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sábado, 30 de outubro de 2021

Câncer de Mama > Vivendo com Câncer de Mama Avançado > Tratamentos: Hormonioterapia

 Equipe Oncoguia

  • - Data de cadastro: 22/09/2014 - Data de atualização: 03/10/2020


Alguns tipos de câncer de mama estão relacionados com hormônios, como estrogênio e progesterona. As células do câncer de mama têm receptores (proteínas) que se ligam ao estrogênio e à progesterona, o que as ajuda a crescer. Os tratamentos que impedem esses hormônios de se ligarem a esses receptores são chamados de terapia hormonal ou endócrina.

A hormonioterapia tem o potencial de atingir as células malignas em quase qualquer lugar do corpo e não apenas na mama. É recomendado para mulheres com tumores positivos para receptores hormonais.

Quando é usada a terapia hormonal?

A terapia hormonal é frequentemente usada após a cirurgia (terapia adjuvante) para ajudar a reduzir o risco de o câncer voltar.

A terapia hormonal também é usada para tratar o câncer avançado, quando o tumor voltou após o tratamento ou que se espalhou para outras partes do corpo ajudando a controlar a doença e impedindo que ele se agrave.

Como funciona a terapia hormonal?

Nos tumores dependentes de hormônio as células têm receptores (proteínas) para os hormônios estrogênio (cânceres ER-positivos) e/ou progesterona (cânceres PR-positivos) que ajudam as células cancerosas a crescer e se espalhar.

Existem vários tipos de terapia hormonal para o câncer de mama. A maioria dos tipos de terapia hormonal reduz os níveis de estrogênio ou impede que o estrogênio atue nas células do câncer de mama.

Essas drogas atuam impedindo o estrogênio de alimentar o crescimento das células do câncer de mama.

Quais são esses medicamentos?

Os principais medicamentos dessa classe são: tamoxifeno, inibidores da aromatiza (examestano, anastrozol, letrozol), goserelina e fulvestranto e possuem diferentes indicações a depender do status menopausal.

Possíveis efeitos colaterais

Os efeitos colaterais comuns são: ondas de calor e / ou suores noturnos, dor de cabeça, dor no óssea, dores articulares, espessamento endometrial.

Terapias hormonais comumente usadas no tratamento do câncer de mama avançado

Medicamento

Estado menopausal

Forma de administração

Anastrozol

Pós-menopausa

Oral

Exemestano

Pós-menopausa

Oral

Letrozol

Pós-menopausa

Oral

Goserelina

Pré-menopausa

Injetável

Fulvestranto

Pós-menopausa

Injetável

Leuprolide

Pré-menopausa

Injetável

Acetato de megestrol

Pré e pós-menopausa

Oral

Tamoxifeno

Pré e pós-menopausa

Oral

Toremifeno

Pré e pós-menopausa

Oral

Hormonioterapia para mulheres na pré-menopausa

Para as mulheres na pré-menopausa, a hormonioterapia geralmente começa com a supressão ovariana. Isto reduz os níveis de hormônio no corpo de modo que o tumor não possa obter o estrogênio necessário para crescer. Isso pode envolver cirurgia para remover os ovários (ooforectomia) ou, mais frequentemente, o uso de medicamentos (como a goserelina ou leuprolida) para bloquear a produção de hormônios pelos ovários.

O tamoxifeno também é utilizado para tratar o câncer de mama avançado em mulheres na pré-menopausa.

A combinação de supressão ovariana e tamoxifeno pode melhorar a sobrevida em relação ao tratamento isolado.

Hormonioterapia para mulheres na pós-menopausa

A hormonioterapia para mulheres na pós-menopausa pode ser realizada com um inibidor da aromatase, tamoxifeno ou outro medicamento antiestrogênio, como o fulvestranto. Se o primeiro tipo de medicamento parar de responder e a doença começar a avançar, um segundo medicamento pode ser usado. Se o segundo medicamento também parar de responder, tenta-se outro e assim por diante. Em algum momento, embora isso possa levar anos, a hormonioterapia quase sempre deixa de ser eficaz. Nesse momento, a quimioterapia pode ser recomendada.

A supressão ovariana não é útil para as mulheres na pós-menopausa porque os ovários já pararam de produzir grandes quantidades de estrogênio. Entretanto, as mulheres na pós-menopausa ainda produzem uma pequena quantidade de estrogênio no tecido adiposo e nas glândulas suprarrenais. E por isso, os inibidores de aromatase são eficazes, pois agem nesses tecidos.

Medicamentos usados em combinação com a hormonioterapia

      Inibidores de CDK4/6

Os inibidores de CDK4/6 aprovados para o tratamento do câncer de mama avançado são abemaciclibe, palbociclibe e ribociclibe.

