Embora a constipação não seja um fator de
risco para o câncer de cólon, a questão não deve ser ignorada
Segundo uma nova análise das evidências existentes, publicada no The American
Journal of Gastroenterology, a constipação de longo prazo não aumenta o risco de
câncer de cólon e reto. Estudos anteriores haviam sugerido uma possível conexão
entre as duas moléstias, mas os autores deste último trabalho, publicado em
março deste ano, alegam que os resultados anteriores podem ter sido
distorcidos.
Segundo os autores da nova pesquisa, alguém que tem
constipação crônica não está necessariamente mais propenso a ter câncer de
cólon, agora ou no futuro. O câncer colorretal é a segunda principal causa de
morte por câncer nos EUA. Cerca de 51.000 americanos morrem a cada ano, de
acordo com os dados do Centers for Disease Control and Prevention. Por aqui,
segundo dados do INCA, Instituto Nacional de Câncer, no ano de 2012, eram
esperados 14.180 casos novos de câncer do cólon e reto em homens e 15.960 em
mulheres. Esses valores correspondem a um risco estimado de 15 casos novos a
cada 100 mil homens e 16 a cada 100 mil mulheres.
“Alguns fatores aumentam o risco de desenvolvimento da doença, como idade acima de 50 anos, história familiar de câncer colorretal, história pessoal da doença (já ter tido câncer de ovário, útero ou mama), baixo consumo de cálcio, além de obesidade e sedentarismo. Também são fatores de risco, doenças inflamatórias do intestino, como retocolite ulcerativa crônica e doença de Crohn, bem como doenças hereditárias, como polipose adenomatosa familiar (FAP) e câncer colorretal hereditário sem polipose (HNPCC)”, explica o gastroenterologista Silvio Gabor (CRM-SP 47.042).
Durante muito tempo, alguns especialistas levantaram a hipótese de que a constipação crônica, fazendo com que o contato prolongado entre substâncias potencialmente cancerígenas nas fezes e no revestimento do cólon, também poderia aumentar o risco deste tipo de câncer. E os estudos sobre o tema, ora apoiavam, ora refutavam esta ideia.
Mas agora, a equipe de pesquisadores ingleses, liderada por Alexander Ford, fez uma metanálise de 28 estudos que examinavam a ligação entre constipação e câncer colorretal. No total, os dados analisados incluíram informações de mais de 250 mil pacientes, abrangendo o período de 1966-2011.
Ao término dos trabalhos, a equipe de Ford encontrou pouca sustentação para relacionar a obstipação intestinal e o risco de câncer. A metanálise revelou que, em alguns estudos realizados anteriormente, os participantes foram incentivados a rememorar episódios de constipação, o que prejudica o resultado final destas pesquisas.
No entanto, em outros estudos, onde os participantes foram rastreados para a constipação e o câncer colorretal, ao longo de 6-12 anos, os pesquisadores não encontraram nenhuma ligação efetiva estes as duas moléstias. A constipação intestinal, isoladamente, não parece ser um fator de risco para o câncer de cólon.
“Para médicos e pacientes, a constipação crônica – geralmente definida como três ou menos evacuações por semana ao longo de três meses – pode parecer um sinal de alerta para o câncer de cólon. Muitas vezes, pacientes constipados recebem a recomendação de fazer uma colonoscopia, um exame invasivo que verifica a existência de pólipos que podem ser benignos, malignos ou potencialmente malignos no cólon e reto. No entanto, a prisão de ventre simplesmente não é uma indicação para a realização deste exame”, alerta Silvio Gabor.
Segundo as diretrizes de detecção do câncer colorretal, a prisão de ventre não é um sinal alarmante deste tipo de câncer. “E com base nos resultados do novo estudo, os médicos não precisam encaminhar pacientes com constipação para colonoscopia para descartar este diagnóstico”, defende o gastroenterologista. Segundo a análise da equipe de Ford, a maioria dos pacientes encaminhados para colonoscopia devido à prisão de ventre apresentou taxas de câncer de cólon menores do que a média.
“A história natural do câncer colorretal propicia condições ideais à sua detecção precoce. A pesquisa de sangue oculto nas fezes e métodos endoscópicos são considerados meios de detecção precoce para esse câncer, pois são capazes de diagnosticar e remover pólipos adenomatosos colorretais (precursores do câncer do cólon e reto), bem como tumores em estágios bem iniciais. Para detectar o câncer colorretal, o recomendável é que qualquer pessoa com mais de 50 anos deva fazer um teste anual para detectar sangue nas fezes e uma colonoscopia a cada 5 anos. Aqueles com história familiar de câncer de cólon devem ser testados com mais frequência e em uma idade mais jovem”, explica o médico.
Embora a constipação não seja um fator de risco para o câncer de cólon, a questão não deve ser ignorada. A prisão de ventre é reconhecida como um dos grandes problemas da vida moderna. Atinge três vezes mais as mulheres do que os homens. “Por si só, a obstipação não é uma doença, mas um sintoma, que geralmente revela alterações funcionais do intestino. São os nossos maus hábitos alimentares (maior consumo de alimentos industrializados e de alimentos refinados e carboidratos sem resíduo e um menor consumo de fibras) e o nosso estilo de vida (pouca ingestão de líquidos e sedentarismo) influenciando nosso ritmo intestinal. Entretanto, a constipação pode servir de alerta para patologias de gravidade variável e até então não diagnosticadas como diverticulite e síndrome do cólon irritável”, diz o gastroenterologista.
