por câncer no mundo. A mais recente estimativa mundial apontou uma incidência de 1,61 milhão de casos novos de câncer do pulmão para o ano de 2008, representando 12,7% de todos os novos casos de câncer.
O padrão da ocorrência dessa neoplasia é determinado por um passado de grande exposição ao tabagismo. Na maioria das populações, os casos de câncer do pulmão tabaco-relacionados representam 80% ou mais dos casos desse câncer. Comparados com os não fumantes, os tabagistas têm cerca de 20 a 30 vezes mais risco de desenvolver câncer do pulmão. Em geral, as taxas de incidência em um determinado país refletem o consumo de cigarros nesse país.
Normalmente, os homens apresentam as maiores taxas de incidência dessa neoplasia. Apesar disso e da baixa prevalência de fumantes na China, as mulheres chinesas apresentam a maior taxa de incidência mundial para esse tipo de câncer. Esse alto número de casos de câncer do pulmão pode refletir a poluição do ar em razão do cozimento de defumados em fogões de carvão localizados em ambientes fechados.
Outros importantes fatores de risco conhecidos para o câncer do pulmão incluem exposição a carcinógenos ocupacionais e ambientais como amianto, arsênico, radônio 38 e hidrocarbonetos aromáticos policíclicos. Em países industrializados, estima-se que entre 5% e10% dos casos de câncer do pulmão sejam atribuídos a esse tipo de exposição. Além desses, repetidas infecções pulmonares, tuberculose, deficiência e excesso de vitamina A também são considerados fatores de risco para o desenvolvimento desse tipo de neoplasia.
História familiar de câncer do pulmão também representa um aumento no risco para o aparecimento da doença, em especial em indivíduos mais jovens. Alguns estudos sugerem que alterações genéticas, juntamente com o tabagismo, podem responder por cerca de 50% dos casos diagnosticados em pessoas com idade inferior a 60 anos. Entretanto, é difícil estabelecer o quanto desse excesso de risco é em decorrência de fatores hereditários e o quanto é por conta do ato de fumar.
Esse tipo de câncer é geralmente detectado em estádios avançados, uma vez que a sintomatologia nos estádios iniciais da doença não é comum. Com isso, o câncer do pulmão permanece como uma doença altamente letal, tendo a razão mortalidade/ incidência de, aproximadamente, 86%.
Ao final do século XX, o câncer do pulmão se tornou uma das principais causas de morte evitáveis. O consumo de vegetais e frutas tem mostrado um efeito protetor para o desenvolvimento do câncer do pulmão, principalmente porque esses alimentos contêm carotenoides (pigmentos vermelhos e amarelos) que possuem propriedades antioxidantes. No entanto, o controle do tabaco permanece como sendo a principal forma de redução da ocorrência desse tipo de neoplasia.
Câncer do cólon e reto
Para o Brasil, no ano de 2012, esperam-se 14.180 casos novos de câncer do cólon e reto em homens e 15.960 em mulheres. Esses valores correspondem a um risco estimado de 15 casos novos a cada 100 mil homens e 16 a cada 100 mil mulheres (Tabela 1).
Sem considerar os tumores da pele não melanoma, o câncer do cólon e reto em homens é o segundo mais frequente na região Sudeste (22/100 mil) e o terceiro nas regiões Sul (18/100 mil) e Centro-Oeste (14/100 mil). Na região Norte (4/100 mil), ocupa a quarta posição e, na região Nordeste (5/100 mil), a quinta. Para as mulheres, é o segundo mais frequente nas regiões Sudeste (23/100 mil) e Sul (20/100 mil), o terceiro nas regiões Centro-Oeste (15/100 mil) e Nordeste (7/100 mil), e o sexto na região Norte (5/100 mil) (Tabelas 4, 12, 22, 27 e 32).
Comentário
O câncer do cólon e reto configura-se como o terceiro tipo de câncer mais comum entre os homens, com uma estimativa de 663 mil casos novos no mundo para o ano de 2008. Já para o sexo feminino, essa neoplasia é a segunda, com 570 mil casos novos no mundo. Cerca de 60% dos casos ocorrem em regiões mais desenvolvidas. Os padrões geográficos são bem semelhantes em relação ao sexo, sendo que o masculino apresenta maior incidência na maioria das populações. A razão de masculinidade (M/F) para esse câncer é de 1,4:1.
