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sexta-feira, 13 de dezembro de 2024

Sociedade Brasileira de AVC: Hematoma Subdural não é um AVC

 

 

  Publicado em: 10/12/2024




Veja aqui do que se trata a doença que acometeu o Presidente Lula… Não foi um AVC!

O Hematoma subdural é um tipo de sangramento dentro da caixa craniana, embaixo da calota óssea, entre a membrana que reveste o cérebro (meninge, dura-máter) e o cérebro.

A grande maioria dos casos ocorre por traumatismos, usualmente quedas, ou pancadas na cabeça. Os tipos agudos são mais relacionados a traumas de crânio mais graves (acidentes automobilísticos, quedas de grandes alturas, por exemplo), e aparecem na tomografia como áreas hiperdensas (brancas); e os subdurais crônicos são mais relacionados a quedas ou traumas corriqueiros na cabeça, sobretudo em indivíduos mais idosos, aparecendo na tomo como faixas isodensas (mesma densidade do cérebro) ou hipodensas (mais escuras) em relação à densidade habitual do cérebro.

Figura 1. Imagem de Tomografia com grande hematoma subdural crônico na região fronto-parietal direita (lado esquerdo da foto, desviando o córtex cerebral para o lado contralateral).

 

SINTOMAS E SINAIS

O hematoma subdural crônico pode ser assintomático e não provocar sintomas, se for pequeno, de espessura pequena ou fina, na superfície do cérebro.

Figura 2. Diagrama esquemático que mostra as diferenças entre o hematoma epidural e subdural, drtalhando as membranas que revestem o cérebro e os locais destes hematomas.

 

Entretanto, a maioria dos hematomas subdurais crônicos provocam sintomas mais tardios, e o mais frequente é haver a formação do hematoma algumas semanas após a queda ou traumatismo na cabeça; isso acontece porque a formação hematoma se dá de forma bem gradual, por semanas, de forma contínua, naquele espaço entre a superfície do cérebro e a dura-máter, e no paciente mais idoso, este espaço, que costuma ser mais amplo, permite que a coleção ou o hematoma se forme sem dar sintomas por vários dias a semanas, usualmente em período de 2 a 3 meses.

Os sintomas mais comuns são a instalação gradual de dor de cabeça diferente, mas persistente, mudança de comportamento, apatia ou letargia, até sintomas mais sérios, como confusão mental, sonolência, fraqueza em um dos lados do corpo, alterações da fala, alterações do equilíbrio e marcha, até quadros mais sérios, como crises epilépticas e coma.

Figura 3. Imagem de Tomografia do crânio mostrando uma lâmina de hematoma subdural crônico na região fronto-parietal esquerda (no lado direito da foto, com hipodensidade em faixa, logo abaixo do osso).


TRATAMENTO

Se o hematoma está causando sintomas, os tratamentos considerados de primeira linha hoje envolvem: a) Drenagem do hematoma, por cirurgia neurológica; b) Embolização da Artéria Meníngea Média, por cateterismo.

O tratamento clássico é a cirurgia com trepanação, drenagem do sangue, do hematoma, com colocação de um dreno por alguns dias. Trata-se de cirurgia relativamente simples e efetiva; quando realizada a tempo, sem deterioração clínica, costuma deixar o paciente sem sequelas.

Mais recentemente, séries de casos e vários estudos clínicos controlados demonstraram o benefício do tratamento combinado de drenagem cirúrgica e embolização da artéria meníngea média, para reduzir complicações e ressangramentos no leito do hematoma.

A embolização da artéria meníngea média (AMM) é um procedimento endovascular, feito por cateterismo, onde se coloca um material embolizante, para fechar, ocluir a meníngea média, e reduzir a chance de haver ressangramento no espaço subdural. Estes ressangramentos podem acontecer em 20 a 30% dos casos, e influenciam a recuperação neurológica, podendo inclusive evoluir com necessidade de nova neurocirurgia. A seguir, podem acessar os links dos estudos acima mencionados, e um artigo de revisão de 2021 sobre essa doença. Obs. Na época do artigo de revisão, ainda não tinham sido publicados os novos estudos em embolização da AMM.

 

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REFERÊNCIAS

Liu et al. Middle Meningeal Artery Embolization for Nonacute Subdural Hematoma. New England J Medicine 2024.

Fiorella et al. Embolization of the Middle Meningeal Artery for Chronic Subdural Hematoma. New England J Medicine 2024.

Davies et al. Adjunctive Middle Meningeal Artery Embolization for Subdural Hematoma. New England J Medicine 2024.

Nouri et al. Chronic Subdural Hematoma (cSDH): A review of the current state of the art. Brain and Spine 2021.



** Autores: Maramelia Miranda, Leticia Januzzi, João Brainer, Adriana Conforto.

 

 

FONTE: https://avc.org.br/blog/2024/12/10/hematoma-subdural-cronico-lula/

  Câncer de pele (laço preto)


 


obs. conteúdo meramente informativo procure seu médico

abs

Carla

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