4 de maio de 2021
ABRALE – Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia
Última atualização em 13 de junho de 2022
Apesar de ser necessário que mais pessoas se tornem doadoras, pacientes que têm ou tiveram a doença não são considerados aptos a doar
Muito se fala sobre a importância de doar sangue, mas sabe-se que há alguns impeditivos para esse ato, assim, surge a pergunta: quem tem câncer pode doar sangue? Cada país determina as atividades hemoterápicas de acordo com as orientações das suas agências regulatórias. No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o Ministério da Saúde determinaram que neoplasias malignas são impeditivos definitivos para a doação. Ou seja, com exceção de dois tipos de tumores, pacientes oncológicos não podem ser doadores.
A Dr.ª Fabiana Ghaname, médica hemoterapeuta, responsável técnica pelo Serviço de Hemoterapia do Hospital 9 de Julho, conta que a primeira explicação para o impedimento é a condição de saúde do paciente oncológico. A Organização Mundial de Saúde (OMS) define que a principal responsabilidade da transfusão de sangue é fornecer sangue e hemocomponentes seguros em relação à qualidade, em quantidade suficiente e em tempo hábil para atender aqueles que necessitam. Sendo que o ato da doação de sangue deve ser seguro, não podendo causar nenhum dano ao doador ou ao receptor. Por isso, todo doador deve estar em boas condições de saúde no momento da doação.
“Como um paciente sob tratamento oncológico está doente, esse não seria o momento ideal para que ele realize uma doação de sangue. Ele deve priorizar sua própria saúde”, a Drª. Fabiana diz.
Ela ainda conta que o segundo fator que leva ao impedimento é o uso recente de quimioterápicos, radioterapia, anticorpos monoclonais ou outros medicamentos. Como essas substâncias circulam pelo corpo do paciente oncológico, ao fazer a doação elas estariam presentes no sangue doado. Caso a pessoa que receberá o sangue tenha contato com elas, poderá ter a sua segurança prejudicada.
Quem teve câncer pode doar sangue?
Algumas análises recentes demonstraram que seria seguro aceitar doadores que finalizaram o tratamento oncológico há, no mínimo, cinco anos. Mas, a médica salienta que ainda é preciso realizar mais estudos para esclarecer alguns pontos polêmicos desses resultados. Então, atualmente, as orientações são que ex-pacientes de neoplasias malignas não sejam doadores, com exceção de pessoas que tiveram dois tipos de tumores: carcinoma basocelular de pele e carcinoma de cérvix de colo de útero.

Isso acontece porque sabe-se que é biologicamente plausível o desenvolvimento de tumores por meio da transfusão. Isto é, ainda não foi documentado um caso no qual um paciente que recebeu a transfusão de sangue desenvolvesse um câncer, mas considera-se que isso possa acontecer.
“Vale a pena ressaltar que alguns tipos de vírus são associados, ou estão diretamente associados, à causa de alguns cânceres e esses vírus podem ser transmitidos por transfusões”, pontua a Drª. Fabiana.
Ela complementa que, por outro lado, no caso de pessoas com leucemia ou linfoma, os serviços de hemoterapia adotam o “Princípio da Precaução”. Como nessas neoplasias as células malignas circulam pelo sangue, há um risco em potencial, mesmo que mínimo, de transmissão. E, como explicado anteriormente, a doação de sangue parte do princípio que nem o doador, nem o receptor devem ser expostos a qualquer risco durante a transfusão.
“Portanto, pessoas que tiveram leucemias e linfomas são consideradas inaptas para doar”, diz a hemoterapeuta. Essa determinação se mantém mesmo no caso dos estudos que avaliaram a possibilidade dos pacientes serem doadores após cinco anos do término da terapia. Pessoas que têm ou tiveram melanoma também entram no grupo de impeditivos definitivos.
Quem tem câncer pode doar sangue em dois casos
Pessoas que realizaram o tratamento para carcinoma basocelular (CBC) e para carcinoma de cérvix de colo de útero podem ser doadoras após o fim da terapia.
O CBC é o tipo de câncer de pele mais comum, inclusive é o com maior incidência em comparação com todos os tipos de tumores. Esse câncer surge nas células basais, que estão na camada mais profunda da epiderme (a camada superior da pele).

Raramente são mortais e, ao contrário do melanoma, dificilmente se espalham para outros locais além do seu de origem. Em relação à disseminação, o mesmo vale para o carcinoma de cérvix de colo de útero.
“Nesses dois tipos de câncer, as células malignas não têm a capacidade de invadir outros tecidos e órgãos depois de tratados e não se disseminam por via hematogênica, ou seja, pelo sangue. Portanto, considera-se nula a possibilidade do sangue doado conter células malignas”, informa a Drª. Fabiana.
Quem pode ser doador de sangue
De acordo com o Ministério da Saúde, para poder doar sangue a pessoa precisa:
- Ter entre 16 e 69 anos. Menores de 18 precisam da autorização de um responsável e a primeira doação ter sido feita antes dos 60 anos
- Pesar mais de 50 kg
- Estar em boas condições de saúde
- Estar alimentado
- Ter dormido, pelo menos, 6 horas nas últimas 24 horas
- Apresentar documento oficial com foto
Devido à pandemia da COVID-19, as doações somente podem ser realizadas mediante agendamento prévio. Para saber como agendar e quais são os impeditivos temporários e definitivos, acesse :
FONTE: https://revista.abrale.org.br/
obs. conteúdo meramente informativo procure seu médico
abs
Carla
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