A incidência do câncer do cólon e reto está aumentando em países onde o risco era considerado baixo, como o Japão e outros países Asiáticos. Em países sabidamente com alto risco para o desenvolvimento desse tipo de câncer, a incidência apresenta uma estabilidade ou até mesmo um declínio, como é o caso dos países da Europa Ocidental, do norte Europeu e da América do Norte, além da Austrália.
Essa neoplasia é considerada de bom prognóstico se a doença for diagnosticada em estádios iniciais. A sobrevida média global em 5 anos se encontra em torno de 55% nos países desenvolvidos e 40% para países em desenvolvimento. Assemelhando-se à incidência, as taxas de mortalidade são mais baixas em mulheres do que nos homens, exceto na região do Caribe.
O desenvolvimento de várias formas comuns de câncer é resultado da interação entre fatores endógenos e ambientais, sendo o mais notável desses fatores a dieta. Uma dieta com base em um alto consumo de frutas, vegetais frescos, cereais e peixes, bem como a prática de atividade física, estão associadas a um baixo risco de desenvolvimento do câncer do cólon e reto. Por outro lado, o consumo excessivo de carne vermelha, embutidos e bebidas alcoólicas, o tabagismo e a obesidade ou o sobrepeso favorecem o desenvolvimento desse tipo de câncer. Mas os fatores de risco mais relevantes são a história familiar de câncer colorretal e a predisposição genética ao desenvolvimento de doenças crônicas do intestino. A idade também é considerada um fator de risco, uma vez que tanto a incidência como a mortalidade aumentam com a idade.
A história natural dessa neoplasia propicia condições ideais à sua detecção precoce. A pesquisa de sangue oculto nas fezes e métodos endoscópicos são considerados meios de detecção precoce para esse câncer, pois são capazes de diagnosticar e remover pólipos adenomatosos colorretais (precursores do câncer do cólon e reto), bem como tumores em estádios bem iniciais. Mesmo em países com maiores recursos, a relação custo-benefício em investimentos para estratégias apropriadas de prevenção e detecção precoce do câncer do cólon e reto tem impossibilitado a implantação de rastreamento populacional. Essas estratégias não têm o objetivo de diagnosticar mais pólipos ou lesões planas, mas sim de diminuir a incidência e a mortalidade por esse tipo de neoplasia.
Sem considerar os tumores da pele não melanoma, o câncer do cólon e reto em homens é o segundo mais frequente na região Sudeste (22/100 mil) e o terceiro nas regiões Sul (18/100 mil) e Centro-Oeste (14/100 mil). Na região Norte (4/100 mil), ocupa a quarta posição e, na região Nordeste (5/100 mil), a quinta. Para as mulheres, é o segundo mais frequente nas regiões Sudeste (23/100 mil) e Sul (20/100 mil), o terceiro nas regiões Centro-Oeste (15/100 mil) e Nordeste (7/100 mil), e o sexto na região Norte (5/100 mil) (Tabelas 4, 12, 22, 27 e 32).
Comentário
O câncer do cólon e reto configura-se como o terceiro tipo de câncer mais comum entre os homens, com uma estimativa de 663 mil casos novos no mundo para o ano de 2008. Já para o sexo feminino, essa neoplasia é a segunda, com 570 mil casos novos no mundo. Cerca de 60% dos casos ocorrem em regiões mais desenvolvidas. Os padrões geográficos são bem semelhantes em relação ao sexo, sendo que o masculino apresenta maior incidência na maioria das populações. A razão de masculinidade (M/F) para esse câncer é de 1,4:1.
A incidência do câncer do cólon e reto está aumentando em países onde o risco era considerado baixo, como o Japão e outros países Asiáticos. Em países sabidamente com alto risco para o desenvolvimento desse tipo de câncer, a incidência apresenta uma estabilidade ou até mesmo um declínio, como é o caso dos países da Europa Ocidental, do norte Europeu e da América do Norte, além da Austrália.
Essa neoplasia é considerada de bom prognóstico se a doença for diagnosticada em estádios iniciais. A sobrevida média global em 5 anos se encontra em torno de 55% nos países desenvolvidos e 40% para países em desenvolvimento. Assemelhando-se à incidência, as taxas de mortalidade são mais baixas em mulheres do que nos homens, exceto na região do Caribe.
