Equipe Oncoguia
- Data de cadastro: 24/05/2014 - Data de atualização: 30/08/2017
A quimioterapia utiliza medicamentos anticancerígenos para destruir as células tumorais. Por ser um tratamento sistêmico, a quimioterapia atinge não somente as células cancerígenas senão também as células sadias do organismo. De forma geral, a quimioterapia é administrada por via venosa, embora alguns quimioterápicos possam ser administrados por via oral.
A quimioterapia pode ser administrada em diferentes momentos para tratar o câncer de estômago:
Quimioterapia Neoadjuvante. É realizada antes da cirurgia com o objetivo de reduzir o tamanho do tumor e, eventualmente, tornar a cirurgia mais fácil. Também pode ajudar a manter o paciente mais tempo livre da doença, permitindo uma sobrevida maior. Para alguns estágios do câncer de estômago, a quimioterapia neoadjuvante é uma das opções do tratamento padrão. Pode ser administrada novamente após a cirurgia.
Quimioterapia Adjuvante. É realizada após a cirurgia para destruir as células cancerígenas remanescentes. Isso pode ajudar a evitar uma recidiva da doença. Em alguns casos a quimioterapia é administrada junto com a radioterapia após a cirurgia, essa combinação é denominada quimioirradiação. Isto pode ser especialmente útil para os tumores que não podem ser completamente removidos cirurgicamente.
Quimioterapia para Câncer Avançado. A quimioterapia também pode ser administrada como o principal tratamento do câncer de estômago que se disseminou para outros órgãos. Esse tratamento pode retardar a evolução da doença, o que pode aliviar os sintomas de alguns pacientes e aumentar a sobrevida.
A quimioterapia é administrada em ciclos, com cada período de tratamento seguido por um período de descanso, para permitir que o corpo possa se recuperar. Cada ciclo de quimioterapia dura em geral algumas semanas.
Os medicamentos mais frequentemente utilizados para tratar o câncer de estômago são:
5-FU, muitas vezes administrado junto com ácido folínico.
Capecitabina.
Carboplatina.
Cisplatina.
Docetaxel.
Epirubicina.
Irinotecano.
Oxaliplatina.
Paclitaxel.
Dependendo do estágio da doença, estado geral do paciente e se a quimioterapia é combinada com a radioterapia, estes medicamentos podem ser administrados isoladamente ou associados a outros tipos de quimioterápicos ou terapias alvo.
Algumas das combinações de medicamentos mais comumente utilizadas quando a cirurgia é planejada incluem:
ECF (epirrubicina, cisplatina e 5-FU), que pode ser administrada antes e após a cirurgia.
Docetaxel ou paclitaxel mais 5-FU ou capecitabina, combinada com radioterapia antes da cirurgia.
Cisplatina mais 5-FU ou capecitabina, combinada com a radioterapia como tratamento antes da cirurgia.
Paclitaxel e carboplatina, combinados com radioterapia como tratamento antes de cirurgia.
Quando a quimioterapia é administrada junto com a radioterapia após a cirurgia, um único medicamento, o 5-FU ou a capecitabina pode ser administrado.
Para o tratamento do câncer de estômago avançado, a combinação ECF pode ser utilizada, mas outras combinações também podem ser úteis, como:
DCF (docetaxel, cisplatina e 5-FU).
Irinotecano mais cisplatina.
Irinotecano mais 5-FU ou capecitabina.
Oxaliplatina mais 5-FU ou capecitabina.
Muitos médicos preferem utilizar combinações de dois medicamentos quimioterápicos para tratar o câncer de estômago avançado. Combinações de três medicamentos podem ter mais efeitos colaterais, por isso eles são normalmente reservados para os pacientes que estão em muito bom estado de saúde geral e que podem ser acompanhados de perto pelo seu médico.
Possíveis Efeitos Colaterais
Os medicamentos quimioterápicos atacam as células que se dividem rapidamente, razão pela qual agem sobre as células cancerígenas. Mas outras células no corpo, como as da medula óssea, revestimento da boca, dos intestinos e os folículos pilosos, também se dividem rapidamente, e são susceptíveis de serem afetadas pela quimioterapia, o que pode provocar efeitos colaterais.
Os efeitos colaterais da quimioterapia dependem do tipo de medicamento, da dose administrada e do tempo de tratamento. Os efeitos colaterais mais comuns incluem:
Náuseas e vômitos.
Perda de apetite.
Perda de cabelo.
Diarreia.
Feridas na boca.
Infecções, pela diminuição dos glóbulos brancos.
Hemorragias ou hematomas, pela diminuição das plaquetas.
Fadiga, pela diminuição dos glóbulos vermelhos.
No entanto, estes efeitos colaterais são geralmente de curto prazo e tendem a desaparecer com o término do tratamento. Converse com seu médico sobre os efeitos que você está apresentando, pois, muitas vezes, pode ser necessária a prescrição de medicamentos para ajudar aliviar esses efeitos colaterais.
Alguns medicamentos quimioterápicos têm efeitos colaterais específicos. Você deve receber informações específicas sobre cada medicamento que você vai receber durante o tratamento, procure revisar essas informações antes de iniciar o tratamento.
Neuropatia. Cisplatina, oxaliplatina, docetaxel e paclitaxel podem apresentar efeitos neurológicos o que pode levar a sintomas, principalmente nas mãos e pés, como dor, queimação ou formigamento, sensibilidade ao frio ou calor e fraqueza. Na maioria dos casos, isso desaparece quando o tratamento é interrompido, mas, em alguns pacientes, podem ser de longa duração. Oxaliplatina também pode afetar os nervos da garganta, provocando uma dor que piora ao tentar comer ou beber alimentos frios. Esta dor pode dificultar a deglutição ou mesmo a respiração, e pode durar até alguns dias após o término do tratamento.
Problemas Cardíacos. A doxorrubicina, epirrubicina e alguns outros medicamentos podem provocar danos permanentes ao coração se utilizados por um longo período de tempo ou em doses elevadas. Por esta razão, os médicos controlam cuidadosamente as doses e realizam exames cardíacos, como ecocardiograma ou angiografia por radionuclídeos (varredura MUGA) para monitorar a função cardíaca. O tratamento com estes medicamentos é interrompido ao primeiro sinal de danos no coração.
Síndrome Mão-Pé. Essa síndrome pode ocorrer durante o tratamento com capecitabina ou 5-FU, quando administrado como uma infusão. Geralmente começa como vermelhidão nas mãos e nos pés, que pode progredir para dor e sensibilidade nas palmas das mãos e plantas dos pés. Caso piore, pode acontecer formação de bolhas ou descamação da pele, levando a feridas abertas. Não existe tratamento específico, embora alguns cremes possam ajudar. Estes sintomas melhoram gradualmente quando a dose do medicamento é diminuída ou o tratamento interrompido. A melhor maneira de prevenir a síndrome mão-pé severa é informar seu médico assim que os sintomas iniciais aparecem, de modo que a dose de medicamento possa ser alterada.
Fonte: American Cancer Society (10/02/2016)
obs. conteúdo meramente informativo procure seu médico
abs
Carla
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