A capacidade de aprender está intimamente relacionada com as habilidades para crescer – mental, física, social e emocionalmente e para tomar decisões. A aprendizagem ao longo da vida é um pilar do envelhecimento ativo.
A maioria dos estudos mais recentes sobre pessoas mais velhas ao redor do mundo tratam sobre a atenção de sua saúde e cuidados de longo prazo, mas existem outros aspectos do ambiente que podem contribuir de maneira muito importante para os desafios colocados pelo envelhecimento da população.
Essa é a abordagem proposta no documento da Organização Mundial da Saúde (2015) quando fala da cidade amiga do idoso, em que o aprender é um dos principais domínios de capacidade funcional. Trata-se de uma capacidade fundamental para as pessoas. Os idosos podem fazer as coisas que eles valorizam. Se o processo de envelhecimento saudável tem como objetivo promover e manter a capacidade funcional, então eles devem fazer o que são capazes de fazer, e aprender é uma das vias a serem percorridas.
E foi também o foco de um estudo recente realizado pelo Observatório da Dívida Social da Argentina chamado “A capacidade de aprender em idosos“, dirigido a toda a população interessada no tema do envelhecimento. Foi desenvolvido pelo Barômetro da Dívida Social com o Idoso, da Pontifícia Universidade Católica Argentina, em parceria com a Fundação Navarro Viola e o Banco Supervielle.
Por que é importante desenvolver as habilidades para aprender? Segundo a OMS (2015), existem evidências empíricas suficientes para sustentar que “ao continuar com o processo de aprendizagem, os idosos podem adquirir conhecimentos e habilidades para controlar sua saúde, acompanhar o processo tecnológico da sociedade, e, por exemplo, por meio de trabalho ou voluntariado, se adaptar ao seu processo de envelhecimento (aposentadoria, viuvez ou cuidar de outra pessoa), manter sua identidade e manter o interesse pela vida.
Além disso, continuar aprendendo está intimamente relacionado com as habilidades para crescer – no mental, no físico, no socialmente e emocionalmente e para tomar decisões. Assim, a aprendizagem ao longo da vida é um pilar do envelhecimento ativo.
Afinal, uma estrutura de oportunidades educacionais profundamente desiguais no passado – no tempo em que os mais velhos tinham idade para aprender, de acordo com os cânones clássicos, isto é, durante a infância e adolescência – eles não conseguiram. A grande maioria dos idosos tem, no máximo, o secundário médio, por um lado, e uma minoria teve a oportunidade de ao menos terminar seu ensino médio e talvez se aventurar no ensino superior.
O estudo do Barômetro da Dívida Social com o Idoso mostra como o interesse em continuar treinando, estudando ou aprendendo é frequente entre os idosos. Desde que a Lei 27.360 na Argentina aprovou a Convenção Interamericana sobre a Proteção dos Direitos Humanos dos Idosos, as pessoas mais velhas vêm se tornando conscientes de sua importância e também mais exigentes, reivindicando o direito à educação contínua.
No entanto, a sociedade ainda associa a idade avançada como um período da vida cheio de preconceitos e de desinvestimentos. Por isso o estudo quis conhecer os interesses educacionais dos idosos e se o interesse na aprendizagem é uniforme ou há variações de acordo com alguns atributos pessoais ou estrutural deste grupo populacional.
Observatorio de la Deuda Social Argentina
Pontificia Universidad Católica Argentina
Alicia M. de Justo 1500
www.uca.edu.ar/observatorio
Twitter: @odsauca
Mário Lucena
Jornalista, bacharel em Psicologia e editor da Portal Edições, editora do Portal do Envelhecimento. Conheça os livros editados por Mário Lucena.
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