Por Ligia Moraes
18 dez 2024, 10h00
Pesquisa revela mudanças no cérebro ligadas ao processamento matemático e fatores que auxiliam a preservar habilidades com as finanças na velhice
FINANÇAS: com o envelhecimento, a região frontal do cérebro, responsável por acessar memórias numéricas já consolidadas, tende a se deteriorar (Pixel-Shot/AdobeStock/Divulgação)
Com o avanço da idade, o cérebro sofre mudanças que afetam a capacidade de lidar com tarefas financeiras cotidianas, como calcular trocos ou equilibrar contas. Um estudo publicado no Archives of Gerontology and Geriatrics analisou essas mudanças em 67 adultos saudáveis, entre 50 e 74 anos, usando ressonância magnética para avaliar a estrutura e a conectividade funcional do cérebro. Os participantes também realizaram testes práticos relacionados ao gerenciamento financeiro.
Os resultados mostraram que as funções cognitivas essenciais, como memória, linguagem e raciocínio matemático, desempenham um papel central na tomada de decisões financeiras. Com o envelhecimento,a região frontal do cérebro, responsável por acessar memórias numéricas já consolidadas, tende a se deteriorar, obrigando o cérebro a recrutar áreas adicionais para compensar essa perda. Esse esforço extra aumenta a possibilidade de erros, principalmente em cálculos que não foram memorizados.
O papel da memória e do cálculo no cérebro
O estudo identificou dois mecanismos cerebrais distintos que atuam no processamento matemático. O primeiro mecanismo é a memória numérica, que ocorre no giro frontal inferior (IFG). Essa região do cérebro é responsável por acessar rapidamente informações matemáticas memorizadas ao longo da vida, como resultados simples de somas ou multiplicações. Por Por ser mais eficiente, esse processo tem menor risco de erro e exige menos esforço do cérebro.
O segundo mecanismo entra em ação quando a memória falha e envolve o cálculo ativo, realizado pelo giro frontal médio. Esse tipo de processamento exige que o cérebro calcule as informações passo a passo, o que consome mais energia, aumenta o tempo de resposta e eleva a probabilidade de falhas. Com a redução natural da massa cinzenta no lobo frontal, comum no envelhecimento, o cérebro tende a a depender mais desse cálculo ativo, sobrecarregando as funções cognitivas e comprometendo o desempenho em tarefas financeiras.
Fatores que protegem as habilidades financeiras
A pesquisa revelou que fatores socioeconômicos desempenham um papel decisivo na preservação das habilidades financeiras com o avanço da idade. Indivíduos com maior renda familiar e educação financeira apresentaram melhores resultados nos testes, sugerindo que a exposição contínua a desafios numéricos e o acesso ao conhecimento financeiro fortalecem as regiões do cérebro responsáveis pelo processamento matemático.
Além disso, as habilidades de linguagem demonstraram ser fundamentais para a realização eficiente de tarefas financeiras. Pessoas com maior domínio verbal apresentaram conectividade mais robusta entre.as regiões cerebrais envolvidas no raciocínio e na memória, o que contribui para uma tomada de decisão mais rápida e precisa.
FONTE: Leia mais em:
https://veja.abril.com.br/saude/como-o-envelhecimento-do-cerebro-afeta-as-decisoes-financeiras/?fbclid=IwZXh0bgNhZW0CMTEAAR1G_91yM7kWCgy2rD-ZxFu8FceUlRKMufya9VPYDumEEB-gKJ3CM-ep9dQ_aem_3b5AGwsRhpKa5XGVcko_8A
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