Equipe Oncoguia
- Data de cadastro: 26/03/2015 - Data de atualização: 20/04/2018
É importante saber a diferença entre os tumores que se iniciam no cérebro (tumores cerebrais primários) e os tumores que se iniciam em outros órgãos, como pulmão ou mama, e se disseminaram para o cérebro (tumores cerebrais metastáticos). Em adultos, os tumores cerebrais metastáticos são realmente mais comuns que os tumores cerebrais primários e não são tratados da mesma forma. Por exemplo, os cânceres de mama ou pulmão que se disseminaram para o cérebro são tratados como cânceres de mama o pulmão e não como os que se iniciam no próprio cérebro.
Os tumores cerebrais primários podem começar em quase qualquer tipo de tecido ou célula no cérebro ou da medula espinhal. Alguns tumores têm tipos celulares mistos. Os tumores localizados em diferentes áreas do sistema nervoso central (SNC) podem ser tratados de formas diferentes e ter diferentes prognósticos.
Classificação dos Tumores Cerebrais e da Medula Espinhal
Alguns tumores cerebrais e da medula espinal são mais propensos a se desenvolverem nos tecidos adjacentes do que outros tumores. A Organização Mundial da Saúde (OMS) classifica os tumores cerebrais e da medula espinhal em 4 graus, com base em como as células são vistas no microscópio:
Grau I. Esses tumores geralmente crescem lentamente e não se infiltram nos tecidos adjacentes. Eles podem muitas vezes ser curados com cirurgia.
Grau II. Esses tumores também tendem a crescer lentamente, mas podem se infiltrar nos tecidos cerebrais adjacentes. Eles são mais propensos a recidivar após a cirurgia do que os tumores de grau I. Eles também são mais propensos a se tornarem tumores de crescimento rápido ao longo do tempo.
Grau III. Esses tumores parecem mais anormais quando vistos sob o microscópio. Eles podem crescer no tecido cerebral adjacente e são mais propensos a precisar de outros tratamentos além da cirurgia.
Grau IV. Estes são os tumores de crescimento rápido e que precisam de um tratamento mais agressivo.
Gliomas
Glioma é um termo geral para um grupo de tumores que se iniciam nas células gliais. Vários tipos de tumores podem ser considerados gliomas, como o astrocitoma (que inclui o glioblastoma), oligodendrogliomas e ependimomas. Cerca de 30% de todos os tumores cerebrais são gliomas. A maioria dos tumores cerebrais de crescimento rápido são gliomas.
Astrocitomas
É o tipo mais comum de glioma e se desenvolve a partir de células denominadas astrócitos. Cerca de 20% dos tumores cerebrais são astrocitomas.
A maioria dos astrocitomas podem se disseminar por todo o cérebro se misturando com o tecido normal do órgão, o que pode tornar mais difícil sua remoção cirúrgica. Às vezes, eles se disseminam ao longo de estruturas que são envolvidas por líquido cefalorraquidiano (LCR). É raro eles se disseminarem para fora do cérebro ou da medula espinhal.
Os astrocitomas muitas vezes são classificados pelo grau, com base em como as células são vistas sob o microscópio:
Astrocitomas não infiltrantes (grau I) geralmente não costumam crescer nos tecidos adjacentes e podem ter um bom prognóstico. Estes incluem astrocitomas pilocíticos e astrocitomas subependimários de células gigantes. Eles são mais comuns em crianças do que em adultos.
Astrocitomas de baixo grau (grau II), como astrocitomas difusos, tendem a ser de crescimento lento, mas podem crescer em áreas próximas e se tornar mais agressivos e de rápido crescimento ao longo do tempo.
Astrocitomas anaplásicos (grau III) crescem mais rapidamente.
Os glioblastomas (grau IV) são os que mais crescem. Estes tumores constituem mais de metade dos gliomas e são os tumores cerebrais malignos mais comuns em adultos.
Oligodendrogliomas
Os oligodendrogliomas começam nas células da glia do cérebro chamadas oligodendrócitos. Estes são tumores de grau II que tendem a crescer lentamente. Cerca de 2% dos tumores cerebrais são oligodendrogliomas, que se desenvolvem a partir das células da oligodendroglia, células de sustentação do tecido cerebral. Ocasionalmente o oligodendroglioma se dissemina ao longo das vias do LCR, mas raramente para fora do cérebro ou da medula espinhal. Formas agressivas destes tumores são conhecidas como oligodendrogliomas anaplásicos. São tumores mais frequentes em adultos.
Ependinomas
Aproximadamente 2% dos tumores cerebrais são ependinomas, que se desenvolvem a partir das células ependimais e do quarto ventrículo. Estas células revestem as áreas preenchidas pelo LCR do cérebro (os ventrículos) e espinha dorsal.
Ocasionalmente os ependimomas podem apresentar metástase dentro do sistema nervoso central, pelo contato com o LCR, mas não se disseminam além do cérebro ou da medula. Os ependimomas podem bloquear a saída do LCR dos ventrículos, fazendo com que os mesmos aumentem de tamanho e pressão, uma condição denominada hidrocefalia.
