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quarta-feira, 13 de junho de 2012


15 DE JUNHO - TODOS CONTRA ABUSOS E MAUS TRATOS AOS IDOSOS

O Outro lado da moeda: "A dor de cuidar de alguém que já lhe causou dor!"

Certas experiências nos marcam por toda a nossa vida, principalmente aquelas que nos trazem muitas alegrias ou sofrimentos. No caso de experiências ruins, estas situações podem ser ainda mais marcantes se acontecerem nos primeiros anos de vida, no seio familiar e se ocorrerem frequentemente. Episódios de violência familiar seja ela física ou psicológica são alguns destes exemplos que podem refletir anos após sua ocorrência, podendo trazer conseqüências até mesmo no fato de cuidar de um idoso que necessita de cuidados por parte da família. O relato de uma filha e cuidadora nos faz sentir mais próximos com esta situação delicada (transcrito na íntegra):

"Ser cuidadoso de idosos é uma m.... Meu pai machucou-me a vida inteira, abusava de mim, da minha irmã abandonou a família e agora fica aqui que nem um coronel, se suja, mexe em tudo, na minha casa, só faz o que não gostamos, atrapalha nossa vida, machucou minha mãe a vida inteira, fez mal pra toda família nos abandonou e agora eu tenho que ficar aqui, cuidando dele. Que m...!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Nem me relacionar bem com os homens, com as pessoas, não confio nas pessoas, é culpa dele."

Vale sempre a pena lembrar aos familiares que passam por esta situação que eles não estão sozinhos: assim como eles, várias pessoas também cuidam de pais, maridos, esposas, avós, tios e outros que não foram exemplares ou cuidadosos com eles enquanto ainda eram jovens. Porém, a vida dá voltas e neste momento eles são as vítimas (geralmente de algum tipo de doença que, de uma forma ou de outra, deixa-os limitados), eles são quem precisam de cuidados.

E quando alguém acaba por assumir esta responsabilidade ele mostra que, independente do passado, dos sentimentos de raiva, de revolta e de amargura, esta pessoa mostra que, na verdade, independente de todas estas marcas negativas que possa carregar, no fundo ela também consegue demonstrar sua solidariedade e, mais tarde, ter a consciência tranqüila por ter feito o que estava ao seu alcance (mesmo sentindo que com isto estava ultrapassando seus limites pessoais).

Psicóloga Luciene C. Miranda

fonte: www.cuidardeidoso.com.br

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