22/01/2025
O que ageing in place significa? Quais condições o meio urbano deve oferecer para que alguém seja capaz de envelhecer em comunidade em um contexto local brasileiro? E como a prática em Arquitetura e Urbanismo pode responder às demandas de uma população cada vez mais velha e apoiar o envelhecimento em comunidade?
Estas foram as principais perguntas que levaram Mariana Alves da Silva do Nascimento, a fazer sua pesquisa de doutorado, intitulada Entre os meus. Envelhecer em comunidade (ageing in place): uma abordagem multidimensional para arquitetura e urbanismo no Programa de Pós-Graduação Arquitetura e Urbanismo, do Mackenzie (SP), com orientação de Luiz Guilherme Rivera de Castro. A pesquisa teve como objetivo geral investigar os principais aspectos sociais, físicos e psicológicos que compõem o conceito de ageing in place e contribuem para sua operacionalização na escala local.
De acordo com a pesquisadora, a familiaridade com o espaço, os laços afetivos e as relações sociais localmente estabelecidas contribuem para o envelhecer em comunidade, ou ageing in place. Alguns também nomeiam de aging in place.
Amplamente estudado internacionalmente, escreve Mariana que o conceito diz respeito à capacidade de envelhecer em um local onde necessidades sejam atendidas, mantendo a autonomia e independência do indivíduo pelo maior tempo possível. Considerando a crescente proporção de pessoas idosas na população brasileira, envelhecer em comunidade coloca-se como tema relevante, assinala a pesquisadora.
Ela ainda assinala em sua tese de doutorado que, apesar do envelhecimento populacional não ser um fenômeno novo, as relações entre essa mudança demográfica e o meio urbano ainda são pouco conhecidas no Brasil. O ambiente, principalmente o bairro e a moradia, reconhecidamente tem grande importância para a pessoa que envelhece, agindo em sua percepção de bem-estar e qualidade de vida, pois as cidades oferecem oportunidades de acesso a serviços sociais e de saúde, cultura, apoio e socialização, embora desigualmente distribuídas.
O estudo de Mariana teve como hipótese central que a efetivação do conceito de envelhecer em comunidade na prática de Arquitetura e Urbanismo é viabilizada pela adoção de uma abordagem integrada, que considera simultaneamente as dimensões física, social e psicológica. Nesse sentido, ela aponta que esta perspectiva sugere que o desenvolvimento de planos, projetos, políticas e iniciativas que reconheçam a interrelação e multidimensionalidade dos processos envolvidos é crucial para o envelhecimento digno e ativo no contexto urbano.
De caráter qualitativo, o estudo de Mariana compreendeu e combinou pesquisa bibliográfica e documental, entrevistas com pessoas idosas da comunidade e especialistas.
Resultados
Os resultados da sua tese apontam que a operacionalização do ageing in place envolve vários aspectos físicos, sociais e psicológicos a nível individual, residencial, comunitário, do bairro, da cidade e da sociedade como um todo, tais como senso de apego e identidade; adaptação da moradia; convívio e trocas sociais; equipamentos, serviços e comodidades próximos das residências; políticas de cuidado e habitação; infraestrutura urbana, entre outros.
Também foi sugerido em sua tese que o termo “envelhecer em comunidade” poderia ser adotado como equivalente em português a ageing in place. As dimensões e níveis de operação do conceito estão intrinsecamente ligadas, portanto, sua efetivação no meio urbano deve acontecer articulando estes elementos de forma conjunta para que os indivíduos sejam capazes de envelhecer em suas comunidades de forma digna e ativa.
Saiba mais: https://dspace.mackenzie.br/handle/10899/33456
LINK:
https://dspace.mackenzie.br/items/b3c3cadb-21d6-4793-acab-7c3df7586347
Poto de Abdel Achkouk/pexels.
FONTE
:
https://portaldoenvelhecimento.com.br
obs. conteúdo meramente informativo procure seu médico
abs
Carla
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