O desenvolvimento de várias formas comuns de câncer é resultado da interação entre fatores endógenos e ambientais, sendo o mais notável desses fatores a dieta. Uma dieta com base em um alto consumo de frutas, vegetais frescos, cereais e peixes, bem como a prática de atividade física, estão associadas a um baixo risco de desenvolvimento do câncer do cólon e reto. Por outro lado, o consumo excessivo de carne vermelha, embutidos e bebidas alcoólicas, o tabagismo e a obesidade ou o sobrepeso favorecem o desenvolvimento desse tipo de câncer. Mas os fatores de risco mais relevantes são a história familiar de câncer colorretal e a predisposição genética ao desenvolvimento de doenças crônicas do intestino. A idade também é considerada um fator de risco, uma vez que tanto a incidência como a mortalidade aumentam com a idade.
A história natural dessa neoplasia propicia condições ideais à sua detecção precoce. A pesquisa de sangue oculto nas fezes e métodos endoscópicos são considerados meios de detecção precoce para esse câncer, pois são capazes de diagnosticar e remover pólipos adenomatosos colorretais (precursores do câncer do cólon e reto), bem como tumores em estádios bem iniciais. Mesmo em países com maiores recursos, a relação custo-benefício em investimentos para estratégias apropriadas de prevenção e detecção precoce do câncer do cólon e reto tem impossibilitado a implantação de rastreamento populacional. Essas estratégias não têm o objetivo de diagnosticar mais pólipos ou lesões planas, mas sim de diminuir a incidência e a mortalidade por esse tipo de neoplasia.
Câncer do estômago
No ano de 2012, estimam-se, para o Brasil, 12.670 casos novos de câncer do estômago em homens e 7.420 em mulheres. Esses valores correspondem a um risco estimado de 13 casos novos a cada 100 mil homens e 7 a cada 100 mil mulheres (Tabela 1).
Sem considerar os tumores de pele não melanoma, o câncer do estômago em homens é o segundo mais frequente nas regiões Norte (11/100 mil) e Nordeste (9/100 mil) e o quarto nas regiões Sul (16/100 mil), Sudeste (15/100 mil) e Centro-Oeste (14/100 mil). Para as mulheres, ocupa a quarta posição na região Norte (6/100 mil), a quinta na região Centro-Oeste (7/100 mil) e a sexta nas regiões Sudeste (9/100 mil), Sul (8/100 mil) e Nordeste (6/100 mil) (Tabelas 4, 12, 22, 27 e 32).
Comentário
A mais recente estimativa mundial apontou a ocorrência de cerca de um milhão de casos novos de câncer do estômago para o ano de 2008, configurando-se como a quarta causa mais comum de câncer. Mais de 70% dos casos ocorrem em países em desenvolvimento. Além disso, a taxa de incidência é cerca de duas vezes mais alta no sexo masculino do que no feminino.
Apesar de ser a segunda causa de morte por câncer no mundo, em ambos os sexos, sua série histórica mostra declínio em vários países. As taxas de incidência também mostram uma diminuição substancial na maioria dos países. Parte da explicação para esse declínio deve-se a fatores relacionados ao aumento do uso de refrigeradores para uma melhor conservação alimentar, aliado a modificações no hábito alimentar da população (aumento da ingestão de frutas, legumes e verduras frescas). Outro determinante para essa redução nas taxas pode ser atribuído à redução na prevalência de infecção pela Helicobacter pylori (H. pylori). Estratégias para prevenção do câncer do estômago incluem melhorias no saneamento básico e mudanças no estilo de vida da população.
Estudos epidemiológicos sugerem que a mudança no padrão alimentar da população, com o aumento na ingestão de frutas e verduras, está associada a um baixo risco para o desenvolvimento dessa neoplasia. A hipótese de que a alimentação saudável possa ser um fator protetor deve-se ao fato de as frutas e legumes frescos possuírem vitaminas com propriedades antioxidantes, como as vitaminas C e E e o betacaroteno.
O maior fator de risco para o desenvolvimento do câncer do estômago é a infecção em longo prazo pela bactéria H. pylori. É uma das infecções mais comuns no mundo e pode ser responsável por 63% dos casos de câncer gástrico. A prevalência mundial calculada de infecção pelo H. pylori é de 50%, sendo que chega a 90% nos países em desenvolvimento. Na maioria das populações em que a prevalência da infecção é alta, geralmente, ela é adquirida na infância, persistindo ao longo da vida.
Em geral, o câncer gástrico apresenta o fator ambiental/comportamental como o principal para o seu desenvolvimento. Entretanto, alguns estudos apontam que fatores genéticos podem influenciar no desenvolvimento dessa neoplasia. Um exemplo é que a frequência do câncer do estômago é, aproximadamente, 20% maior em indivíduos pertencentes ao grupo sanguíneo A em comparação aos outros grupos sanguíneos.
