As redes sociais dos idosos de Belo Horizonte, MG: um estudo qualitativo, tema de Rodrigo Caetano Arantes apresentado no XVIII Congresso Brasileiro de Geriatria e Gerontologia, realizado recentemente no Rio de Janeiro, foi premiado como 3° lugar em Melhores Trabalhos Científicos no eixo Consequências sociais, econômicas e humanas do envelhecimento. O estudo contou também com a participação de Laura Lídia Rodríguez Wong e Dimitri Fazito, ambos da Universidade Federal de Minas Gerais.
Rodrigo Caetano Arantes é fisioterapeuta, mestre em Gerontologia pela PUCSP, doutor em Demografia pela UFMG e grande colaborador do Portal do Envelhecimento. Atualmente ele realiza suas atividades de pós-doutorado no CEDEPLAR-UFMG e CEDEM-Universidade de La Habana, com estágio de três meses, conforme aprovação do edital CGCI 018/2011, parceria entre instituição brasileira (CEDEPLAR) e cubana (Universidade de La Habana). Rodrigo estudará a longevidade, uma vez que Cuba ultrapassou o Japão com relação a maior número de centenários e supercentenários em termos relativos, e, também, estudará as redes sociais dos idosos cubanos.
O trabalho científico premiado teve por objetivo analisar as redes sociais dos idosos em Belo Horizonte-MG, segundo fatores sociodemográficos e epidemiológicos. Para tal Rodrigo utilizou de pesquisa qualitativa e Análise das Redes Sociais (ARS). Ele entrevistou 51 idosos, que foram classificados em independentes, dependentes leves e dependentes moderados/grave. Ao considerar as redes de apoio (cognitivo, material, instrumental e emocional), o pesquisador observou que mesmo idosos independentes relataram não terem uma rede de apoio efetiva. Já os idosos com incapacidade funcional (dependência leve ou moderada/grave) demandariam mais das redes de apoio, principalmente instrumental.
De acordo com o pesquisador, os idosos com incapacidade funcional e menores condições financeiras relataram maior necessidade de requisitar a rede de apoio material e instrumental, respectivamente. Segundo Rodrigo, a família revela-se como a principal mantenedora das redes de apoio aos idosos e, ainda, alguns idosos, mesmo antes de adquirirem incapacidade funcional rearranjariam as suas redes de apoio na tentativa de minimizar a falta de atenção de alguns membros familiares.
O cuidado (apoio instrumental) seria atribuído somente a alguns membros familiares, em geral as filhas, explica o pesquisador. Mesmo com mais de uma filha, somente a uma seria atribuída tal função, sendo que os idosos relataram relações de maior intensidade com os membros familiares que atribuíam os cuidados e a localização geográfica desses, seria importante fator para facilitá-los.
Rodrigo Caetano Arantes observou também que, alguns idosos abdicariam de contato com algum membro familiar para não perder o contato com outros, por relatarem relações conflitivas. Segundo ele, os vizinhos também formariam a rede de apoio aos idosos, enquanto o estado civil dos idosos se relacionaria de diferentes formas na conformação das redes de apoio.
Por fim, diz Rodrigo, que seu estudo além de direcionar políticas públicas direcionadas às redes de apoio aos idosos norteia questões para pesquisas futuras, tendo em vista as várias nuances ao se considerar as redes sociais dos idosos, marcadas pelas vivências individuais ao longo do curso de vida.
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