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sexta-feira, 21 de abril de 2023

Qual a validade da ponte de safena?

 

Qual a validade da ponte de safena?

A cirurgia de coronária foi criada no final dos anos 60, e nessa época, apenas se fazia revascularização do miocárdio utilizando as veias safenas. Por esse motivo, é muito comum o questionamento dos pacientes sobre a validade da ponte de safena. 

É importante saber que a cirurgia de revascularização do miocárdio, popularmente conhecida como ponte de safena, é o procedimento mais estudado da medicina. Com mais de 50 anos de existência, vem cada vez mais se consolidando, por sustentação dos estudos, como o melhor tratamento para doença coronariana que requer intervenção. A seguir, explicaremos mais sobre a validade desse tratamento a longo prazo.

Revascularização do Miocárdio: safena e outros enxertos

Apesar de amplamente conhecida como cirurgia de ponte de safena, a revascularização do miocárdio pode ser realizada utilizando-se outros enxertos. Entre eles, principalmente as artérias mamárias, que se localizam no próprio tórax do paciente. 

Naturalmente, surgiram comparações em relação à durabilidade e eficácia entre os enxertos venosos e arteriais, e muitos trabalhos demonstram a excelência de ambos na cirurgia de revascularização do miocárdio. 

Porém a validade da ponte de safena (ou de outro enxerto utilizado no procedimento cirúrgico) depende de diversos fatores, e não apenas do tipo de enxerto utilizado. Por isso, não é possível estimar a validade de um enxerto somente pelo fato de ser venoso ou arterial.

Influência do vaso utilizado na validade da ponte

Após alguns estudos sobre longevidade dos enxertos nos anos 70, acreditou-se que a mamária era muito superior e tinha maior validade do que a veia safena na cirurgia de revascularização do miocárdio. Assim, outras artérias logo passaram a serem utilizadas na cirurgia, como as artérias radiais, localizadas nos braços.

Em 2017, porém, houve um consenso sobre quais seriam os enxertos ideais para revascularizar o coração: os cirurgiões devem dar preferência à utilização de pelo menos dois enxertos arteriais para os territórios principais do coração, podendo se utilizar com segurança os enxertos venosos para as demais áreas.

A técnica influencia na validade da ponte de safena?  

Mais recentemente, notou-se que o método de retirada da veia safena também influencia na sua longevidade. Atualmente, diversos serviços de cirurgia cardíaca utilizam a técnica “No-Touch”. Nela, a veia é retirada com parte do tecido gorduroso que a envolve, buscando o mínimo de manipulação do vaso. Isso tem demonstrado grande aumento da longevidade e durabilidade da ponte de safena. 

Na equipe Seu Cardio, utilizamos amplamente a técnica No-Touch, com resultados consistentes e semelhantes ao da literatura médica. Isso resgata a importância dos enxertos venosos como estratégia segura em associação aos enxertos arteriais.

Hábitos de vida que fazem a diferença

A validade de uma revascularização do miocárdio, seja com uso de artéria mamária, radial ou veia safena, está diretamente relacionada aos hábitos do paciente. Afinal, a doença ateromatosa, que é o fator desencadeante da necessidade de uma cirurgia de “ponte de safena”, precisa de tratamento a longo prazo. 

Entre os hábitos que devem ser adotados com o objetivo de promover maior longevidade dos enxertos utilizados na cirurgia, estão: 

·      Estilo de vida mais saudável;

·      Manutenção dos níveis de colesterol dentro do valor recomendado;

·      Controle rigoroso da glicemia nos pacientes diabéticos;

·      Parar de fumar (para os pacientes que fumavam antes da cirurgia).

A importância de seguir as orientações médicas

Além da evolução da técnica cirúrgica no tratamento das doenças do coração, houve também muita evolução no tratamento clínico. Tais avanços contribuem para diminuir a evolução da doença coronariana que levou o paciente à cirurgia. 

A cirurgia de revascularização do miocárdio trata uma lesão específica, ou seja, faz um novo caminho para a passagem do sangue, desviando daquele que foi obstruído. Porém, não trata a doença básica que levou àquela obstrução. Então, a participação do paciente no tratamento clínico, de manutenção, para que a doença não evolua, é o ponto mais importante. E essa atitude vai fazer a diferença sobre a validade da ponte de safena (durabilidade do enxerto). 

O tratamento clínico, que inclui mudanças no estilo de vida, como prática de exercício físico leve a moderado, também pode resultar no desenvolvimento de circulação colateral no coração (o próprio coração se revasculariza, desenvolvendo novos vasos). Então, mesmo com um adoecimento de um enxerto venoso ou arterial a longo prazo, se o coração tiver desenvolvido circulação própria durante os anos que o enxerto protegeu o órgão, ele não irá sofrer. A circulação passou a irrigar a região que o enxerto irrigaria, e sua presença pode não ser mais necessária.

Como vimos, diversos fatores impactam na validade da ponte de safena (ou de outro enxerto). Por isso, o acompanhamento periódico com o cardiologista clínico e a adoção de suas orientações são importantíssimos para a longevidade dos enxertos, tanto arteriais quanto venosos.

 

 Dr. Sergio Lima de Almeida (CRM 4370 / RQE 5893) é cirurgião cardiovascular em Florianópolis/SC, chefe do Serviço de Cirurgia Cardíaca do Hospital SOS Cárdio e da Equipe Seu Cardio. Formado em Medicina pela Universidade Federal do Estado de Santa Catarina – UFSC e com residência na Beneficência Portuguesa, na equipe do Dr. Sergio Oliveira, aperfeiçoou-se em plastia de válvulas na Cleveland Clinic, acompanhando Dr. Delos Cosgrove, e em cirurgia de cardiopatia congênita complexa, no Children Hospital – Harvard Medical School, acompanhando Dr. Aldo Castañeda. Foi também cirurgião cardiovascular do Hospital Infantil Joana de Gusmão, em Florianópolis/SC, por 10 anos. Realiza diariamente procedimentos como: cirurgias de revascularização do miocárdio, cirurgia de plastias e trocas valvares e cirurgias da aorta, além de implantes de marcapassos cardíacos. Com grande experiência em idosos, vem abordando o tema em congressos nacionais e internacionais. Atua com abordagem tradicional e minimamente invasiva.

 

 

 

 

 

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Carla

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