O câncer do estômago é um tipo de tumor que não possui um bom prognóstico, sendo a razão mortalidade/incidência considerada alta em todas as partes do mundo. Sua sobrevida relativa em cinco anos é considerada baixa, tanto em países em desenvolvimento como em países desenvolvidos.
Sem considerar os tumores de pele não melanoma, o câncer do estômago em homens é o segundo mais frequente nas regiões Norte (11/100 mil) e Nordeste (9/100 mil) e o quarto nas regiões Sul (16/100 mil), Sudeste (15/100 mil) e Centro-Oeste (14/100 mil). Para as mulheres, ocupa a quarta posição na região Norte (6/100 mil), a quinta na região Centro-Oeste (7/100 mil) e a sexta nas regiões Sudeste (9/100 mil), Sul (8/100 mil) e Nordeste (6/100 mil) (Tabelas 4, 12, 22, 27 e 32).
Comentário
A mais recente estimativa mundial apontou a ocorrência de cerca de um milhão de casos novos de câncer do estômago para o ano de 2008, configurando-se como a quarta causa mais comum de câncer. Mais de 70% dos casos ocorrem em países em desenvolvimento. Além disso, a taxa de incidência é cerca de duas vezes mais alta no sexo masculino do que no feminino.
Apesar de ser a segunda causa de morte por câncer no mundo, em ambos os sexos, sua série histórica mostra declínio em vários países. As taxas de incidência também mostram uma diminuição substancial na maioria dos países. Parte da explicação para esse declínio deve-se a fatores relacionados ao aumento do uso de refrigeradores para uma melhor conservação alimentar, aliado a modificações no hábito alimentar da população (aumento da ingestão de frutas, legumes e verduras frescas). Outro determinante para essa redução nas taxas pode ser atribuído à redução na prevalência de infecção pela Helicobacter pylori (H. pylori). Estratégias para prevenção do câncer do estômago incluem melhorias no saneamento básico e mudanças no estilo de vida da população.
Estudos epidemiológicos sugerem que a mudança no padrão alimentar da população, com o aumento na ingestão de frutas e verduras, está associada a um baixo risco para o desenvolvimento dessa neoplasia. A hipótese de que a alimentação saudável possa ser um fator protetor deve-se ao fato de as frutas e legumes frescos possuírem vitaminas com propriedades antioxidantes, como as vitaminas C e E e o betacaroteno.
O maior fator de risco para o desenvolvimento do câncer do estômago é a infecção em longo prazo pela bactéria H. pylori. É uma das infecções mais comuns no mundo e pode ser responsável por 63% dos casos de câncer gástrico. A prevalência mundial calculada de infecção pelo H. pylori é de 50%, sendo que chega a 90% nos países em desenvolvimento. Na maioria das populações em que a prevalência da infecção é alta, geralmente, ela é adquirida na infância, persistindo ao longo da vida.
Em geral, o câncer gástrico apresenta o fator ambiental/comportamental como o principal para o seu desenvolvimento. Entretanto, alguns estudos apontam que fatores genéticos podem influenciar no desenvolvimento dessa neoplasia. Um exemplo é que a frequência do câncer do estômago é, aproximadamente, 20% maior em indivíduos pertencentes ao grupo sanguíneo A em comparação aos outros grupos sanguíneos.
O câncer do estômago é um tipo de tumor que não possui um bom prognóstico, sendo a razão mortalidade/incidência considerada alta em todas as partes do mundo. Sua sobrevida relativa em cinco anos é considerada baixa, tanto em países em desenvolvimento como em países desenvolvidos.
Câncer da cavidade oral
Estimam-se 9.990 casos novos de câncer da cavidade oral em homens e 4.180 em mulheres, para o Brasil, no ano de 2012. Esses valores correspondem a um risco estimado de 10 casos novos a cada 100 mil homens e 4 a cada 100 mil mulheres (Tabela 1).
Sem considerar os tumores da pele não melanoma, o câncer da cavidade oral em homens é o quarto mais frequente na região Nordeste (6/100 mil). Nas regiões Sudeste (15/100 mil) e Centro-Oeste (9/100 mil), ocupa a quinta posição, enquanto, nas regiões Sul (12/100 mil) e Norte (3/100 mil), é o sexto mais frequente. Para as mulheres, é o oitavo mais frequente na região Nordeste (3/100 mil). Nas regiões Sudeste (6/100 mil) e Norte (2/100 mil), ocupa a nona posição, enquanto, nas regiões Centro-Oeste (3/100 mil) e Sul (3/100 mil), é, respectivamente, o 12º e o 15º mais incidente (Tabelas 4, 12, 22, 27 e 32).
