- Equipe Oncoguia
- - Data de cadastro: 04/10/2015 - Data de atualização: 14/04/2022
Vivendo com câncer de fígado
Para alguns pacientes com câncer de fígado, o tratamento pode remover ou
destruir o câncer, mas chegar ao fim do tratamento pode ser
estressante. Ao mesmo tempo em que o paciente se sente aliviado com o
término do tratamento, fica a preocupação de uma recidiva ou metástase.
Este é um sentimento muito comum para a maioria dos pacientes que teve
câncer de fígado.
Em outros pacientes, o câncer pode não desaparecer completamente. Esses
pacientes continuarão realizando tratamentos regulares para tentar
manter a doença sob controle. A vida após o câncer significa voltar a
realizar suas atividades e também fazer novas escolhas.
Cuidados no acompanhamento
Quando o tratamento termina, os médicos irão acompanhá-lo de perto por
alguns anos. Por isso é muito importante comparecer a todas as consultas
de acompanhamento. Nessas consultas o médico sempre o examinará,
conversará com você sobre qualquer sintoma que tenha apresentado, poderá
pedir alguns exames de laboratório (por exemplo, níveis de
alfa-fetoproteína e função hepática) ou de imagens para acompanhamento e
reestadiamento da doença.
Quase todos os tratamentos para o câncer podem apresentar efeitos
colaterais. Alguns podem durar apenas alguns dias ou semanas, mas outros
podem durar mais tempo. Alguns efeitos colaterais podem não aparecer
até mesmo anos após o término do tratamento. Suas visitas ao médico são
um bom momento para fazer perguntas e falar sobre quaisquer alterações
ou problemas que você perceba ou preocupações que você possa apresentar.
Acompanhamento clínico
Para pacientes que fizeram cirurgia, transplante de fígado, ablação ou
embolização e não têm sinais de câncer é recomendado o acompanhamento
clínico a cada três a seis meses nos primeiros dois anos, depois a cada
seis a 12 meses. Nessas consultas o médico sempre o examinará,
conversará com você sobre qualquer sintoma que tenha apresentado, poderá
pedir alguns exames de laboratório ou de imagem para acompanhamento e
reestadiamento da doença.
Transplante de fígado. O transplante de fígado pode ser muito
eficaz, mas é um procedimento que exige acompanhamento médico intenso
após o tratamento. O paciente deve ser monitorado, inclusive com uso de
medicamentos para prevenir a rejeição do órgão transplantado. Esses
medicamentos podem provocar efeitos colaterais, como enfraquecimento do
sistema imunológico, deixando o paciente mais propenso a contrair
infecções. No entanto, a equipe médica orientará o paciente em relação
aos possíveis sintomas e efeitos colaterais que possam surgir durante a
fase de recuperação.
Tratamento antiviral. Caso o paciente seja portador de hepatite
B ou C, que possa ter contribuído para o câncer de fígado, o médico o
manterá sob cuidados especiais para evitar ou controlar qualquer
infecção.
Dados médicos
Por mais que você queira deixar a experiência para trás ao fim do
tratamento, é também muito importante que você mantenha arquivados os
exames médicos e outros dados.
Mantenha cópias dos seguintes documentos: laudo de patologia e de
qualquer biópsia ou cirurgia; relatório de alta hospitalar; relatório do
tratamento radioterápico; relatórios dos tratamentos com quimioterapia,
imunoterapia e terapia-alvo, incluindo medicamentos utilizados, doses e
tempo do tratamento; e exames de imagem.
Como diminuir o risco do câncer progredir ou recidivar?
Se você tem (ou já teve) câncer de fígado, provavelmente quer saber se
existe algo que possa fazer para diminuir o risco de uma recidiva ou um
novo câncer.
Fazer tratamentos para a hepatite B ou C pode reduzir os danos hepáticos
e diminuir o risco de câncer de fígado. O tabagismo e o alcoolismo
estão claramente relacionados ao câncer de fígado. Adotar hábitos
saudáveis como não fumar, comer bem, ser ativo e manter um peso ideal
ajuda a reduzir seu risco. Não se sabe com certeza se isso ajudará, mas
se sabe que isso pode ter efeitos positivos na sua saúde que podem se
estender além do risco de câncer de fígado e outros tipos de câncer.
Suplementos dietéticos
Até o momento, nenhum suplemento dietético, incluindo vitaminas,
minerais e produtos fitoterápicos, mostrou diminuir o risco da
progressão ou recidiva do câncer de fígado. Isso não significa que
nenhum suplemento ajudará, mas é importante saber que nenhum suplemento é
eficaz.