Ao contrário dos astrocitomas e dos oligodendrogliomas, os ependimomas geralmente não infiltram no tecido normal do cérebro, de modo que alguns podem ser completamente removidos cirurgicamente.
Meningiomas
Os meningiomas correspondem a cerca de 30% dos tumores cerebrais e da medula espinhal. Eles começam nas meninges, as camadas de tecido que circundam a parte externa do cérebro e da medula espinhal. Eles são os tumores cerebrais mais comuns em adultos.
O risco destes tumores aumenta com a idade, acometendo cerca de duas vezes mais pessoas do sexo feminino. Em alguns casos esses tumores parecem ser hereditários, especialmente nas famílias com neurofibromatose, uma síndrome em que as pessoas desenvolvem muitos tumores benignos do tecido nervoso.
Os meningiomas são muitas vezes classificados pelo grau, com base em como as células
são vistas sob o microscópio:
Grau I. Tumores com células que se parecem mais com as células normais. Eles representam cerca de 80% dos meningiomas. A maioria deles pode ser curado com cirurgia, mas alguns crescem muito perto de estruturas vitais no cérebro ou nos nervos cranianos e não podem ser curados apenas cirurgicamente.
Grau II. Esses meningiomas (atípicos ou invasivos) geralmente têm células que se parecem um pouco mais anormal. Cerca de 15 a 20% dos meningiomas são grau II. Eles podem crescer diretamente ou nas proximidades do tecido cerebral e do osso. São propensos a recidivar após a cirurgia.
Grau III. São meningiomas anaplásicos com células que se parecem mais anormais. Representam apenas cerca de 1 a 3% dos meningiomas. Tendem a crescer rapidamente, próximos ao tecido cerebral e osso. São os mais propensos a recidivar após o tratamento. Alguns podem até se espalhar para outras partes do corpo.
Meduloblastomas
Meduloblastomas são tumores que se desenvolvem a partir das células neuroectodérmicas no cerebelo. São tumores de crescimento rápido e, muitas vezes se disseminam ao longo das vias do líquido cefalorraquidiano, mas podem ser tratados com cirurgia, radioterapia e quimioterapia. Meduloblastomas ocorrem com mais frequência em crianças do que em adultos. Eles são parte de uma classe de tumores denominados tumores neuroectodérmicos primitivos que também podem se iniciar em outras partes do sistema nervoso central.
Gangliogliomas
Um tumor contendo neurônios e células gliais é denominado ganglioglioma. Estes são pouco frequentes em adultos e geralmente podem ser curados apenas com a cirurgia ou com a combinação de cirurgia e radioterapia.
Schwannomas (Neurilemomas)
Os schwannomas se formam a partir das células de Schwann, que são parte de mielina dos nervos cranianos e outros nervos. Os schwannomas representam 8% dos tumores do SNC. Estes são geralmente tumores benignos. Quando se formam a partir do nervo cranial responsável pelo equilíbrio perto do cerebelo são chamados schwannomas vestibulares ou neuromas acústicos. Eles também podem começar nos nervos espinhais fora da medula espinal. Quando isso acontece, eles podem pressionar a medula espinal, provocando fraqueza, perda sensorial e problemas de intestino e da bexiga.
Craniofaringiomas
Os craniofaringiomas são tumores que crescem na base do cérebro, logo acima da hipófise e são frequentemente diagnosticados em crianças, adolescentes e adultos jovens. Eles podem comprimir a glândula pituitária e o hipotálamo, causando problemas hormonais. Os craniofaringiomas podem causar alterações na visão e equilíbrio hormonal. Os craniofaringiomas são mais comuns em crianças, mas às vezes são vistos em adultos.
Outros tumores que também podem começar no cérebro:
Cordomas
Os cordomas são tumores raros que começam no osso da base do crânio ou na extremidade inferior da coluna vertebral. Eles não começam no sistema nervoso central, mas podem prejudicar a área próxima do SNC, comprimindo-o. Estes tumores são tratados com cirurgia, se possível, muitas vezes seguida de radioterapia. Eles geralmente não se disseminam para outros órgãos.
Linfomas Não Hodgkin
Ocasionalmente, os linfomas se iniciam no cérebro, e são chamados de linfomas cerebrais. A maioria dos linfomas começam em outras partes do corpo, no entanto, alguns podem se iniciar no sistema nervoso central. Estes linfomas são mais comuns em pessoas com problemas no sistema imunológico, como os infectados com o HIV, o vírus que causa a AIDS. Entretanto, devido aos novos tratamentos para a AIDS, os linfomas do sistema nervoso central se tornaram menos comuns nos últimos anos. Estes linfomas geralmente crescem rapidamente e podem ser difíceis de tratar. Mas, os avanços na quimioterapia melhoraram o prognóstico dos pacientes com esses tipos de câncer.
Tumores Pituitários
Os tumores que começam na glândula pituitária são quase sempre benignos. Mas, podem causar problemas se devido ao seu tamanho começarem a pressionar as estruturas vizinhas ou se começarem a produzir grandes quantidades de hormônio.
Fonte: American Cancer Society (21/01/2016)
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abs
Carla
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