Comentário
A mais recente estimativa mundial apontou que ocorreriam cerca de 264 mil casos novos e 128 mil óbitos para o ano de 2008. As mais altas taxas de incidência foram observadas em populações da Melanésia, centro-sul Asiático, Europa Oriental e Central, África e América Central.
Os principais fatores de risco para o câncer da cavidade oral são o tabagismo, o etilismo e as infecções pelo HPV. Estudos apontam que o hábito de fumar e beber estabelece um sinergismo entre esses dois fatores de risco, aumentando 30 vezes o risco para o desenvolvimento desse tipo de câncer. O fumo é responsável por cerca de 42% dos óbitos por essa neoplasia. Já o etilismo pesado corresponde a, aproximadamente, 16% dos óbitos.
As taxas de mortalidade por câncer da cavidade oral apresentam um declínio na população masculina na maioria dos países. Em mulheres, esse comportamento ainda não pode ser observado, uma vez que o início do uso do tabaco pelas mulheres foi posterior ao dos homens. Contudo, as taxas de incidência para câncer da cavidade oral relacionado à infecção pelo HPV, como amígdala, base da língua e orofaringe, aumentam entre adultos jovens em ambos os sexos. Parte desse aumento pode ser atribuído a mudanças no comportamento sexual.
A detecção precoce pela inspeção visual, seja ela feita pelo próprio indivíduo ou por dentistas e médicos, pode descobrir anormalidades pré-malignas do câncer da cavidade oral. Quando diagnosticado precocemente, esse tipo de câncer apresenta bom prognóstico.
Sem considerar os tumores da pele não melanoma, o câncer da cavidade oral em homens é o quarto mais frequente na região Nordeste (6/100 mil). Nas regiões Sudeste (15/100 mil) e Centro-Oeste (9/100 mil), ocupa a quinta posição, enquanto, nas regiões Sul (12/100 mil) e Norte (3/100 mil), é o sexto mais frequente. Para as mulheres, é o oitavo mais frequente na região Nordeste (3/100 mil). Nas regiões Sudeste (6/100 mil) e Norte (2/100 mil), ocupa a nona posição, enquanto, nas regiões Centro-Oeste (3/100 mil) e Sul (3/100 mil), é, respectivamente, o 12º e o 15º mais incidente (Tabelas 4, 12, 22, 27 e 32).
Comentário
A mais recente estimativa mundial apontou que ocorreriam cerca de 264 mil casos novos e 128 mil óbitos para o ano de 2008. As mais altas taxas de incidência foram observadas em populações da Melanésia, centro-sul Asiático, Europa Oriental e Central, África e América Central.
Os principais fatores de risco para o câncer da cavidade oral são o tabagismo, o etilismo e as infecções pelo HPV. Estudos apontam que o hábito de fumar e beber estabelece um sinergismo entre esses dois fatores de risco, aumentando 30 vezes o risco para o desenvolvimento desse tipo de câncer. O fumo é responsável por cerca de 42% dos óbitos por essa neoplasia. Já o etilismo pesado corresponde a, aproximadamente, 16% dos óbitos.
As taxas de mortalidade por câncer da cavidade oral apresentam um declínio na população masculina na maioria dos países. Em mulheres, esse comportamento ainda não pode ser observado, uma vez que o início do uso do tabaco pelas mulheres foi posterior ao dos homens. Contudo, as taxas de incidência para câncer da cavidade oral relacionado à infecção pelo HPV, como amígdala, base da língua e orofaringe, aumentam entre adultos jovens em ambos os sexos. Parte desse aumento pode ser atribuído a mudanças no comportamento sexual.
A detecção precoce pela inspeção visual, seja ela feita pelo próprio indivíduo ou por dentistas e médicos, pode descobrir anormalidades pré-malignas do câncer da cavidade oral. Quando diagnosticado precocemente, esse tipo de câncer apresenta bom prognóstico.
Câncer da laringe
Para o ano de 2012, no Brasil, esperam-se 6.110 casos novos de câncer da laringe, com um risco estimado de 6 casos a cada 100 mil homens (Tabela 1).
Sem considerar os tumores da pele não melanoma, em homens, o câncer da laringe é o sexto mais incidente na região Nordeste (4/100 mil). Nas regiões Sul (9/100 mil) e Norte (2/100 mil), ocupa a sétima posição, na região Sudeste (8/100 mil), a oitava, e na região Centro-Oeste (5/100 mil), a nona posição (Tabelas 4, 12, 22, 27 e 32).
