Os idosos consomem muito mais medicamentos que os adultos jovens. A população idosa representa 12% da população total, mas consome um quarto dos medicamentos produzidos no mundo. O uso diário e simultâneo de muitas drogas é a regra entre idosos, o que predispõe à ocorrência de interações medicamentosas.
É nessa fase da vida que surgem muitas doenças crônicas, que se acumulam e se somam nas chamadas comorbidades. E assim os idosos se tornam as principais vítimas da chamada “polifarmácia”, consumindo cinco ou mais remédios todos os dias. Muitas vezes, são medicamentos essenciais, mas há situações em que os medicamentos são fúteis e desnecessários.
Nos idosos mais frágeis, e idosos com doença de Alzheimer, qualquer medicamento administrado, sem que seja avaliado o seu real benefício, pode interferir de maneira negativa nos demais medicamentos e piorar as outras doenças. É preciso, portanto, considerar sempre o custo e o benefício do início de uma nova droga no idoso. Do contrário, será apenas mais um risco, além de mais um custo desnecessário nas finanças da família.
Em torno de 19% das admissões hospitalares entre idosos ocorrem por efeitos colaterais a medicamentos, sendo também uma causa comum de óbitos nessa população. Então, o uso correto e criterioso de medicamentos na pessoa idosa requer não apenas um amplo conhecimento, mas também muito bom senso do profissional de saúde, para não supermedicar nem subtratar o idoso. O equilíbrio saudável entre idosos e medicamentos é uma condição muito tênue.
Alexandre de Mattos
Médico geriatra [CRM/PE 13.185]; Professor e preceptor de geriatria da UPE / Faculdade de Ciências Médicas de Pernambuco; Diretor médico do IMEDI – Instituto de Medicina do Idoso, Recife, Brasil.Revisão jornalística:Voluntária Rebecca Melo DRT (1349/SE)
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