Segundo Silvio Gabor, a recomendação é que pessoas constipadas crônicas, laxante-dependentes ou ainda que apresentem alterações no ritmo de funcionamento intestinal de início recente – oscilando entre a diarreia e a obstipação, dor e distensão abdominal, perda de sangue nas fezes, afilamento fecal, dor para evacuar e tenesmo (falsa vontade de evacuar)- devem procurar ajuda médica o quanto antes.
CONTATO:
Site: http://silviogabor.com.br/
Email: cont…@silviogabor.com.br
Fonte: Portal Segs
extraído: http://www.combateaocancer.com/2013/05/estudo-nao-encontra-relacao-entre-constipacao-e-cancer-de-colon/#more-3305
“Alguns fatores aumentam o risco de desenvolvimento da doença, como idade acima de 50 anos, história familiar de câncer colorretal, história pessoal da doença (já ter tido câncer de ovário, útero ou mama), baixo consumo de cálcio, além de obesidade e sedentarismo. Também são fatores de risco, doenças inflamatórias do intestino, como retocolite ulcerativa crônica e doença de Crohn, bem como doenças hereditárias, como polipose adenomatosa familiar (FAP) e câncer colorretal hereditário sem polipose (HNPCC)”, explica o gastroenterologista Silvio Gabor (CRM-SP 47.042).
Durante muito tempo, alguns especialistas levantaram a hipótese de que a constipação crônica, fazendo com que o contato prolongado entre substâncias potencialmente cancerígenas nas fezes e no revestimento do cólon, também poderia aumentar o risco deste tipo de câncer. E os estudos sobre o tema, ora apoiavam, ora refutavam esta ideia.
Mas agora, a equipe de pesquisadores ingleses, liderada por Alexander Ford, fez uma metanálise de 28 estudos que examinavam a ligação entre constipação e câncer colorretal. No total, os dados analisados incluíram informações de mais de 250 mil pacientes, abrangendo o período de 1966-2011.
Ao término dos trabalhos, a equipe de Ford encontrou pouca sustentação para relacionar a obstipação intestinal e o risco de câncer. A metanálise revelou que, em alguns estudos realizados anteriormente, os participantes foram incentivados a rememorar episódios de constipação, o que prejudica o resultado final destas pesquisas.
No entanto, em outros estudos, onde os participantes foram rastreados para a constipação e o câncer colorretal, ao longo de 6-12 anos, os pesquisadores não encontraram nenhuma ligação efetiva estes as duas moléstias. A constipação intestinal, isoladamente, não parece ser um fator de risco para o câncer de cólon.
“Para médicos e pacientes, a constipação crônica – geralmente definida como três ou menos evacuações por semana ao longo de três meses – pode parecer um sinal de alerta para o câncer de cólon. Muitas vezes, pacientes constipados recebem a recomendação de fazer uma colonoscopia, um exame invasivo que verifica a existência de pólipos que podem ser benignos, malignos ou potencialmente malignos no cólon e reto. No entanto, a prisão de ventre simplesmente não é uma indicação para a realização deste exame”, alerta Silvio Gabor.
Segundo as diretrizes de detecção do câncer colorretal, a prisão de ventre não é um sinal alarmante deste tipo de câncer. “E com base nos resultados do novo estudo, os médicos não precisam encaminhar pacientes com constipação para colonoscopia para descartar este diagnóstico”, defende o gastroenterologista. Segundo a análise da equipe de Ford, a maioria dos pacientes encaminhados para colonoscopia devido à prisão de ventre apresentou taxas de câncer de cólon menores do que a média.
“A história natural do câncer colorretal propicia condições ideais à sua detecção precoce. A pesquisa de sangue oculto nas fezes e métodos endoscópicos são considerados meios de detecção precoce para esse câncer, pois são capazes de diagnosticar e remover pólipos adenomatosos colorretais (precursores do câncer do cólon e reto), bem como tumores em estágios bem iniciais. Para detectar o câncer colorretal, o recomendável é que qualquer pessoa com mais de 50 anos deva fazer um teste anual para detectar sangue nas fezes e uma colonoscopia a cada 5 anos. Aqueles com história familiar de câncer de cólon devem ser testados com mais frequência e em uma idade mais jovem”, explica o médico.
Embora a constipação não seja um fator de risco para o câncer de cólon, a questão não deve ser ignorada. A prisão de ventre é reconhecida como um dos grandes problemas da vida moderna. Atinge três vezes mais as mulheres do que os homens. “Por si só, a obstipação não é uma doença, mas um sintoma, que geralmente revela alterações funcionais do intestino. São os nossos maus hábitos alimentares (maior consumo de alimentos industrializados e de alimentos refinados e carboidratos sem resíduo e um menor consumo de fibras) e o nosso estilo de vida (pouca ingestão de líquidos e sedentarismo) influenciando nosso ritmo intestinal. Entretanto, a constipação pode servir de alerta para patologias de gravidade variável e até então não diagnosticadas como diverticulite e síndrome do cólon irritável”, diz o gastroenterologista.
Segundo Silvio Gabor, a recomendação é que pessoas constipadas crônicas, laxante-dependentes ou ainda que apresentem alterações no ritmo de funcionamento intestinal de início recente – oscilando entre a diarreia e a obstipação, dor e distensão abdominal, perda de sangue nas fezes, afilamento fecal, dor para evacuar e tenesmo (falsa vontade de evacuar)- devem procurar ajuda médica o quanto antes.
CONTATO:
Site: http://silviogabor.com.br/
Email: cont…@silviogabor.com.br
Fonte: Portal Segs
extraído: http://www.combateaocancer.com/2013/05/estudo-nao-encontra-relacao-entre-constipacao-e-cancer-de-colon/#more-3305
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