A magnitude em mulheres é muito pequena e, portanto, o cálculo da estimativa não é recomendado.
Comentário
No mundo, o câncer da laringe é o segundo câncer do aparelho respiratório, sendo o mais comum entre os diversos tipos de câncer da cabeça e do pescoço, representando 2% do total das neoplasias malignas. A mais recente estimativa mundial apontou a ocorrência de cerca de 129 mil casos novos por ano, sendo responsável pelo óbito de, aproximadamente, 70 mil pessoas por ano. A incidência é maior em homens com idade acima dos 40 anos. Observa-se uma tendência de declínio da mortalidade pelo câncer da laringe em vários países, sendo maior em países europeus.
O tabaco é o principal fator de risco, que é potencializado ao ser associado ao álcool. Outros fatores são: histórico familiar, má alimentação, situação socioeconômica desfavorável, inflamação crônica da laringe causada pelo refluxo gastroesofágico, HPV e exposição a produtos químicos, pó de madeira, fuligem ou poeira de carvão e vapores da tinta.
Os sintomas mais comuns são a rouquidão duradoura e a infecção persistente. A dificuldade de engolir o alimento (disfagia) com alguma dor ou sensação de queimação pode ser outro sintoma do câncer de laringe, assim como a dispneia ou falta de ar, o mau hálito (halitose), a perda de peso ou, mais raramente, a dor no ouvido. Quando diagnosticado em estádios iniciais, o câncer da laringe possui um bom prognóstico, com alto poder de cura (80% a 100%).
Sem considerar os tumores da pele não melanoma, em homens, o câncer da laringe é o sexto mais incidente na região Nordeste (4/100 mil). Nas regiões Sul (9/100 mil) e Norte (2/100 mil), ocupa a sétima posição, na região Sudeste (8/100 mil), a oitava, e na região Centro-Oeste (5/100 mil), a nona posição (Tabelas 4, 12, 22, 27 e 32).
A magnitude em mulheres é muito pequena e, portanto, o cálculo da estimativa não é recomendado.
Comentário
No mundo, o câncer da laringe é o segundo câncer do aparelho respiratório, sendo o mais comum entre os diversos tipos de câncer da cabeça e do pescoço, representando 2% do total das neoplasias malignas. A mais recente estimativa mundial apontou a ocorrência de cerca de 129 mil casos novos por ano, sendo responsável pelo óbito de, aproximadamente, 70 mil pessoas por ano. A incidência é maior em homens com idade acima dos 40 anos. Observa-se uma tendência de declínio da mortalidade pelo câncer da laringe em vários países, sendo maior em países europeus.
O tabaco é o principal fator de risco, que é potencializado ao ser associado ao álcool. Outros fatores são: histórico familiar, má alimentação, situação socioeconômica desfavorável, inflamação crônica da laringe causada pelo refluxo gastroesofágico, HPV e exposição a produtos químicos, pó de madeira, fuligem ou poeira de carvão e vapores da tinta.
Os sintomas mais comuns são a rouquidão duradoura e a infecção persistente. A dificuldade de engolir o alimento (disfagia) com alguma dor ou sensação de queimação pode ser outro sintoma do câncer de laringe, assim como a dispneia ou falta de ar, o mau hálito (halitose), a perda de peso ou, mais raramente, a dor no ouvido. Quando diagnosticado em estádios iniciais, o câncer da laringe possui um bom prognóstico, com alto poder de cura (80% a 100%).
Câncer da bexiga
No ano de 2012, estimam-se, para o Brasil, 6.210 casos novos de câncer da bexiga em homens e 2.690 em mulheres. Esses valores correspondem a um risco estimado de 6 casos novos a cada 100 mil homens e 3 a cada 100 mil mulheres (Tabela 1).
Sem considerar os tumores da pele não melanoma, o câncer da bexiga em homens é o sétimo mais frequente nas regiões Sudeste (9/100 mil) e Centro-Oeste (6/100 mil). Na região Sul (9/100 mil), ocupa a oitava posição. Nas regiões Norte (2/100 mil) e Nordeste (2/100 mil), ocupa a 11ª posição. Para as mulheres, essa neoplasia maligna não se configura entre as mais incidentes, ocupando a 13ª posição na região Norte (1/100 mil) e a 14ª posição nas regiões Sudeste (4/100 mil), Sul (3/100 mil), Centro-Oeste (2/100 mil) e Nordeste (1/100 mil) (Tabelas 4, 12, 22, 27 e 32).
