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quarta-feira, 19 de setembro de 2018

35% dos idosos não conseguem pagar contas

 Por Hora do Povo 
 Publicado em 18 de setembro de 2018

O arrocho no valor das aposentadorias e o crescimento do desemprego refletem um aumento expressivo no número de idosos acima de 61 anos que estão inadimplentes com contas básicas – como energia, água e gás.
A pesquisa foi divulgada pela Serasa Experian na semana passada e revela que a recessão tem elevado sistematicamente os índices de inadimplência – hoje realidade para 61,6 milhões de brasileiros.
Mas foi a inadimplência entre idosos que mais cresceu no último ano: impressionantes 10% em julho sobre período correspondente de 2017, passando de 8 milhões para 8,8 milhões de pessoas ou 35,1% da população com mais de 61 anos.
Enquanto no índice geral a maior parte das dívidas é com o sistema bancário (27,8%), entre os idosos as dificuldades de pagamento se concentram nos serviços básicos, considerados de primeira necessidade (34,3% das contas em atraso). Na seqüência, foram registradas as pendências com bancos e cartões (27,8%), telefonia (10,7%) e financeiras (9%) entre os mais velhos.
Recessão, desemprego e inadimplência
Na avaliação dos economistas da Serasa Experian, a recessão fez crescer o número de famílias que passaram a depender predominantemente da renda dos familiares aposentados e pensionistas por conta do elevado desemprego.
Números tabulados pela LCA Consultores com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio – Pnad Contínua, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelam crescimento na superdependência de pensões e aposentadorias, especialmente entre os mais pobres.
De 2016 para 2018, o número de domicílios em que a renda de aposentados e pensionistas responde por mais de 75% da renda avançou 22% entre as famílias da classe E – que ganham até R$ 625 por mês. Considerando todas as classes, a alta foi de 12%.
Além dos idosos estarem comprometendo os benefícios com o orçamento familiar, em tempos de crise também cresceu a adesão ao famigerado crédito consignado.
“Muitos deles tomaram crédito para socorrer as famílias em dificuldades”, diz Luiz Rubi, da Serasa Experian. Essa modalidade de crédito desconta o valor das parcelas diretamente dos benefícios e pode comprometer até 35% das rendas de aposentados e pensionistas. Segundo o Banco Central (BC), o volume de crédito consignado para a população que recebe benefícios cresceu 16% em julho sobre o mesmo período do ano passado.
A consequente redução da renda acaba levando os idosos a abrirem mão da regularidade com o pagamento das despesas fixas e essenciais, como as contas de luz, água e gás.
Arrocho
Além de as condições de vida da população brasileira em geral terem piorado e muito por conta da crise econômica iniciada em 2014 – e que perdura até hoje – os ataques à Previdência Pública e aos direitos de aposentados e pensionistas agravam a situação.
Um levantamento realizado pela Confederação Brasileira de Aposentados, Pensionistas e Idosos (Cobap) mostra que atualmente (2018) apenas um terço dos aposentados recebe acima do miserável salário mínimo.
Desde 2011 os aposentados não têm aumento real de seus salários, obtendo apenas a reposição da inflação nos últimos anos. Recentemente, o Congresso Nacional aprovou mais uma vez para as aposentadorias (aquelas acima do mínimo) um reajuste abaixo da inflação para o próximo ano: de 3,3%, enquanto a inflação oficial medida pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) gira em torno de 4,17%.
“A diferença de 1,31% aumentará a perda salarial da categoria para 85,83% desde a criação do Plano Real em 1994”, afirma a entidade de aposentados e pensionistas.
Ataque à previdência
Considerando que a maior parte da população que passa por essa miserável condição de não conseguir arcar nem com as contas básicas é aposentada – ou está em idade para se aposentar – é impossível não relacionar a situação aos recentes ataques à Previdência Pública.
Os “fatores” criados para dificultar o acesso à aposentadoria – ou que empurram trabalhadores a optarem por se aposentar com um valor menor do que de fato têm direito – são alguns dos exemplos. Agora, através do discurso de que a Previdência Social é deficitária, tentam aprovar uma reforma que aumenta a idade mínima e arrocha o valor dos benefícios da população.
Parte dos candidatos à presidência tem uma proposta elogiosa ao modelo privado de previdência chilena – que naquele país é responsável pelo aumento sistemático dos índices de suicídio entre idosos, que não encontram recursos para arcar com as necessidades do envelhecimento.
Já entre o povo, a resposta à tentativa de aprovar a reforma foi o repúdio, o que barrou a agenda de aprovação do projeto, apesar das malas de dinheiro que passaram pelo Congresso Nacional. Prestar contas aos brasileiros por apoiarem essa aberração pesou para os deputados. Agora, a expectativa é que seja enterrada de vez pelo próximo governante do país, fortalecendo a previdência pública, valorizando o salário mínimo e a renda dos aposentados e pensionistas.
PRISCILA CASALE
 obs. conteúdo meramente informativo procure seu médico
abs
Carla
https://horadopovo.org.br/35-dos-idosos-nao-conseguem-pagar-contas/

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