Tratamento do câncer de fígado
- Equipe Oncoguia
- - Data de cadastro: 04/10/2015 - Data de atualização: 14/04/2022
Após o diagnóstico e estadiamento da doença, o médico discutirá com o
paciente as opções de tratamento. Dependendo do estágio da doença e
outros fatores, as principais opções de tratamento para pessoas com
câncer de fígado podem incluir: cirurgia, ablação, embolização,
radioterapia, terapia-alvo, imunoterapia e quimioterapia. Em muitos
casos, mais do que um desses tratamentos ou uma combinação deles podem
ser utilizados.
Em função das opções de tratamento definidas para cada paciente, a
equipe médica deverá ser formada por especialistas, como cirurgião,
oncologista, radio-oncologista e gastroenterologista. Mas, muitos outros
profissionais poderão estar envolvidos durante o tratamento, como,
enfermeiros, nutricionistas, fisioterapeutas, assistentes sociais e
psicólogos.
Tomando decisões sobre o tratamento. É importante que
todas as opções terapêuticas sejam discutidas com o médico, bem como
seus possíveis efeitos colaterais, para ajudar a tomar a decisão que
melhor se adapte às suas necessidades.
Pensando em participar de um estudo clínico. Em alguns
casos, essa pode ser a única maneira para ter acesso a novos
tratamentos. Ainda assim, estudos clínicos podem não ser adequados para
todos. Se você quiser saber mais sobre os estudos clínicos que podem ser
adequados para você, converse com seu médico.
Considerando métodos complementares e alternativos.
Esses métodos podem incluir vitaminas, ervas e dietas especiais, ou
outros métodos, como acupuntura ou massagem. Os métodos complementares
se referem a tratamentos usados junto com seu atendimento médico
regular. Já os tratamentos alternativos são usados em vez do tratamento
médico. Embora alguns destes métodos possam ser úteis para aliviar os
sintomas ou ajudar você a se sentir melhor, muitos não foram comprovados
cientificamente e não são recomendados. Converse com seu médico antes
de iniciar qualquer terapia alternativa.
Escolhendo interromper o tratamento. Para alguns
pacientes, quando os tratamentos não estão mais controlando o câncer,
pode ser hora de pesar os benefícios e riscos de continuar a tentar
novos tratamentos. Se você continuar (ou não) o tratamento, ainda há
coisas que você pode fazer para ajudar a manter ou melhorar a sua
qualidade de vida. Alguns pacientes, especialmente se a doença está
avançada, podem não querer serem tratados. Existem muitas razões pelas
quais você pode decidir querer interromper o tratamento, mas é
importante conversar com seus médicos antes de tomar essa decisão.
Lembre-se de que mesmo se você optar por não tratar o câncer, você ainda
pode receber cuidados de suporte para ajudar com a dor ou outros
sintomas.
Texto originalmente publicado no site da American Cancer Society, em 01/04/2019, livremente traduzido e adaptado pela Equipe do Instituto Oncoguia.
Cirurgia para câncer de fígado
A cirurgia, seja a remoção do tumor ou o transplante do fígado, tem como objetivo a cura da doença.
- Hepatectomia parcial
A hepatectomia parcial é a cirurgia para a remoção de parte do
fígado. Essa cirurgia só é realizada se o paciente estiver num bom
estado geral de saúde e todo o tumor possa ser removido, de modo que
reste uma parte saudável do fígado. Infelizmente, a maioria dos cânceres
de fígado não pode ser completamente removida. Muitas vezes, o câncer
já se disseminou, o tumor é muito grande ou está em outras áreas do
fígado.
No caso de pacientes com cirrose, a remoção até mesmo de uma pequena
quantidade de tecido hepático nas adjacências do tumor pode impedir que o
fígado remanescente realize suas funções essenciais. Desse modo, os
pacientes com cirrose só são elegíveis para a cirurgia se o tumor for
pequeno e puder ser mantida uma função hepática razoável. Essa função é
avaliada pela pontuação de Child-Pugh, que é uma medida baseada em
determinados sintomas e exames de laboratório.
Os possíveis riscos e efeitos colaterais da hepatectomia parcial incluem
hemorragia, infecções, complicações da anestesia, coágulos sanguíneos e
pneumonia. Outra preocupação é que o fígado remanescente ainda tenha a
doença que levou ao câncer, podendo desenvolver um novo tumor.
