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quarta-feira, 4 de abril de 2012

Alimentação para o Diabético – (Dra Daniela Iguchi


INDICE GLICÊMICO E CONTAGEM DE CARBOIDRATOS DE DIETAS PADRÃO PARA DIABETES TIPO II DE HOSPITAIS DA GRANDE PORTO ALEGRE


O estilo de vida da população em nível mundial, com diminuição da atividade física e aumento do consumo de alimentos refinados, ricos em açúcares simples e gorduras saturadas, vem levando a um processo de desequilíbrio entre a ingestão calórica e o gasto energético. O diabetes é uma doença associada à hereditariedade, mas pode ser precipitada ou agravada pelos maus hábitos da vida moderna, como o sedentarismo e o estresse, e pela ingestão de dietas inadequadas.
Orientação nutricional e atividade física são consideradas terapias de primeira linha no paciente com diabetes. Está comprovado que essa associação provoca melhora significativa na diminuição dos níveis de glicose no sangue, da circunferência abdominal e da gordura visceral, melhorando o perfil metabólico com redução dos níveis dos triglicérides, LDL-colesterol, o colesterol ruim, e aumento do HDL-colesterol, o colesterol bom.
Para estabelecer as necessidades nutricionais, o primeiro passo é realizar uma avaliação detalhada, incluindo a determinação do índice de massa corpórea (IMC – peso em quilos dividido pela altura em centímetros ao quadrado), da circunferência abdominal e, quando possível, da composição corporal. Essa avaliação é usada para determinar um plano alimentar compatível com a obtenção e/ou manutenção do peso corporal desejável e de um perfil metabólico ótimo, visando a prevenção ou tratamento das complicações que podem acompanhar o diabetes (obesidade, alterações nos lipídios, hipertensão arterial, doenças do coração e dos rins).
Programas estruturados que enfatizam mudanças de estilo de vida, incluindo educação nutricional, com ênfase na melhora da seleção de alimentos e fracionamento das refeições ao longo do dia, redução de gorduras (menos de 30% da ingesta energética) e ingestão energética, atividade física regular e contato regular com profissionais, podem levar a redução significativa do peso, com melhora importante nos parâmetros clínicos e metabólicos.
O plano alimentar deve ser fracionado em seis refeições, sendo três principais e três lanches. Quanto à forma de preparo dos alimentos, preferir grelhados, assados, cozidos no vapor ou crus (alimentos fritos têm suas calorias aumentadas em 3x e empanados ou à milanesa, 4x).
A contagem de carboidratos é um método efetivo, que possibilita aos pacientes diabéticos obterem a nutrição que necessitam enquanto atingem os valores desejados de glicemia. Essa abordagem focaliza-se na ingestão de carboidratos, pois estes têm o efeito mais importante sobre os níveis de glicemia. Os pacientes com bomba de insulina ou injeções diárias de insulina são bons candidatos a esse método. Consiste em somar os gramas de carboidrato de cada alimento, por refeição, obtendo informações em tabelas e rótulos de alimentos, e, a partir disso, o endocrinologista poderá estabelecer a razão carboidrato versus insulina adequada para cada paciente, possibilitando maior liberdade na escolha dos alimentos e horário das refeições.
Idealmente, o cardápio do paciente com diabético deve seguir as seguintes proporções:

1) Cereais, pães, tubérculos e raízes (batata inglesa, batata doce, mandioca, beterraba, cenoura) – 5 a 9 porções/dia:
- cereais: preferir os integrais (as fibras diminuem a absorção carboidratos e gorduras) e sem açúcar – Exs: Nesfit e Fibra Mais (Nestlé).
- pães, torradas, bolachas, macarrão e arroz: preferir integrais – Exs: pães de forma integrais light Wickbold e Nutrella, torrada integral Taeq. *Cuidado com as equivalências (1 pão francês integral = 2 fatias de pão de forma integral light = 3 torradas ou bolachas integrais light = 2 colheres de sopa de arroz ou macarrão integrais = 1 batata inglesa média).
- evitar ter mais de um tipo dos alimentos acima na mesma refeição.
- o açúcar de mesa ou produtos contendo açúcar devem ser evitados, porém podem
EVENTUALMENTE ser ingeridos.
2) Frutas – 2 a 4 porções/dia:
- preferir frutas com menos açúcar – Exs: morango, cereja, uva, ameixa seca, damasco seco.
3) Hortaliças – 4 a 5 porções/dia:
- crus ou refogados com pouco óleo.
- cuidado com molhos para salada: evitar os que são à base de maionese ou queijo. Abuse de vinagre, limão, cebola, alho e ervas (salsinha, manjericão, orégano…) e use azeite de oliva em quantidade moderada (1 colher de sobremesa).
4) Bebidas: light ou diet são permitidos à vontade para o diabético já que não contém açúcar.
- lembrar sempre que o melhor líquido a ser consumido é a ÁGUA – no mínimo 2 litros/dia.
- no caso do suco de frutas, preferir a fruta do que o suco, o que possibilita a ingestão de menos calorias e mais nutrientes.
5) Adoçantes: deve substituir o açúcar no preparo de alimentos ou para adoçar bebidas – Exs: Gold, Slim Linea.
6) Leite e derivados – 3 porções/dia:
- desnatados e sem açúcar – Leite e iogurtes Corpus. Queijos: brancos – Cottage, ricota e frescal. Evitar creme de leite.
7) Carnes – 1 a 2 porções/dia:
- vermelhas: filé mignon, alcatra (principalmente baby beef) e lagarto são as mais magras.
- frango: de preferência peito de frango (filé) e sem pele.
- peixes: principalmente salmão e truta – fonte de ômega 3 (pelo menos 2 a 3 porções/semana).
- embutidos: peru ou frango, porém evitar o exagero devido à quantidade de sódio. Os embutidos que não são de peru ou frango devem ser evitados pois além do sódio, são ricos em gordura.
8) Óleos e gorduras – 1 a 2 porções/dia:
- preferir óleo de soja e azeite de oliva – ricos em ácidos graxos poliinsaturados ômega 3 e 6, que ajudam a diminuir os triglicérides. Porém devem ser consumidos com moderação por causa do valor calórico.
- evitar alimentos ricos em gordura trans: óleos e gorduras hidrogenadas, margarinas duras e shortenings (gorduras industriais presentes em sorvetes, chocolates, produtos de padaria, salgadinhos tipo chips), molhos prontos para saladas, maionese, cremes para sobremesa e óleos para fritura industrial).
Além dessas recomendações, é importante lembrar que toda terapia nutricional dever ser individualizada, respeitando o estágio da vida em que o indivíduo se encontra, as preferências pessoais e culturais e a probabilidade de aderência às recomendações.

Fonte: http://www.vitaendocrinologia.com/Agosto_2010.html

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