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quarta-feira, 30 de junho de 2021

Câncer de Pele Melanoma: Novidades no Tratamento do

 

  • Equipe Oncoguia
  • - Data de cadastro: 14/08/2015 - Data de atualização: 13/05/2020



Muitas pesquisas sobre câncer de pele melanoma estão em desenvolvimento em diversos centros médicos no mundo inteiro, promovendo grandes avanços em causas, prevenção e tratamentos. Confira alguns deles.

Causas, prevenção e detecção precoce

  • Luz solar e radiação ultravioleta

Estudos recentes sugerem que possam existir duas formas de exposição à radiação ultravioleta relacionada ao melanoma, mas é provável que exista algum tipo de sobreposição.

A primeira é a exposição ao sol enquanto criança e adolescente. Os pacientes com melanoma geralmente têm um histórico pessoal de queimaduras solares ou outras exposições solares intensas. Essa exposição precoce ao sol pode causar alterações nas células da pele (melanócitos), que anos depois podem se tornar células de melanoma. Alguns médicos acreditam que isso pode ajudar a explicar porque os melanomas ocorrem frequentemente nas pernas e tronco, áreas que geralmente não são expostas ao sol na fase adulta.

A segunda teoria é para melanomas que ocorrem nos braços, rosto e pescoço. Essas áreas estão cronicamente expostas ao sol, especialmente em homens.

As câmeras de bronzeamento aumentam o risco de qualquer tipo de melanoma.

Os pesquisadores estão estudando se os melanomas que se desenvolvem a partir desses tipos de exposição aos raios ultravioleta (UV) provocam alterações genéticas diferentes, de modo a exigir que sejam tratados de forma diferente.

  • Educação

A maioria dos casos de câncer de pele pode ser prevenida. A melhor maneira de reduzir o número de casos, a dor e a perda de vidas é educar a população, especialmente os pais, sobre os fatores de risco e sinais de alerta. É importante que os profissionais de saúde e ex-pacientes lembrem a todos sobre os perigos do excesso de exposição aos raios ultravioleta, provenientes do sol e de fontes artificiais, e sobre como pode ser fácil se proteger contra o excesso à radiação ultravioleta.

O melanoma deve ser diagnosticado no início, quando as chances de cura são maiores. O autoexame da pele mensalmente e a conscientização sobre os sinais de alerta são importantes para diagnosticar a maioria dos melanomas em estágio inicial, quando eles são curáveis.

  • Pesquisa genética do melanoma

Atualmente, os pesquisadores já tem um melhor entendimento sobre como a radiação ultravioleta afeta o DNA, e como as alterações no DNA modificam as células normais da pele tornando-as cancerígenas.

Por outro lado, algumas pessoas podem herdar uma mutação genética. Por exemplo, alterações no gene CDKN2A (p16) provocam melanomas em determinadas famílias. As pessoas que têm um forte histórico familiar de melanoma devem conversar com um médico para discutir os possíveis benefícios, limitações e desvantagens dos exames para a detecção de alterações nesse gene.

Diagnóstico

Algumas abordagens recentes para o diagnóstico do câncer de pele não exigem a remoção de uma amostra de pele.

Um tipo de biópsia óptica é a microscopia confocal de reflexão, que permite que o médico observe uma área anormal da pele até uma determinada profundidade qualquer incisão na pele.

Essa técnica é amplamente utilizada na Europa e já está disponível em alguns centros nos EUA. Pode ser especialmente útil para pacientes com muitas pintas suspeitas, por reduzir o número de biópsias de pele nesses pacientes. Também pode ser útil na determinação das bordas do melanoma, o que pode ajudar durante a cirurgia. Essa técnica provavelmente se tornará amplamente disponível nos próximos anos.

Outra técnica em estudo é o teste do adesivo. Nessa técnica um adesivo é colocado sobre a área suspeita e quando removido carrega algumas camadas superiores da pele. Esse adesivo é testado para determinadas alterações genéticas que geralmente estão relacionadas ao melanoma. Se uma dessas alterações genéticas for encontrada, é realizada a biópsia padrão da área em questão.

  • Exames de laboratório para determinação do prognóstico

A maioria dos melanomas diagnosticados em estágio inicial podem ser curados cirurgicamente. Mas, uma pequena porcentagem desses cânceres eventualmente se dissemina para outras partes do corpo, onde podem ser mais difíceis de serem tratados.

Um estudo recente mostrou que determinados padrões de expressão gênica em células de melanoma podem mostrar se melanomas, estágio I ou II são propensos a se disseminarem. Um exame de laboratório, com base nesta pesquisa, conhecido como DecisionDx-Melanoma, já está disponível. O exame divide os melanomas em 2 grupos com base em seus padrões genéticos:

  • Classe 1. Tumores com baixo risco de disseminação.
  • Classe 2. Tumores com alto risco de disseminação.

Esse exame ajuda a dizer se determinado paciente com melanoma estágio inicial deverá receber tratamento adicional ou se precisa ser acompanhado clinicamente após o tratamento para procurar possíveis sinais de recidiva.

Atualmente, também estão sendo estudados testes de outros genes e padrões genéticos.

