Estado treinou profissionais da área, adotou nova coordenação do programa de transplantes e também criou o disque 155
Clarissa Thomé, O Estado de S.Paulo
Após amargar longa estagnação no seu programa de transplantes - o que chegou a extinguir a fila de espera por um coração, já que os médicos inscreviam seus pacientes em outros Estados -, o Rio triplicou o número de doadores de órgãos: passou de 4,4 doadores por milhão de habitantes, em 2010, para 13,9, em 2011. A informação é do Programa Estadual de Transplantes (PET). Ontem, o secretário de Saúde, Sérgio Côrtes, anunciou que o Estado terá um hospital exclusivo para esse tipo de cirurgia.
Segundo ele, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, deve anunciar nos próximos dias a transferência para administração do Estado de um hospital federal - a informação não havia sido confirmada pelo ministério ate a noite de ontem. "Temos o desejo de ter um hospital específico para transplante. Existe demanda. São pacientes que precisam de acompanhamento ambulatorial, monitoramento, dosagem de medicamentos imunossupressores", afirma o coordenador da Central Estadual de Transplantes, Eduardo Rocha.
Melhoria. Três estratégias permitiram aumentar o número de captação de órgãos. Inicialmente, cem profissionais - entre médicos intensivistas, cirurgiões, enfermeiros, assistentes sociais e psicólogos -, foram treinados na Universidade de Barcelona, o que permitiu que melhorasse a qualidade dos órgãos doados.
"Não é incomum que o paciente, já em morte cerebral, sofra uma parada cardíaca. Contratamos médicos intensivistas que têm atuado para manter esse potencial doador", diz Rocha.
Outra iniciativa foi transferir a sede da coordenação do programa para perto da Defesa Civil Estadual - o que permite mobilizar helicópteros e ambulâncias e dá mais agilidade ao transporte de órgãos. Depois da mudança, passou a haver captação em cidades como Itaperuna, a pouco mais de 300 km da capital.
Por fim, o número telefônico, antes um 0800 difícil de memorizar, foi substituído pelo disque transplante de três dígitos (155). As iniciativas também melhoraram a chamada taxa de efetividade (relação entre os órgãos doados e os que puderam ser transplantados) - subiu de 15% para 24%. A meta é chegar a 30%.
História. Cláudio Antônio Roberto Júnior, de 31 anos, é testemunha da mudança no serviço de transplantes.
Portador de colangite esclerosante, doença crônica que impede a adequada circulação da bile para o intestino e provoca a degeneração do fígado, ele passou por dois transplantes do órgão, em 2001 e 2011. "O serviço está mais rápido, mais ágil. Na primeira vez, esperei por um ano. Agora, fiquei na fila por sete meses", compara.
Enquanto o hospital exclusivo não vem, o Estado anunciou a reforma de um andar do Instituto do Coração Aloysio de Castro, que em breve começará a transplantar rim, coração e pâncreas. Com a reestruturação do PET, voltou a haver fila por um coração no Rio. Hoje, sete pessoas esperam pelo órgão.
Fonte: O Estado de São Paulo
Após amargar longa estagnação no seu programa de transplantes - o que chegou a extinguir a fila de espera por um coração, já que os médicos inscreviam seus pacientes em outros Estados -, o Rio triplicou o número de doadores de órgãos: passou de 4,4 doadores por milhão de habitantes, em 2010, para 13,9, em 2011. A informação é do Programa Estadual de Transplantes (PET). Ontem, o secretário de Saúde, Sérgio Côrtes, anunciou que o Estado terá um hospital exclusivo para esse tipo de cirurgia.
Segundo ele, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, deve anunciar nos próximos dias a transferência para administração do Estado de um hospital federal - a informação não havia sido confirmada pelo ministério ate a noite de ontem. "Temos o desejo de ter um hospital específico para transplante. Existe demanda. São pacientes que precisam de acompanhamento ambulatorial, monitoramento, dosagem de medicamentos imunossupressores", afirma o coordenador da Central Estadual de Transplantes, Eduardo Rocha.
Melhoria. Três estratégias permitiram aumentar o número de captação de órgãos. Inicialmente, cem profissionais - entre médicos intensivistas, cirurgiões, enfermeiros, assistentes sociais e psicólogos -, foram treinados na Universidade de Barcelona, o que permitiu que melhorasse a qualidade dos órgãos doados.
"Não é incomum que o paciente, já em morte cerebral, sofra uma parada cardíaca. Contratamos médicos intensivistas que têm atuado para manter esse potencial doador", diz Rocha.
Outra iniciativa foi transferir a sede da coordenação do programa para perto da Defesa Civil Estadual - o que permite mobilizar helicópteros e ambulâncias e dá mais agilidade ao transporte de órgãos. Depois da mudança, passou a haver captação em cidades como Itaperuna, a pouco mais de 300 km da capital.
Por fim, o número telefônico, antes um 0800 difícil de memorizar, foi substituído pelo disque transplante de três dígitos (155). As iniciativas também melhoraram a chamada taxa de efetividade (relação entre os órgãos doados e os que puderam ser transplantados) - subiu de 15% para 24%. A meta é chegar a 30%.
História. Cláudio Antônio Roberto Júnior, de 31 anos, é testemunha da mudança no serviço de transplantes.
Portador de colangite esclerosante, doença crônica que impede a adequada circulação da bile para o intestino e provoca a degeneração do fígado, ele passou por dois transplantes do órgão, em 2001 e 2011. "O serviço está mais rápido, mais ágil. Na primeira vez, esperei por um ano. Agora, fiquei na fila por sete meses", compara.
Enquanto o hospital exclusivo não vem, o Estado anunciou a reforma de um andar do Instituto do Coração Aloysio de Castro, que em breve começará a transplantar rim, coração e pâncreas. Com a reestruturação do PET, voltou a haver fila por um coração no Rio. Hoje, sete pessoas esperam pelo órgão.
Fonte: O Estado de São Paulo
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