quarta-feira, 12 de abril de 2023
O que é índice HOMA?
Desde a década de 1980, a resistência à insulina tem sido associada ao risco de doenças cardiovasculares e diabetes mellitus tipo 2. Um dos métodos empregados para sua estimativa é o índice HOMA que, embora bem estabelecido para estudos epidemiológicos, ainda carece de credibilidade consensual para aplicação generalizada na prática clínica.
O índice HOMA (sigla em inglês de Homeostatic Model Assessment) é uma ferramenta utilizada no exame de sangue para avaliar a resistência à insulina (HOMA-IR) e a função das células beta pancreáticas (HOMA-beta) no corpo humano e, assim, auxiliar no diagnóstico do diabetes. Ele é calculado matematicamente a partir dos níveis de glicose e insulina no sangue em jejum e é usado como uma medida indireta da sensibilidade à insulina.
O modelo homeostático foi descrito pela primeira vez sob o nome HOMA por Matthews et al. em 1985.
Como se chegou à ideia do índice HOMA?
Chegou-se à ideia do índice HOMA a partir da observação de que as concentrações sanguíneas de glicose e insulina no estado estacionário de repouso são determinadas por sua interação em um ciclo de retroalimentação, em que uma influencia a outra.
Um modelo computacional foi desenvolvido de modo a prever e detectar os vários graus de deficiência das células beta pancreáticas, fabricantes da insulina, e a resistência oferecida pelas células corporais à penetração da insulina nelas.
Cálculos numéricos obtidos a partir dos valores da glicemia e da insulinemia no exame de sangue de jejum de um determinado paciente permitem uma estimativa da resistência à insulina e da função deficiente das células beta do pâncreas (modelo HOMA).
Como calcular o índice HOMA?
Com o índice HOMA estima-se a sensibilidade e a resistência das células de uma pessoa à insulina. A pontuação HOMA é a expressão numérica do resultado de uma fórmula matemática obtida por meio dos valores da glicemia de jejum e da insulinemia de jejum.
A fórmula para avaliar a resistência à insulina (Homa-IR) consiste em tomar valor da glicemia de jejum em milimoles (mmol), multiplicar pelo valor da insulinemia de jejum medida em unidades internacionais por mililitro (ui/ml) e dividir o resultado por 22,5 quando o nível de insulina em jejum e o nível de glicemia de jejum são expressos em unidades do Sistema Internacional de Unidades. Caso contrário, deve-se utilizar 405, em lugar de 22,5. O resultado numérico é a pontuação HOMA.
O que indica o índice HOMA?
Os valores normais do índice HOMA para adultos dependem do laboratório que realiza o teste e da população de referência utilizada para estabelecer os valores de referência. Podem variar também no caso de crianças e adolescentes com índice de massa corporal (IMC) muito elevado.
De forma geral, os valores de referência são: HOMA-IR inferior a 3,4 e HOMA-beta entre 167 e 175. Como os valores apurados do HOMA-beta não mereceram a confiança unânime dos pesquisadores, hoje em dia praticamente não se leva mais em conta esse índice.
Resultados mais altos que os valores de referência do HOMA-IR querem dizer que existe uma resistência à insulina ou um mal funcionamento das células beta do pâncreas, levando a uma produção insuficiente de insulina e uma chance de desenvolver várias doenças.
O que é resistência à insulina?
Para que faça o efeito de gerar energia, a glicose sanguínea, obtida através da alimentação, precisa penetrar nas células. A resistência à insulina é uma condição em que as células do corpo têm dificuldade em responder adequadamente à insulina, um hormônio produzido pelo pâncreas que ajuda a glicose a penetrar nas células e, assim, controlar os níveis de açúcar no sangue.
Quando as células se tornam resistentes à insulina, o pâncreas precisa produzir quantidades maiores desse hormônio para manter os níveis de açúcar no sangue dentro da faixa normal. Com o tempo, esse aumento na produção de insulina pode levar à diminuição da sensibilidade das células pancreáticas responsáveis pela produção de insulina.
Assim, a resistência à insulina é um estado que antecede grande parte dos casos de diabetes e, eventualmente, pode resultar em diabetes tipo 2.
Do ponto de vista quantitativo, a resistência à insulina pode ser definida como a necessidade de 200 ou mais unidades de insulina ao dia para ter-se o controle glicêmico e para evitar a cetose, ou seja, o uso de gorduras e proteínas para a obtenção de energia quando a glicose não está disponível.
As causas da resistência à insulina resultam de características herdadas e/ou adquiridas. As características herdadas são devidas a defeitos genéticos, anticorpos contra insulina e anormalidades deste hormônio. Entre as adquiridas, a obesidade é a causa mais comum. Há, ainda, alguns agentes que podem causar resistência à insulina, como idade avançada, certas medicações, ingestão excessiva de sódio, terapia antirretroviral prolongada (como a usada para HIV), uso incorreto de insulina exógena e síndrome dos ovários policísticos.
Quase nunca a resistência à insulina apresenta sintomas, mas se não for tratada pode aumentar o risco para vários problemas de saúde. É importante notar que essa condição pode ser prevenida ou gerenciada simplesmente com mudanças no estilo de vida, como uma dieta saudável e a prática regular de atividade física, por exemplo. Em alguns casos, os medicamentos também podem ser prescritos para ajudar a controlar os níveis de açúcar no sangue e melhorar a sensibilidade à insulina.
Alimentos de alto índice glicêmico, como pães de farinhas brancas, batata-inglesa e açúcar refinado devem ser trocados por opções integrais e por legumes de baixo índice glicêmico, como cenoura e brócolis, por exemplo. O uso de álcool e tabaco também deve ser evitado.
A resistência à insulina pode levar a uma série de complicações de saúde, algumas das quais são:
- Diabetes tipo 2
- Síndrome metabólica
- Doenças cardiovasculares, como doença cardíaca e acidente vascular cerebral
- Esteatose hepática (gordura no fígado)
- Síndrome do ovário policístico
- Apneia do sono
Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente dos sites da Rede D’or São Luiz de Hospitais e do Science Direct.
Chefes da Equipe de Revisão:
Dr. Alonso Augusto Moreira Filho e Dra. Vandenise Krepker de OliveiraAs notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.
FONTE:https://www.abc.med.br/p/diabetes-mellitus/1435595/indice-homa-o-que-e-isso.htm
obs. conteúdo meramente informativo procure seu médico
abs
Carla
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