Tratamento

  • Imunoterapia

Esse tipo de tratamento inclui várias abordagens para ajudar o sistema imunológico a atacar as células de melanoma de forma eficaz. Algumas formas de imunoterapia já estão em uso no tratamento de alguns melanomas.

Inibidores do controle imunológico. Medicamentos mais recentes, como o pembrolizumab, nivolumab e ipilimumab bloqueiam as proteínas que normalmente suprimem a resposta imune das células T contra as células do melanoma. Esses medicamentos são atualmente um dos principais pilares do tratamento para melanomas avançados. No momento, os pesquisadores estão buscando novas formas de usarem esses medicamentos, para obterem maiores benefícios de sua eficácia. Uma maneira de fazer isso pode ser combinando-os com outros tratamentos, como outros tipos de imunoterapia ou terapias-alvo.

Os pesquisadores também estão estudando se esses medicamentos podem ser úteis para melanomas em estágio inicial, como, por exemplo, se eles podem ser úteis antes ou após a cirurgia para alguns tipos de melanomas, reduzindo a chance de uma recidiva. Atualmente, os pesquisadores estão avaliando se esses medicamentos podem também serem eficazes para melanomas ainda mais precoces ou se podem ser úteis se usados antes da cirurgia (tratamento neoadjuvante) em alguns pacientes.

Novos inibidores de ponto de controle imunológico com alvos ligeiramente diferentes estão também em fase de estudo.

Vacinas. As vacinas para tratamento do melanoma estão sendo avaliadas em pesquisas clínicas. Essas vacinas são, em alguns aspectos, semelhante às vacinas utilizadas para prevenir doenças como poliomielite, sarampo e caxumba que são causadas por vírus. Essas vacinas geralmente contêm vírus enfraquecidos ou partes de um vírus que não podem causar a doença. A vacina estimula o sistema imunológico do corpo para destruir o tipo mais nocivo de vírus. Da mesma forma, destroem as células de melanoma ou partes delas (antígenos), podem ser injetadas no paciente como uma vacina, numa tentativa de estimular o sistema imunológico a destruir outras células de melanoma no corpo. Geralmente, as células ou antígenos são misturados com outras substâncias que ajudam a impulsionar o sistema imunológico como um todo. Mas ao contrário das vacinas que se destinam à prevenção das infecções, essas vacinas são destinadas a tratar a doença já existente. Produzir uma vacina eficaz contra o melanoma pode ser mais difícil do que uma vacina para combater um vírus. Até o momento, os resultados dos estudos com vacinas para o tratamento de melanoma têm sido mistos. Mas, muitas vacinas novas já estão sendo avaliadas e podem ter resultados promissores.

Outras imunoterapias. Outras formas de imunoterapia também estão em estudo. Alguns estudos iniciais demonstraram que o tratamento de pacientes com altas doses de quimioterapia e radioterapia, seguido da administração de linfócitos infiltrantes de tumores (TILs), células do sistema imunológico encontradas em tumores, podem diminuir o tamanho dos mesmos e aumentar a sobrevida dos pacientes. Novos estudos estão avaliando as alterações em certos genes nas TILs antes de serem usados, para avaliar se isso pode torná-los mais eficazes na luta contra o câncer. Estudos em andamento estão avaliando como combinar diferentes tipos de imunoterapia, que possam ser mais eficazes do que qualquer tratamento único para melanoma avançado.

  • Terapia-alvo

Essas terapias tem como alvo alterações genéticas nas células de melanoma que as tornam diferentes das células normais. Esses medicamentos alvo atuam de forma diferente dos quimioterápicos convencionais, além de terem menos efeitos colaterais.

Medicamentos que têm como alvo alterações no gene BRAF. Cerca de metade de todos os melanomas têm alterações no gene BRAF, que ajuda as células a crescerem. Os medicamentos que têm como alvo a proteína BRAF ou as proteínas MEK relacionadas reduzem muito o tamanho desses tumores, principalmente quando os inibidores BRAF e MEK são combinados. Atualmente, esses medicamentos são frequentemente utilizados no tratamento de melanomas avançados com alteração no gene BRAF. Os pesquisadores estão avaliando se estes medicamentos podem ser úteis antes ou após a cirurgia para alguns melanomas em estágio inicial.

Outros medicamentos similares também estão sendo estudados.

Medicamentos que têm como alvo as células que alteram o gene C-KIT. Uma pequena porcentagem de melanomas têm alterações no gene c-kit. Isto inclui os melanomas que começam nas palmas das mãos, plantas dos pés, sob as unhas, e alguns outros locais. Estudos clínicos em andamento estão avaliando medicamentos, como imatinib, dasatinib e nilotinib, que têm como alvo as células com alterações no gene C-KIT.

Medicamentos que alteram outros genes ou proteínas. Vários medicamentos que têm como alvo outros genes anormais ou proteínas, como axitinib, pazopanib e everolimus, estão sendo testados em pesquisas clínicas. Os pesquisadores também estão avaliando combinações desses medicamentos específicos com outros tipos de tratamentos, como quimioterapia ou imunoterapia.

Texto originalmente publicado no site da American Cancer Society, em 14/08/2019, livremente traduzido e adaptado pela Equipe do Instituto Oncoguia.






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abs

Carla

http://www.oncoguia.org.br

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