- Transplante de fígado
Em geral, os transplantes de fígado são indicados para tumores
pequenos, sem invasão de vasos sanguíneos. Na maioria dos casos, o
transplante é realizado quando o tumor não pode ser totalmente removido,
quer devido à localização ou porque o fígado se encontra muito
comprometido.
A maioria dos fígados para transplantes vem da doação de órgãos, sendo
que boa parte desses órgãos é utilizada em pacientes com outras doenças.
Os possíveis riscos e efeitos colaterais do transplante são hemorragia,
infecção, coágulos de sangue e complicações da anestesia. Mas existem
também outros riscos adicionais após o transplante, por exemplo,
rejeição do órgão transplantado.
Texto originalmente publicado no site da American Cancer Society, em 01/04/2019, livremente traduzido e adaptado pela Equipe do Instituto Oncoguia.
Ablação para câncer de fígado
Ablação refere-se a tratamentos que destroem os tumores hepáticos sem
removê-los. Essa técnica é utilizada em pacientes com tumores pequenos,
sem indicação de cirurgia, por outros problemas de saúde ou por
alterações na função hepática. Esses tratamentos são às vezes utilizados
para tratar a doença em pacientes que estão aguardando transplante
hepático.
A ablação é mais utilizada para tumores de até três centímetros de
diâmetro. Para tumores maiores (três a cinco centímetros de diâmetro)
pode ser utilizada junto com a embolização.
Esse tipo de tratamento geralmente não requer internação hospitalar.
Os tipos de ablação utilizados são:
- Ablação por radiofrequência.
Esse procedimento utiliza ondas de rádio de alta energia para o
tratamento. Uma sonda é inserida através da pele até o tumor, guiada por
ultrassom ou tomografia computadorizada. Uma corrente de alta
frequência é então passada por meio dessa sonda, aquecendo o tumor e
destruindo as células cancerígenas. Essa técnica é frequentemente
utilizada no tratamento de tumores pequenos.
- Ablação por micro-ondas. Nessa técnica, a energia de ondas eletromagnéticas é usada para aquecer e destruir o tecido anormal.
- Crioablação. Esse procedimento destrói o
tumor por congelamento, utilizando uma sonda de metal fino, que é guiada
até o tumor por ultrassom. Em seguida, gases muito frios são injetados
por meio da sonda para congelar o tumor, destruindo as células
cancerígenas.
- Ablação por etanol. Essa técnica é também conhecida como injeção percutânea de etanol. Nesse procedimento, o álcool concentrado é injetado diretamente no tumor para destruir as células cancerígenas.
Os possíveis efeitos colaterais após a ablação incluem dor abdominal, infecção, febre e resultados anormais de exames de perfil hepático.
Texto originalmente publicado no site da American Cancer Society, em 01/04/2019, livremente traduzido e adaptado pela Equipe do Instituto Oncoguia
Embolização para câncer de fígado
A embolização é a injeção de substâncias diretamente em uma
artéria do fígado para obstruir ou diminuir o fluxo sanguíneo que chega
às células cancerígenas.
A embolização é uma opção para pacientes cujos tumores não podem ser
removidos cirurgicamente. Ela pode ser usada para tumores grandes
(geralmente maiores do que cinco centímetros de diâmetro) e que não
podem ser tratados por ablação. A embolização reduz parcialmente o
fornecimento de sangue ao tecido hepático normal, por isso não é uma
boa opção para alguns pacientes cujo fígado está acometido por doenças
como hepatite ou cirrose.
Esse tipo de tratamento geralmente não requer internação hospitalar.
Os tipos de embolização utilizados são:
- Embolização transarterial (TAE).
Nesse procedimento um cateter é inserido por uma artéria por meio de um
pequeno corte na parte interna da coxa (região inguinal) até chegar à
artéria hepática. Geralmente, um corante é injetado na corrente
sanguínea para monitorar o percurso do cateter. Quando o cateter está no
local específico previamente mapeado e planejado, pequenas esferas são
injetadas na artéria para obstruí-la, bloqueando assim o oxigênio e os
principais nutrientes que chegam ao tumor.
- Quimioembolização transarterial (TACE).