CDK4 e CDK6 são enzimas importantes na divisão celular. Os inibidores de CDK4/6 são uma classe de medicamentos que bloqueiam esses receptores e  interrompem o crescimento das células cancerígenas.

Embora os inibidores de CDK4/6 abemaciclibe, palbociclibe e ribociclibe não tenham sido comparados diretamente entre si, estudos mostram resultados similares com cada um desses medicamentos.

Esses medicamentos são usados em combinação com a hormonioterapia para tratar o câncer de mama avançado, receptor de hormônio positivo, HER2-negativo. Em comparação com a hormonioterapia isolada essa combinação pode aumentar a sobrevida das pacientes antes que a doença se dissemine, aumentando a sobrevida.

O inibidor de CDK4/6 abemaciclib também pode ser usado isoladamente no tratamento do câncer de mama avançado, receptor de hormônio positivo, HER2-negativo que continuou em progressão durante a hormonioterapia e quimioterapia inicial.

O abemaciclibe, palbociclibe e ribociclibe são administrados por via oral.

Os possíveis efeitos colaterais dos inibidores de CDK4/6 podem incluir:

  • Abemaciclibe. Diarreia, diminuição dos glóbulos brancos, anemia, náuseas, dor abdominal, fadiga e vômitos. Em alguns casos, pode provocar problemas hepáticos. Em casos raros, pode causar inflamação pulmonar.
  • Palbociclibe. Diminuição dos glóbulos brancos, anemia, fadiga, náuseas, feridas na boca, queda de cabelo e diarreia. Em casos raros, pode causar inflamação pulmonar.
  • Ribociclibe. Diminuição dos glóbulos brancos, náusea, fadiga, diarreia, perda de cabelo, vômito, constipação, dor de cabeça e dor nas costas. Em alguns casos, pode causar problemas hepáticos. Em casos raros, pode provocar alterações no eletrocardiograma e inflamação pulmonar.

      Everolimus

Everolimus é um medicamento, por via oral, direcionado conhecido como inibidor de mTOR. Ele bloqueia a mTOR, uma proteína nas células que normalmente as ajuda a crescer e se dividir. O everolimus também impede que os tumores desenvolvam novos vasos sanguíneos, o que pode ajudar a limitar o seu crescimento. No tratamento do câncer de mama, a associação com a terapia hormonal tem maiores benefícios que a terapia hormonal isolada.

É usado em associação com o inibidor da aromatase exemestano para mulheres cujos cânceres cresceram durante o tratamento com letrozol ou anastrozol (ou se o câncer começou a crescer logo após a interrupção do tratamento com esses medicamentos).

Os efeitos colaterais comuns do everolimus incluem feridas na boca, diarreia, náuseas, sensação de fraqueza ou cansaço, contagens sanguíneas baixas, falta de ar e tosse. O everolimus também pode aumentar o colesterol e triglicéridos por isso, seu médico irá verificar o seu hemograma periodicamente enquanto estiver a tomar este medicamento.

      Alpelisibe

Alpelisibe é um medicamento novo conhecido como inibidor de PI3K. Ele age bloqueando uma forma da proteína chamada PI3K nas células cancerosas, o que as impede de crescer, nas pacientes que apresentam mutação no gene PIK3CA.

Este medicamento pode ser usado junto com fulvestranto para tratar mulheres pós-menopáusicas com câncer de mama HER2-negativo, receptor hormonal avançado positivo com mutação do gene PIK3CA e que cresceu durante ou após o tratamento com um inibidor de aromatase. O seu médico irá testar o seu sangue ou tumor para esta mutação antes de iniciar o tratamento com este medicamento.

Os possíveis efeitos colaterais podem incluir níveis elevados de açúcar no sangue, sinais de problemas renais, hepáticos ou pancreáticos, diarreia, erupção cutânea, contagens sanguíneas baixas, náuseas e vômitos, fadiga, diminuição do apetite, feridas na boca, perda de peso, níveis baixos de cálcio, problemas de coagulação do sangue, e queda de cabelo. Reações cutâneas muito graves, como erupções cutâneas com descamação e bolhas, são possíveis e devem ser relatadas a um médico. Pacientes com histórico de reações cutâneas graves devem informar seu médico antes de tomar alpelisibe

Para saber se o medicamento que você está usando está aprovado pela ANVISA acesse nosso conteúdo sobre Medicamentos ANVISA.

Para saber mais sobre alguns dos efeitos colaterais listados aqui e como gerenciá-los, consulte nosso conteúdo Efeitos Colaterais do Tratamento.

Texto originalmente publicado nos sites Susan G. Komen, em 29/06/2020, e American Cancer Society, em 18/09/2019, livremente traduzido e adaptado pela Equipe do Instituto Oncoguia.







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abs

Carla 

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