Comentário
Segundo as últimas estimativas mundiais, em 2008, foram registrados cerca de 386 mil casos novos de câncer da bexiga e 150 mil óbitos decorrentes dessa neoplasia. A maioria dos casos acomete o sexo masculino. As mais altas taxas de incidência para esse tipo de câncer foram encontradas em países da Europa, América do Norte e norte da África. Os homens egípcios possuem as mais altas taxas de mortalidade, cerca de duas vezes mais altas do que as encontradas na Europa e quatro vezes mais altas do que nos Estados Unidos.
O fator de risco mais importante para o desenvolvimento do câncer da bexiga é o tabagismo, sendo responsável por, aproximadamente, 66% dos casos novos em homens e 30% em mulheres nas populações mais desenvolvidas. A exposição ocupacional também é um fator de risco importante. Trabalhadores expostos a aminas aromáticas (benzeno, por exemplo) possuem um maior risco para o desenvolvimento dessa neoplasia. Além disso, a infecção pelo Schistosoma hematobium também é um fator de risco reconhecido.
A dieta tem um papel controverso com relação ao câncer de bexiga. Enquanto o aumento no consumo de frutas possivelmente está associado à redução, nada foi encontrado com relação ao consumo de legumes. Além disso, não houve evidências de associação ao consumo de chás e álcool com o risco de desenvolvimento do câncer da bexiga. Por outro lado, o consumo acima de cinco xícaras diárias de café parece ter uma associação positiva para esse tipo de câncer.
Sem considerar os tumores da pele não melanoma, o câncer da bexiga em homens é o sétimo mais frequente nas regiões Sudeste (9/100 mil) e Centro-Oeste (6/100 mil). Na região Sul (9/100 mil), ocupa a oitava posição. Nas regiões Norte (2/100 mil) e Nordeste (2/100 mil), ocupa a 11ª posição. Para as mulheres, essa neoplasia maligna não se configura entre as mais incidentes, ocupando a 13ª posição na região Norte (1/100 mil) e a 14ª posição nas regiões Sudeste (4/100 mil), Sul (3/100 mil), Centro-Oeste (2/100 mil) e Nordeste (1/100 mil) (Tabelas 4, 12, 22, 27 e 32).
Comentário
Segundo as últimas estimativas mundiais, em 2008, foram registrados cerca de 386 mil casos novos de câncer da bexiga e 150 mil óbitos decorrentes dessa neoplasia. A maioria dos casos acomete o sexo masculino. As mais altas taxas de incidência para esse tipo de câncer foram encontradas em países da Europa, América do Norte e norte da África. Os homens egípcios possuem as mais altas taxas de mortalidade, cerca de duas vezes mais altas do que as encontradas na Europa e quatro vezes mais altas do que nos Estados Unidos.
O fator de risco mais importante para o desenvolvimento do câncer da bexiga é o tabagismo, sendo responsável por, aproximadamente, 66% dos casos novos em homens e 30% em mulheres nas populações mais desenvolvidas. A exposição ocupacional também é um fator de risco importante. Trabalhadores expostos a aminas aromáticas (benzeno, por exemplo) possuem um maior risco para o desenvolvimento dessa neoplasia. Além disso, a infecção pelo Schistosoma hematobium também é um fator de risco reconhecido.
A dieta tem um papel controverso com relação ao câncer de bexiga. Enquanto o aumento no consumo de frutas possivelmente está associado à redução, nada foi encontrado com relação ao consumo de legumes. Além disso, não houve evidências de associação ao consumo de chás e álcool com o risco de desenvolvimento do câncer da bexiga. Por outro lado, o consumo acima de cinco xícaras diárias de café parece ter uma associação positiva para esse tipo de câncer.
Câncer do esôfago
Para o ano de 2012, no Brasil, esperam-se 7.770 casos novos de câncer do esôfago em homens e 2.650 em mulheres. Esses valores correspondem a um risco estimado de 8 casos novos a cada 100 mil homens e 3 a cada 100 mil mulheres (Tabela 1).