Essa técnica é a primeira a ser usada para o câncer de fígado que não
pode ser tratado cirurgicamente ou por ablação. Ela combina embolização
com quimioterapia. Na maioria das vezes, a quimioterapia é feita por
meio do cateter diretamente na artéria, de forma que possa permanecer
próxima ao tumor.
- Quimioembolização de esferas farmacológicas (DEB-TACE).
Essa técnica combina a embolização TACE com esferas farmacológicas
(pequenas esferas que contêm um medicamento quimioterápico). O
procedimento é essencialmente o mesmo que a TACE, exceto que a artéria é
obstruída após a injeção das esferas farmacológicas. Como a
quimioterapia é injetada próxima ao tumor e as esferas farmacológicas
liberam lentamente a quimioterapia é mais provável que as células
cancerígenas sejam destruídas e morram. Os quimioterápicos mais
frequentemente usados na TACE ou na DEB-TACE são mitomicina C,
cisplatina e doxorrubicina.
- Radioembolização. Essa técnica combina embolização e radioterapia e consiste em injetar microesferas radioativas na artéria hepática. As microesferas de ítrio 90 (Y-90) são introduzidas e se alojam nos vasos sanguíneos próximos ao tumor, emitindo radiação à lesão por alguns dias. Como a radiação percorre uma distância muito curta, seus efeitos se limitam principalmente ao tumor.
Possíveis efeitos colaterais
Os possíveis efeitos colaterais após a embolização para câncer de fígado
incluem dor abdominal, febre, náuseas, infecção no fígado e formação de
coágulos sanguíneos nos principais vasos hepáticos.
Texto originalmente publicado no site da American Cancer Society, em 01/04/2019, livremente traduzido e adaptado pela Equipe do Instituto Oncoguia.
Radioterapia para câncer de fígado
O tratamento radioterápico utiliza radiações ionizantes para
destruir ou inibir o crescimento das células anormais que formam um
tumor. Entretanto, a radioterapia não é uma opção para o tratamento de
pacientes portadores de doenças como hepatite ou cirrose hepática.
A radioterapia pode ser útil no tratamento do:
- Câncer de fígado que não pode ser removido cirurgicamente.
- Câncer de fígado que não pode ser tratado com ablação ou embolização ou que não respondeu bem a esses tratamentos.
- Câncer de fígado disseminado para outros órgãos, como cérebro ou ossos.
- Pacientes com dor devido a tumores grandes no fígado.
- Pacientes com trombo tumoral obstruindo a veia porta.
Radioterapia externa
Esse tipo de radioterapia concentra a radiação liberada no volume alvo. O
procedimento é indolor e cada sessão dura apenas alguns minutos. O
tratamento é realizado cinco dias por semana, durante várias semanas.
Radioterapia estereotáxica. É uma técnica que permite que o
tratamento seja concluído em curto espaço de tempo. Consiste na
liberação da dose programada em pequenas doses de radiação, cinco dias
na semana durante algumas semanas. Essa técnica utiliza feixes de
radiação de alta dose focados no tumor em diferentes ângulos de
incidência. Essa técnica pode ser usada em pacientes com tumores
pequenos antes do transplante de fígado.
Radioembolização
Essa técnica consiste na injeção de microesferas radioativas na artéria
hepática. Elas se alojam nos vasos do fígado perto do tumor emitindo
radiação.
Possíveis efeitos colaterais
Os possíveis efeitos colaterais da radioterapia podem incluir:
- Alterações na pele na região irradiada.
- Náuseas e vômitos.
- Fadiga.
- Diarreia.
- Perda de apetite.
No entanto, a maioria desses efeitos colaterais tende a melhorar com o término do tratamento.
Um efeito colateral importante da radioterapia no fígado é a doença
hepática induzida por radiação, que geralmente ocorre de três a quatro
meses após o tratamento. Os sinais e sintomas observados na doença
hepática podem incluir exames de sangue e perfil hepático anormais,
aumento do fígado e do baço, ascite (acúmulo de líquido no abdômen) e
icterícia.
Texto originalmente publicado no site da American Cancer Society, em 01/04/2019, livremente traduzido e adaptado pela Equipe do Instituto Oncoguia.
Terapia-alvo para câncer de fígado
À medida que os pesquisadores aprendem mais sobre as mudanças nas
células que causam o câncer, eles têm sido capazes de desenvolver novos
tipos de drogas que visam atacar receptores específicos.
