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Segundo os pesquisadores, é importante entender como os fatores modificáveis do estilo de vida podem manter ou promover a saúde cognitiva, levando a um envelhecimento mais saudável da população.
Rubens de Fraga Júnior*
Novas pesquisas mostram que os idosos podem ser melhor cuidados à medida que envelhecem quando suas personalidades são consideradas. Por exemplo, eles são mais como orquídeas ou dentes de leão?
Pesquisadores do Circle Innovation da Simon Fraser University examinaram os efeitos potenciais das atividades de estilo de vida na saúde cognitiva de mais de 3.500 adultos com mais de 60 anos, usando a metáfora da orquídea-dente de leão da Psicologia.
Seus resultados, publicados este mês na revista Frontiers in Aging Neuroscience, defendem que os formuladores de políticas de envelhecimento saudável considerem a criação de programas adaptados aos tipos de personalidade, em vez de uma abordagem única.
“Essas descobertas oferecem novas possibilidades para apoiar idosos e fornecem evidências substanciais para novos programas de prescrição social”, pontua o CEO e diretor científico da Circle Innovation, Sylvain Moreno. “Entender como as diferenças de personalidade afetam uma população em envelhecimento pode ajudar os tomadores de decisão a fornecer aos idosos soluções que atendam às suas necessidades individuais”.
As pessoas que podem ser consideradas “orquídeas adultas” prosperam melhor em circunstâncias ideais, pois são mais sensíveis e biologicamente reativas, enquanto “adultos dente-de-leão” são considerados resilientes e podem se adaptar facilmente a qualquer ambiente.
Isso significa que os indivíduos orquídeas podem exigir soluções mais estimulantes, dizem os pesquisadores. “Esses idosos são mais frágeis, como a flor delicada que representam, portanto, estão propensos a reagir exageradamente a problemas de saúde e moradia, notícias perturbadoras sobre a economia ou pandemias globais”, comenta SFU Ph.D. estudante e pesquisadora Emma Rodrigues. “Por outro lado, os aposentados dente-de-leão são relativamente menos sensíveis ao meio ambiente e também mais resistentes à deterioração em condições ambientais precárias”.
“A lição aqui é que devemos parar de rotular idosos em um grupo de nossa população. Esses resultados demonstram como as trajetórias de envelhecimento podem diferir dependendo se uma pessoa é influenciada pelo ambiente”, salienta ela.
Segundo os pesquisadores, é importante entender como os fatores modificáveis do estilo de vida podem manter ou promover a saúde cognitiva, levando a um envelhecimento mais saudável da população.
Fonte: Emma A. Rodrigues et al, Does cognitive aging follow an orchid and dandelion phenomenon?, Frontiers in Aging Neuroscience (2022). DOI: 10.3389/fnagi.2022.986262.
*Rubens de Fraga Júnior é professor de Gerontologia da Faculdade Evangélica Mackenzie do Paraná (FEMPAR) e é médico especialista em Geriatria e Gerontologia pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG).
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