Sem considerar os tumores da pele não melanoma, o câncer do esôfago em homens é o quinto mais frequente na região Sul (15/100 mil). Nas regiões Sudeste (10/100 mil) e Centro-Oeste (7/100 mil), ocupa a sexta posição. Nas regiões Nordeste (4/100 mil) e Norte (2/100 mil), ocupa a sétima e a nona posições, respectivamente. Para as mulheres, essa neoplasia maligna não se configura entre as mais incidentes, ocupando a 11ª posição na região Sul (5/100 mil) e a 13ª posição na região Nordeste (2/100 mil). Nas regiões Sudeste (3/100 mil), Centro-Oeste (2/100 mil) e Norte (1/100 mil), configura-se como a 15ª mais incidente (Tabelas 4, 12, 22, 27 e 32).
Comentário
O câncer do esôfago afeta mais de 450 mil pessoas no mundo a cada ano. Para o ano de 2008 foram estimados 482 mil casos novos e 407 mil mortes no mundo, a maioria em países desenvolvidos. Em termos de incidência, o câncer do esôfago é de três a quatro vezes mais comum entre homens. Configura-se como a nona causa mais comum de câncer no mundo em ambos os sexos, sendo, no Brasil, o oitavo câncer mais incidente. A sobrevida em 5 anos é baixa, geralmente inferior a 10%. Por se tratar de um câncer de prognóstico ruim, as taxas de mortalidade se aproximam das taxas de incidência em razão da alta letalidade dessa neoplasia. As maiores taxas de incidência encontram-se entre as populações negras dos Estados Unidos, assim como na França, América do Sul, Ásia e África.
Os fatores de risco relacionados ao câncer do esôfago são idade, história familiar e fatores extrínsecos, como álcool, fumo (fumado, mascado ou aspirado), infecções orais por fungos, agentes infecciosos (como o HPV), deficiência de riboflavina e vitamina A, contaminação de produtos alimentícios por micotoxina fumonisina e ingestão excessiva em temperatura elevada de erva-mate, muito comum no sul do Brasil, na Argentina e no Uruguai.
Alguns fatores de proteção, como o uso de aspirina e de outros anti-inflamatórios não esteroidais, alta ingestão de frutas frescas e vegetais, especialmente se consumidos crus, e de antioxidantes estão associados com a diminuição do risco de câncer do esôfago.
fonte:www.inca.gov.br
Sem considerar os tumores da pele não melanoma, o câncer do esôfago em homens é o quinto mais frequente na região Sul (15/100 mil). Nas regiões Sudeste (10/100 mil) e Centro-Oeste (7/100 mil), ocupa a sexta posição. Nas regiões Nordeste (4/100 mil) e Norte (2/100 mil), ocupa a sétima e a nona posições, respectivamente. Para as mulheres, essa neoplasia maligna não se configura entre as mais incidentes, ocupando a 11ª posição na região Sul (5/100 mil) e a 13ª posição na região Nordeste (2/100 mil). Nas regiões Sudeste (3/100 mil), Centro-Oeste (2/100 mil) e Norte (1/100 mil), configura-se como a 15ª mais incidente (Tabelas 4, 12, 22, 27 e 32).
Comentário
O câncer do esôfago afeta mais de 450 mil pessoas no mundo a cada ano. Para o ano de 2008 foram estimados 482 mil casos novos e 407 mil mortes no mundo, a maioria em países desenvolvidos. Em termos de incidência, o câncer do esôfago é de três a quatro vezes mais comum entre homens. Configura-se como a nona causa mais comum de câncer no mundo em ambos os sexos, sendo, no Brasil, o oitavo câncer mais incidente. A sobrevida em 5 anos é baixa, geralmente inferior a 10%. Por se tratar de um câncer de prognóstico ruim, as taxas de mortalidade se aproximam das taxas de incidência em razão da alta letalidade dessa neoplasia. As maiores taxas de incidência encontram-se entre as populações negras dos Estados Unidos, assim como na França, América do Sul, Ásia e África.
Os fatores de risco relacionados ao câncer do esôfago são idade, história familiar e fatores extrínsecos, como álcool, fumo (fumado, mascado ou aspirado), infecções orais por fungos, agentes infecciosos (como o HPV), deficiência de riboflavina e vitamina A, contaminação de produtos alimentícios por micotoxina fumonisina e ingestão excessiva em temperatura elevada de erva-mate, muito comum no sul do Brasil, na Argentina e no Uruguai.
Alguns fatores de proteção, como o uso de aspirina e de outros anti-inflamatórios não esteroidais, alta ingestão de frutas frescas e vegetais, especialmente se consumidos crus, e de antioxidantes estão associados com a diminuição do risco de câncer do esôfago.
fonte:www.inca.gov.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Vc é muito importante para mim, gostaria muito de saber quem é vc, e sua opinião sobre o meu blog,
bjs, Carla