15/06/2012
Washington – O fator de risco genético mais comum para o mal de Alzheimer afeta as mulheres, mas não os homens, segundo uma pesquisa da Escola de Medicina da Universidade de Stanford, Califórnia, divulgada nesta terça-feira.
Entre as mulheres portadoras desta variante genética, seu cérebro mostra mudanças características da doença neurodegenerativa antes de que qualquer sintoma se manifeste, explicam os autores do estudo, publicado na revista “Journal of Neuroscience”.
Os homens e as mulheres, que herdam duas cópias – uma de cada um de seus pais – desta variante do gene ApoE4, correm um risco muito alto de desenvolver o mal de Alzheimer. Mas a combinação genética ApoE4 atinge apenas 2% da população, enquanto 15% são portadores de apenas uma cópia do gene ApoE4.
Os pesquisadores demonstraram pela primeira vez a existência de uma distinção entre homens e mulheres saudáveis portadores da variante do gene ApoE4.
Neste grupo, as mulheres apresentam características do mal de Alzheimer: alterações em sua atividade cerebral e altos níveis de uma proteína em seu líquido cefalorraquiano, que afetam a comunicação entre os neurônios.
Os homens cujos testes genéticos mostram que eles carregam apenas uma cópia do gene ApoE4 devem ser considerados com baixo risco de desenvolver o mal de Alzheimer.
A descoberta poderia explicar por que mais mulheres do que homens desenvolvem a doença, assinalou Michael Greicius, professor assistente de neurologia e diretor médico do Centro Stanford para distúrbios da memória.
Identificar as ligações entre o ApoE4 e o gênero dá lugar a novas aproximações experimentais, que permitirão entender melhor como a variante do gene ApoE4 aumenta o risco de se desenvolver o mal de Alzheimer.
Para cada três mulheres com mal de Alzheimer, existem dois homens afetados por esta doença, disse Greicius, que dirigiu a pesquisa, baseada em imagens de ressonância magnética de 131 pessoas saudáveis com idade média de 70 anos.
Não existe cura para o mal de Alzheimer, que afeta cerca de 5 milhões de pessoas nos Estados Unidos e quase 30 milhões em todo o mundo.
Fonte: Exame.com
Ana P.
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