Nos últimos anos as dietas com restrições de alguns tipos de
substâncias, como por exemplo o glúten, estão na moda, inclusive entre
as celebridades. Porém essas dietas são muito mais que uma moda
passageira para aqueles que possuem intolerância ou até mesmo uma
alergia.
Com a restrição de certos alimentos, algumas pessoas acabaram por
descobrir que realmente possuíam uma intolerância alimentar, a qual
passava como apenas um incômodo ou ficava sem um diagnóstico
específico. Isso levou os cientistas a colocarem mais atenção sobre esse
assunto e reforçarem as pesquisas.
Mas que tipo de relação estranha poderia haver entre o diabetes e as
intolerâncias alimentares, se quase ninguém fala sobre isso?!
Vamos conversar um pouco sobre genética!
Dentro das células dos seres vivos se encontra o núcleo celular, onde
está guardada uma estrutura importantíssima chamada DNA. O nosso DNA
contém um conjunto de milhares de genes (genoma), que são como caixinhas
cheias de informações para a produção das proteínas, algo que o nosso
corpo necessita para ter um bom funcionamento. A insulina é um hormônio
proteico, ela é codificada pelo gen IDDM-1 e seus variantes que são
aproximadamente 10 genes. Ou seja, dentro da caixinha IDDM-1 e dos seus
variantes, existem setores responsáveis por guardar a informação de como
se produz a insulina no nosso pâncreas. Quando esses setores são
desativados por qualquer motivo, a pessoa desenvolve o diabetes tipo 1.
Portanto, o diabetes tipo 1 é uma doença poligênica.
Mas o que os cientistas descobriram é que existem muitos diabéticos
que desenvolveram depois de algum tempo, alguma intolerância alimentar,
principalmente à lactose e ao glúten. Isso se explica porque o setor que
codifica as enzimas lactase e a transglutaminase tecidular se localizam no mesmo gene que produz a insulina, e com o tempo também podem ser desativadas.
Isso não quer dizer que TODOS os diabéticos vão apresentar esse tipo
de alteração. Na verdade, apenas uma minoria, já que não sabemos quais
partes dos genes são alterados em cada diabético.
Só para saber: O que é a Intolerância a Lactose ou ao Glúten?
A lactose é o açúcar presente no leite da vaca e seus derivados. Na
intolerância a pessoa produz de forma insuficiente a enzima LACTASE,
sendo que essa enzima é responsável por quebrar a molécula da lactose em
partes menores para que sejam absorvidas pelo intestino. Na falta dessa
enzima, a lactose permanece inteira no trato intestinal e sofre
fermentação por parte das bactérias locais, o que ocasiona excesso de
gases, dores abdominais, ânsias de vômito, desconforto, indigestão e
diarreias.
Na intolerância ao glúten ocorre algo similar, já que a pessoa não
produz de forma regular a enzima TRANSGLUTAMINASE TECIDULAR. Essa enzima
possibilita que a proteína conhecida como glúten seja absorvida pelo
organismo. A intolerância causa sintomas similares aos da intolerância a
lactose, ou seja, um efeito local de inflamação no intestino.
INTOLERÂNCIA NÃO É ALERGIA!
A alergia é uma resposta imunológica do organismo frente a uma
partícula desconhecida para ele, ou seja, o organismo reconhece uma
proteína, que pode ser do leite da vaca ou mesmo o glúten (proteína),
como um agente estranho que está invadindo o corpo. Nesse caso o nosso
sistema de defesa o ataca, causando os sintomas de alergia, que podem
ser muito mais graves, como dores de cabeça, diarreias, tontura,
náuseas, coceiras, vermelhidão na pele, formigamentos, febre e em casos
extremos, convulsões. No caso do glúten, a intolerância se não cuidada
pode vir a desenvolver-se em uma alergia. Então a alergia produz uma
resposta sistêmica.
Nutrigenômica e Nutrigenética.
A Nutrigenômica é uma área da nutrição que se dedica a estudar como o
tipo de dieta pode influenciar o genoma (conjunto de genes) do
indivíduo. Como exemplo, podemos citar o caso de um diabético que não
controla a sua glicemia e come tudo o que quer. O excesso de açúcar no
corpo poderia alterar o funcionamento do genoma e ‘despertar” outras
doenças genéticas.
A Nutrigenética também é uma área da nutrição, porém se dedica a
estudar como o genoma (conjunto de genes), poderia afetar o tipo de
dieta. Por exemplo, no caso da pessoa ter diabéticos na família, porém
não é diabética. Ela sabe que deve ter um cuidado maior com a
alimentação para não desenvolver a doença no futuro.
Por sorte, uma porcentagem baixa de diabéticos chega a desenvolver as
intolerâncias alimentares. Faz 5 anos que eu mesma sou intolerante
à lactose, por isso evito comer todo tipo de derivados de leite de vaca.
Ainda bem que hoje em dia existem muitas opções para substituir,
inclusive leite e derivados sem lactose, que mantém o mesmo sabor. É
sempre bom estar atento para não sofrer sem necessidade.
E em caso de alguma dúvida, procure o seu médico, com certeza ele estará preparado para te orientar da melhor maneira possível.
obs. conteúdo meramente informativo procure seu médico
abs.
Carla
http://www.tiabeth.com/index.php/2016/12/06/qual-a-relacao-entre-as-intolerancias-alimentares-e-o-diabetes/
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