Se você está pensando em tomar qualquer tipo de suplemento nutricional,
converse antes com seu médico, para decidir quais você pode usar com
segurança, evitando aqueles que podem ser prejudiciais.
Se o câncer voltar?
Se o câncer de fígado recidivar em algum momento, suas opções de
tratamento dependerão da localização da recidiva, de quais tratamentos
já foram realizados e de seu estado geral de saúde.
Risco de um segundo câncer após o tratamento
Os pacientes que tiveram câncer de fígado podem ter outros tipos de câncer.
Suporte emocional
Algo que ajuda muito o paciente com câncer de fígado a enfrentar a
doença é o apoio e a força que ele recebe. Independente de como, o
importante é que você encontre em algo ou em alguém essa ajuda, seja nos
familiares, nos amigos, em ex-pacientes, em sites sobre a doença, ou
até em sua própria fé. Você não precisa passar por tudo isso sozinho,
seus familiares e amigos podem e querem ajudar. Não se feche na doença,
esteja disposto a ouvir o que os outros têm a lhe dizer.
Texto originalmente publicado no site da American Cancer Society, em 01/04/2019, livremente traduzido e adaptado pela Equipe do Instituto Oncoguia.
Novidades no tratamento do câncer de fígado
Muitas pesquisas sobre câncer de fígado estão em desenvolvimento em diversos centros médicos no mundo inteiro, promovendo grandes avanços em prevenção, rastreamento e tratamentos. Confira alguns deles.
- Prevenção
Alguns cientistas acreditam que o uso de vacinas e melhores tratamentos contra hepatite podem prevenir cerca da metade dos casos de câncer de fígado. Pesquisadores estão estudando formas de prevenir ou tratar infecções por vírus da hepatite antes de se tornarem malignas. Estudos para o desenvolvimento de uma vacina para prevenir a hepatite C estão em andamento. Progressos similares estão sendo feitos no tratamento da hepatite crônica.
- Rastreamento
Vários tipos de exames de sangue estão sendo estudados para diagnosticar câncer de fígado precocemente utilizando AFP e ultrassom. Exames em estudo incluem DCP, Glypican-3, osteopontin e Golgi proteína-73. Também estão em estudo a tomografia computadorizada e a ressonância magnética para uso no diagnóstico do câncer de fígado ao invés do ultrassom.
- Cirurgia
Novas técnicas cirúrgicas estão em desenvolvimento para tornar a
hepatectomia parcial e os transplantes de fígado mais seguros e
eficazes.
Adicionando outros tratamentos à cirurgia. Outra área
ativa de pesquisa é a das terapias adjuvantes, tratamentos administrados
após a cirurgia para reduzir as chances de recidiva. A maioria dos
estudos usando quimioterápicos ou quimioembolização após a cirurgia não
aumentou a sobrevida dos pacientes. Mas, as pesquisas com novos
medicamentos, como terapia-alvo, podem se mostrar mais eficazes. Alguns
resultados promissores também foram observados com a radioembolização,
mas ainda são necessários mais estudos. Outra área em estudo é o uso da
terapia antiviral em pacientes com câncer de fígado relacionada à
hepatite viral para verificar se existe melhora dos resultados após a
cirurgia. Também estão sendo estudadas novas maneiras de reduzir o tumor
antes da cirurgia. Os estudos estão voltados para diferentes tipos de
terapias neoadjuvantes (administradas antes da cirurgia), incluindo
terapia-alvo, quimioterapia, ablação, embolização e radioterapia. Os
primeiros resultados são promissores, mas ainda são necessários mais
estudos clínicos.
Risco de recidiva após a cirurgia. Após a hepatectomia
parcial, uma das maiores preocupações é a recidiva. Saber quais
pacientes têm maior probabilidade de recidivarem após a cirurgia, pode
ajudar os médicos a definirem quem precisará de tratamentos adicionais
para reduzir este risco. Os pesquisadores estão estudando uma maneira de
prever isso, examinando as células da amostra cirúrgica por meio do
perfil genético. Esses estudos são promissores, mas precisarão ser
confirmados em outros estudos antes de serem amplamente utilizados.
- Terapia de ablação
Técnicas de ablação mais recentes estão sendo estudadas. Um tipo, denominado eletroporação irreversível (IRE), é um procedimento de ablação que não usa calor ou frio para destruir as células cancerígenas, ela usa alta tensão para abrir os poros da célula, o que leva à morte das células cancerígenas. Essa técnica pode ser útil para cânceres em áreas difíceis de tratar, como as próximas a vasos sanguíneos.
