4 de setembro de 2020
Fácil de confundir com outras doenças benignas da pele, esse tipo de linfoma cutâneo pode ser controlado, oferecendo uma boa qualidade de vida para o paciente
Por Natália Mancini
Dentre os linfomas cutâneos, a micose fungoide é o tipo mais comum de acontecer. Essa doença pode atingir somente a pele, ou a pele juntamente com alguma estrutura interna, como os linfonodos. É um câncer difícil de ser diagnosticado, mas, geralmente, não é agressivo nem letal, se for corretamente tratado.
O linfoma é uma neoplasia maligna que acontece nos linfócitos e afeta, principalmente, os gânglios linfáticos, também chamados de linfonodos. Ou seja, a parte interna do corpo. Entretanto, eventualmente, pode atingir os linfócitos que estão na pele, originando um linfoma cutâneo, um tipo de linfoma não-Hodgkin.
Mesmo no subgrupo dos linfomas de pele, existem várias doenças divididas de acordo com as suas características. Por exemplo, considerando o tipo de célula afetada, há os linfomas de células B, os mais frequentes são o centrofolicular e o de zona marginal. Já os linfomas cutâneos de células T, a micose fungoide é o mais recorrente. Inclusive, esse é o tumor que apresenta o maior número de casos entre todos os linfomas cutâneos. Porém, mesmo assim, é uma doença rara.
Apesar de poder ser considerado um tipo de neoplasia da pele, essa doença é diferente do câncer de pele comum devido às estruturas envolvidas.
“O termo ‘câncer de pele’, utilizado com grande frequência para aqueles tumores que se originam de células que já estão, normalmente, na pele. Como os melanócitos, no caso do melanoma. Enquanto que os linfócitos circulam no organismo e podem ser encontrados na pele, causando o linfoma cutâneo”, explica a Drª. Jade Cury Martins, dermatologista e coordenadora do Departamento de Oncologia Cutânea da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).
Ainda não se sabe quais são os fatores de risco para essa doença. Apenas foi identificado que ela não é hereditária e não está relacionada com exposição ao Sol.
Sintomas da micose fungoide
- lesões vermelhas que podem descamar
- nódulos ou nós (bolinhas) na pele
- possivelmente feridas em cima desses nódulos
- dermatite e descamação do corpo inteiro (eritrodermia)
Como essa condição acontece, principalmente, na pele, os sintomas aparecem com mais intensidade nesse local. De acordo com a Drª. Jade, as áreas mais afetadas são as que ficam duplamente cobertas, também chamadas de áreas da roupa de banho, como glúteo, mama e axila.
Por serem sintomas muito comuns a doenças da pele, a micose fungoide é facilmente confundida com outras condições benignas. Assim, somente o olhar de um dermatologista experiente suspeitaria desse linfoma cutâneo. Porém, existem alguns fatores que podem ajudar a levantar a possibilidade de ser esse tipo de câncer.
“Quando é um problema de pele crônico, ou seja, não está melhorando, não tem um diagnóstico confirmado e não está respondendo ao tratamento para aquela doença que você imagina que seria, tem que pensar em fazer uma biópsia para confirmar o diagnóstico”, alerta a doutora.
Como é feito o diagnóstico da micose fungoide
No primeiro, são observadas todas as características das lesões, o tipo, se evoluíram e como aconteceu a evolução. Em seguida, para o segundo fator, retira-se um pedaço da lesão e é feita uma pesquisa para descobrir quais tipos de células estão lá. Também utilizando uma parte da lesão, é feito o estudo imuno-histoquímico e, por meio dele, é possível encontrar alguns marcadores dessas células.
“Em geral, fazemos a biópsia até em mais de um ponto da pele, em especial quando trata-se de um quadro muito inicial”, explica a Drª. Jade.
Tratamento para micose fungoide
“Os tratamentos da micose fungoide são divididos em terapias direcionadas à pele e terapias sistêmicas”, a médica conta.
Entre 70% e 80% dos casos permanecerão em estágios iniciais, nos quais a doença fica somente na pele. Para essas pessoas, os principais tratamentos são as terapias tópicas, como pomadas com corticoide, radioterapia localizada ou no corpo todo e fototerapia.
“A fototerapia é um banho de luz com radiação controlada recebida dentro de uma cabine, em uma clínica especializada e indicada pelo médico que realiza o procedimento”, a Drª. Jade ressalta.
Por outro lado, nas micoses fúngicas que se tornam mais agressivas, podendo atingir outros órgãos, ou que estão apenas na pele, mas não respondem aos tratamentos tópicos, é necessário utilizar uma terapia sistêmica. Como imunoterapias, quimioterapia e agentes quimioterápicos. Entretanto, há uma preferência por utilizar tratamentos não muito agressivos, pois os efeitos colaterais são menos intensos e a doença não volta tão rapidamente.
“Mesmo os pacientes que têm uma doença controlada, o segmento regular com o médico especialista é fundamental. O ideal é o acompanhamento conjunto com um hematologista e um dermatologista”, a dermatologista indica.
Pouco utiliza-se o transplante de medula óssea (TMO) na micose fungoide, pois o tratamento em si oferece mais risco ao paciente que a própria doença.
obs. conteúdo meramente informativo procure seu médico
abs
Carla
https://revista.abrale.org.br/micose-fungoide-um-tipo-de-linfoma-cutaneo/
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Vc é muito importante para mim, gostaria muito de saber quem é vc, e sua opinião sobre o meu blog,
bjs, Carla