A terapia-alvo consiste justamente nesse tratamento, que ataca
especificamente essas moléculas, que sabidamente estão envolvidas no
crescimento e disseminação das células cancerígenas.
Inibidores de tirosina quinase
As quinases são proteínas na superfície de uma célula ou próximas a ela
que transportam informações importantes dentro das células. As
terapias-alvo usadas no tratamento do câncer de fígado, denominadas
inibidores de tirosina quinase, bloqueiam várias proteínas que ajudam às
células tumorais a crescerem ou os tumores a formar novos vasos
sanguíneos para se nutrir. Bloquear essas proteínas ajuda a deter o
crescimento e multiplicação das células cancerígenas.
Sorafenibe e lenvatinibe
Um desses medicamentos pode ser usado como primeiro tratamento para
câncer de fígado que não pode ser tratado cirurgicamente ou que está
disseminado para outros órgãos.
O sorafenibe é administrado por via oral, duas vezes ao dia. O lenvatinibe é administrado por via oral, uma vez ao dia.
O sorafenibe responde melhor em pacientes com câncer de fígado causado pela hepatite C.
Regorafenibe e cabozantinibe
Esses medicamentos são usados no tratamento do câncer de fígado
avançado, geralmente se o tratamento com outros medicamentos não está
mais respondendo.
O regorafenibe é administrado por via oral, geralmente uma vez ao dia
por três semanas, seguida de uma semana de descanso. O cabozantinibe é
administrado por via oral, uma vez ao dia.
Efeitos colaterais dos inibidores de tirosina quinase. Os
efeitos colaterais mais frequentes desses medicamentos podem incluir
fadiga, perda de apetite, síndrome mão-pé, aumento da pressão arterial,
perda de peso, diarreia e dor abdominal. Os efeitos colaterais raros,
porém importantes, podem incluir problemas com o fluxo sanguíneo para o
coração, hemorragia, exames anormais da tireoide e perfurações no
estômago ou intestinos.
Anticorpos monoclonais
Anticorpos monoclonais são versões artificiais de proteínas do sistema
imunológico (anticorpos) desenhadas para se ligar a um alvo específico.
Os anticorpos monoclonais usados no tratamento do câncer de fígado
afetam a capacidade do tumor de formar novos vasos sanguíneos, e a
formação de novos vasos sanguíneos é denominada angiogênese. Por essa
razão, esses medicamentos são denominados frequentemente como inibidores
da angiogênese.
Bevacizumabe
O bevacizumabe é um anticorpo monoclonal que tem como alvo o fator de
crescimento endotelial vascular (VEGF), que é uma proteína que ajuda a
formar novos vasos sanguíneos. Este medicamento pode ser usado junto com
o imunoterápico atezolizumabe, como primeiro tratamento, para câncer de
fígado que não pode ser tratado por cirurgia ou que se disseminou para
outros órgãos.
Este medicamento é administrado por infusão venosa, normalmente a cada três semanas.
Ramucirumabe
O ramucirumabe é um anticorpo monoclonal, que tem como alvo o receptor
do fator de crescimento endotelial vascular (VEGFR). Atua principalmente
impedindo que o câncer forme novos vasos sanguíneos. Este medicamento é
usado no tratamento do câncer de fígado avançado, geralmente, após
outro tratamento deixar de responder. O ramucirumabe é administrado como
infusão venosa, a cada duas semanas.
Os efeitos colaterais frequentes dos inibidores da angiogênese podem
incluir aumento da pressão arterial, fadiga, hemorragia, diminuição dos
glóbulos brancos (com risco de aumento de infecção), dor de cabeça,
afta, perda de apetite e diarreia. Os efeitos colaterais raros, mas
importantes, podem incluir coágulos sanguíneos, perfurações estomacais
ou intestinais, problemas cardíacos e problemas de cicatrização.
Para saber se o medicamento que você está usando está aprovado pela ANVISA acesse nosso conteúdo sobre Medicamentos ANVISA.
Texto originalmente publicado no site da American Cancer Society, em 10/06/2020, livremente traduzido e adaptado pela Equipe do Instituto Oncoguia.
FONTE :http://www.oncoguia.org.br/
obs. conteúdo meramente informativo procure seu médico
abs
Carla
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bjs, Carla