- Terapia-alvo
Novos medicamentos, que visam partes específicas das células
cancerígenas, e que agem de forma diferente dos medicamentos
quimioterápicos padrão, estão sendo desenvolvidos.
Os vasos sanguíneos do tumor são o alvo dos novos medicamentos. O
sorafenibe que já é utilizado para tumores de fígado que não podem ser
removidos cirurgicamente, funciona em parte por bloquear o crescimento
de novos vasos sanguíneos. Agora, esse medicamento está sendo estudado
para uso no início do tratamento, após a cirurgia ou quimioembolização
transarterial. Também se encontra em estudo sua combinação com a
quimioterapia para potencializar o tratamento.
O ramucirumabe é outra terapia-alvo que bloqueia o crescimento dos vasos
sanguíneos, que pode reduzir o tamanho dos tumores. Ele já está em uso
em outros tipos de câncer, como câncer de estômago, câncer de pulmão de
não pequenas células e câncer colorretal. O estudo para tratamento em
pacientes com câncer de fígado já apresenta resultados promissores.
- Biomarcadores
Identificar quais tumores no fígado responderão a determinados tratamentos ajuda a poupar os pacientes dos efeitos colaterais dos medicamentos. Estão sendo realizadas pesquisas para procurar biomarcadores (proteínas) específicos, como p-ERK ou perfil genômico (alterações genéticas específicas do tumor) para verificar se a terapia-alvo ou imunoterapia pode ser escolhida com base nas características individuais do tumor.
- Vírus terapia
Uma nova abordagem para o tratamento é a utilização de um vírus
conhecido como JX-594. O mesmo vírus utilizado para a vacina da varíola,
mas modificado em laboratório de modo a agir apenas nas células
cancerígenas. Os primeiros resultados contra o câncer de fígado avançado
são promissores, mesmo em pacientes que já realizaram outros
tratamentos.
Texto originalmente publicado no site da American Cancer Society, em 01/04/2019, livremente traduzido e adaptado pela Equipe do Instituto Oncoguia.
Risco de segundo câncer após o câncer de fígado
Os pacientes que tiveram câncer de fígado podem ser acometidos
por uma série de problemas de saúde, mas muitas vezes a sua maior
preocupação é enfrentar o câncer novamente. Se um câncer volta após o
tratamento é chamado de recidiva. Mas alguns pacientes podem desenvolver
um novo câncer, que é denominado segundo câncer primário.
Infelizmente, ter sido tratado contra o câncer de fígado não significa
que você não pode ter um novo câncer. Na verdade, certos tipos de
tratamentos contra o câncer podem ser associados a um maior risco de um
segundo câncer.
Os pacientes que tiveram câncer de fígado podem ter um risco aumentado para:
- Câncer de boca e orofaringe.
- Câncer de ovário.
- Câncer de rim.
- Câncer de tireoide.
Para pacientes diagnosticados com câncer de fígado antes dos 50 anos, existe um risco aumentado para:
- Câncer colorretal.
- Câncer de ovário.
- Câncer de bexiga.
- Leucemia mieloide aguda.
Acompanhamento após o tratamento
Após o término do tratamento para o câncer de fígado, você ainda deve
consultar o seu médico regularmente para procurar sinais de possíveis
recidivas ou disseminação da doença. Especialistas não recomendam
qualquer exame adicional para procurar um segundo câncer em pessoas
assintomáticas. Comunique seu médico sobre quaisquer novos sintomas ou
problemas, porque eles poderiam ser causados pela recidiva da doença ou
por um segundo tipo de câncer.
Posso diminuir o risco de contrair um segundo câncer?
Existem etapas que você pode seguir para reduzir seu risco e permanecer o
mais saudável possível. Por exemplo, pacientes que tiveram câncer de
fígado devem evitar consumir produtos de tabaco. Não fumar reduz a
chance de desenvolver a maioria dos cânceres de pulmão e diminui a
possibilidade de um novo câncer de fígado.
Para ajudar a manter a boa saúde, os pacientes também devem:
- Atingir e manter um peso saudável.
- Adotar um estilo de vida fisicamente ativo.
- Consumir uma dieta saudável, com ênfase em alimentos de origem vegetal.
- Limitar o consumo de álcool.
Essas ações também podem reduzir o risco de outros tipos de câncer.
Texto originalmente publicado no site da American Cancer Society, em 09/06/2020, livremente traduzido e adaptado pela Equipe do Instituto Oncoguia.
FONTE :http://www.oncoguia.org.br/
obs. conteúdo meramente informativo procure seu médico
abs
Carla
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