Em vez de imunizar, algumas delas abrem caminho para a instalação da doença, em pacientes com câncer
As vacinas existem para prevenir doenças induzindo o corpo a se proteger. Fazem isso usando um vírus que ativa o sistema de defesa de quem as toma. É como em um exercício militar. Simula- se, artificialmente, a batalha para que o organismo esteja pronto para vencer o inimigo quando a guerra for de verdade.
O problema é que algumas vacinas só podem ser aplicadas em pessoas com as “tropas imunológicas” íntegras. Crianças e adultos com imunidade baixa, sem todos os seus soldados a postos, como é o caso de portadores de leucemias e linfomas, estão entre os que não podem tomá-las sob o risco justamente de o remédio abrir caminho para a instalação da doença.
“Algumas vacinas usam o vírus vivo e isso representa uma ameaça para pessoas imunossuprimidas. Como é o caso de portadores de cânceres de sangue”, explica a infectologista Eloisa Basile Ayub, coordenadora do Serviço de Controle de Infecções do Hospital Mário Covas, em São Paulo. “Ainda que o vírus seja atenuado, isto é, enfraquecido em laboratório. Como a imunidade de quem tem leucemia ou linfoma está baixa, existe o risco de a doença se instalar ali. Além do câncer, será preciso combater também um novo problema. Sendo que ele pode se revelar até mais grave do que o próprio tumor”.
Não tome vacinas para poliomielite, catapora, sarampo, caxumba, rubéola, tuberculose e febre amarela
De acordo com a infectologista Eloisa Ayub, vacinas importantes usam o vírus vivo. Estão na lista: a poliomielite oral (a do Zé Gotinha), a catapora, o rotavírus, o sarampo, a caxumba, a rubéola, a tuberculose e a febre amarela.
“Nenhuma dessas vacinas pode ser tomada pela população imunossuprimida. Isso vale tanto para quem acabou de receber o diagnóstico de câncer de sangue como para aqueles que estão em tratamento de quimioterapia ou transplante de medula óssea. As pessoas que se curaram e estão com o sistema imunológico em dia podem tomar todas as vacinas sem problemas”.
As demais vacinas, que usam vírus morto, não só podem como devem ser tomadas normalmente, sempre com orientação médica. É o caso, por exemplo, das vacinas da gripe, do tétano, da meningite, da pneumonia (pneumococo), da hepatite e da vacina contra o câncer de colo uterino (causado pelo vírus HPV). “No caso da poliomielite, existe também uma vacina especial injetável (a Salk), que usa o vírus morto. Essa também pode ser ministrada em crianças imunossuprimidas”, explica a médica.
Uma boa dica aqui é procurar os Centros de Referência de Imunobiológicos Especiais, mais conhecidos como CRIE. Neles, além de vacinas especiais, como a Salk e outras que ainda não foram incorporadas ao calendário (caso da hepatite A), pessoas imunossuprimidas recebem todas as orientações necessárias para se imunizarem. É um serviço público e, portanto, gratuito, disponível no Brasil inteiro.
O que devo fazer se não posso tomar as vacinas?
Nesse caso, é preciso prevenir cada uma dessas doenças de outras maneiras. “Basicamente, são três medidas. A primeira é ter a garantia de que todos ao seu redor, pelo menos os mais próximos, estejam vacinados ou imunes a essas doenças. Criando uma barreira biológica contra elas. A segunda medida é passar sempre repelente para evitar contaminação por mosquito. Principalmente em áreas de risco para a febre amarela. Por fim, lavar sempre as mãos ajuda a evitar boa parte das contaminações, não só aquelas associadas às vacinas. É uma medida simples, eficiente e barata”, esclarece a médica.
Lavar as mãos com frequência já é uma medida suficiente para prevenir rotavírus, sarampo, caxumba e rubéola – essas três últimas também transmitidas por via oral. Mas vale a pena também manter o ambiente sempre limpo e arejado. “Não precisa ser asséptico, basta estar limpo”, diz a Dra. Eloisa Ayub.
No caso da catapora, um cuidado adicional é evitar o contato com pessoas que tenham a doença e, em hipótese alguma, encostar nas bolhas que se formam na superfície da pele, pois são altamente contagiosas. Sobre ir ao shopping ou usar transporte público, a dica é manter a cautela.
“Não vá ao shopping na véspera de Dia das Mães, nem pegue um metrô no horário do rush. Prefira horários com movimento menor, como o de abertura do shopping e, no caso do metrô, no meio da tarde ou tarde da noite”.
Sou transplantado, o que fazer?
Pacientes que fizeram TMO devem ser novamente vacinados
A vacinação deve ser feita contados seis meses desde a transfusão de sangue com células novas. Isso vale para vacinas com vírus morto.
No caso das vacinas de vírus vivos, a imunização deve ser postergada para pelo menos dois anos após a realização do transplante, e conforme se constatar a completa reconstituição imunológica do transplantado.
obs. conteúdo meramente informativo procure seu médico
abs
Carla
https://www.abrale.org.br/
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