O autismo é um transtorno de origem neurobiológica cujas
consequências interferem no desenvolvimento dos pacientes. Situações
como comportamentos sociais inadequados, problemas de comunicação, entre
outros são evidenciados por conta de tal condição. A ABA é uma ciência
que propõe a análise e a prática de modelos de intervenção que
interferem no comportamento das crianças de maneira positiva.
O autismo e a intervenção com base na ABA
Todos que acompanham nossos artigos sabem que o Transtorno do
Espectro Autista (TEA) é uma condição que gera uma série de sintomas que
incidem no neurodesenvolvimento do paciente. Dentre os vários aspectos,
podemos salientar que as habilidades sociais são aquelas em que o
autismo influencia direta e indiretamente. Com isso, é extremamente
importante que a criança seja tratada com intervenções que lidam com os
desafios do comportamento social. Sendo assim, a Análise de
Comportamento Aplicada (ABA) desempenha um papel fundamental nesse
processo de aprendizagem. Mas vocês sabem o que ela significa?
A ABA
A ABA pode ser definida como um dos três ramos da análise da ciência
do comportamento. Considerada pela comunidade médica como tal, ela é
descrita como uma aproximação sistemática para entender o comportamento
social (LEAF et al, 2018).
A proposta da ABA é estabelecer uma proposta de abordagens que se
pautam em fundamentos científicos a fim de contribuir para repertórios
que são socialmente importantes ao desenvolvimento dos pequenos. Por
outro lado, a ABA pretende diminuir comportamentos negativos. Os
terapeutas utilizam dinâmicas que têm o objetivo de fortalecer
sentimentos e habilidades que auxiliam na interação social.
Trabalho minucioso
Todo especialista que baseia suas propostas de intervenção na ABA
deve se pautar também em aspectos indispensáveis à finalidade da
aplicação das terapias. É o seguinte: os programas baseados na ABA
costumam exigir a análise dos fatores ambientais no contexto da criança;
e como isso a influencia em seu cotidiano sob o ponto de vista
comportamental.
Importante ressaltar que esse detalhamento é feito a fim de
identificar determinados comportamentos e até fatores que tendem a se
repetir e, consequentemente, interferir no progresso do pequeno. Os
terapeutas utilizam essas informações e observações para traçar o
esquema que vai culminar no processo de intervenção voltada para a
criança.
Para estabelecer esses critérios de fatores ambientais, é necessário
que haja uma sequência onde o profissional analisa o paciente em
determinados comportamentos, são eles:
– Em que cenário o comportamento ocorre?
– Existem variáveis emocionais, tal como a necessidade de atingir alguma coisa?
– Há eventos antecedentes que tendem a levar à ocorrência de algum
comportamento, como um pedido para fazer algo ou uma pergunta a outra
pessoa?
– Há consequência ou eventos que seguem algum comportamento responsável por ditar se o comportamento pode se repetir?
Participação dos pais
De acordo com Fernandes e Amato (2013), para que as terapias baseadas
na ABA sejam eficazes, a presença dos pais e responsáveis é essencial,
uma vez que a participação dos adultos proporciona estímulo mais
intensivo no ambiente doméstico. Os profissionais revelam que esse
aspecto é um ponto a favor em todo esse processo de tratamento.
Interessante lembrar que a ABA também tem servido de base para
intervenções com fonoaudiólogos, já que a linguagem também tem muito a
ver com o comportamento social da criança com autismo.
ABA começou a mostrar sua eficácia no passado
Nos anos de 1960, os modelos de intervenção que se baseavam na ABA já
mostravam que essa área da ciência era uma alternativa para os casos
envolvendo crianças com comportamentos cujos repertórios se revelavam
problemáticos. Destacam-se os nomes de Wolf, Risley e Loovas que, ainda
nessa época, realizaram testes para analisar e constatar os aspectos
comportamentais das crianças com autismo que foram submetidas ao estudo.
Gonçalves (2017) salienta como esses primeiros testes foram
determinantes. De acordo com sua pesquisa, “esses programas
comportamentais levaram ao aumento da linguagem, habilidades sociais, de
jogo e acadêmicas e reduziram alguns dos graves problemas
comportamentais frequentemente associados à doença. Esses estudos foram
seminais por serem os primeiros a demonstrar ganhos empiricamente
validados em crianças com autismo”.
Referências
FERNANDES, Fernanda Dreux Miranda; AMATO, Cibelle Albuquerque de la
Higuera. Análise de Comportamento Aplicada e Distúrbios do Espectro do
Autismo: revisão de literatura. Codas, São Paulo, v. 25, n. 3, 2013.
GONÇALVES, Priscila da Costa. Transtorno do espectro autista:
protocolo de intervenção para pais em contexto ambulatorial. 2017.
Dissertação (Mestrado em Ciências Médicas) – Universidade Estadual de
Campinas, Campinas, 2017.
LEAF, Justin B. et al. An Introduction to Applied Behavior Analysis. In: Handbook of Childhood Psychopathology and Developmental Disabilities Treatment. Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/323201259_An_Introduction_to_Applied_Behavior_Analysis . Acesso em: 19 feb. 2020.
obs. conteúdo meramente informativo procure seu médico
abs
Carla
http://entendendoautismo.com.br/artigo
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