O câncer de pele, o mais comum no Brasil, é algo que pouca gente dá importância, apesar dos aproximadamente 180 mil novas casos que todo ano são diagnosticados, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca). Por isso, em dezembro, mês de conscientizaçáo do cáncer da pele, a campanha da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) tem como foco a orientação para os sinais do problema.
Elimar Gomes, coordenador do Dezembro Laranja, acredita que a grande incidência da doença no Brasil é reflexo das mudanças de hábito da sociedade. "Lá atrás, em 1920, as pessoas tomavam pouco sol, iam para a praia de roupa e se protegiam mais. Com o passar do tempo, entrou na moda o bronzeado, e a população começou a se expor mais", explicou. Desde 2014, a SBD promove o Dezembro Laranja.
Para o dermatologista, o possível câncer de pele de Bolsonaro trouxe os holofotes para a campanha. "Sempre que uma figura pública mostra que tem a doença, ou tem essa possibilidade, é importante porque chama a atenção da população e mostra que qualquer em pode ter". O médico afirma que o presidente apresenta sinais de que é uma pessoa que pode ter câncer de pele, pois "tem uma pele clara e cronicamente exposta ao sol".
Diferente de outros cânceres, que
precisam de exames mais complexos para serem identificados, o de pele
pode ser notado por qualquer pessoa com conhecimento. "É a melhor forma
de prevenção. Se você conhece a doença, e sabe o que causa, pode fazer a
prevenção primária e tomar ações para evitar a doença, como passar
protetor solar. E também pode identificar precocemente um sinal de
câncer", explicou.
Segundo a SBD, quando descoberta no início, as chances de cura são de
mais de 90%. Elimar ressalta que é preciso prestar a atenção a manchas
na pele que coçam, ardem, sangram, além de feridas que não cicatrizam em
quatro semanas e pintas que mudam de cor e formato.
Além disso, consultar um dermatologista em caso de suspeita é essencial. Foi observando a si mesmo que o servidor público Marcelo Carlos de Mello e Souza, 59 anos, percebeu um sinal no ombro, que posteriormente foi identificado como um carcinoma basocelular, o tipo mais comum de câncer de pele.
"Sou carioca e peguei muito sol na praia. Até meus 17 anos, morei no Rio de Janeiro, e a praia e o sol eram parte da minha rotina", relembra. Os efeitos da luz solar sem proteção vieram anos depois. A exposição crônica da pele é um das principais causadores da doença. Desde 2010, outros pontos foram identificadas e, conforme diz, o corpo tem mais de 200 pontos de extração de sinais de cáncer.
Mas nenhum deles é melanoma. Atualmente, a rotina de Marcelo é diferente. "Hoje eu caminho cedo para evitar o sol, uso camisas de manga comprida com proteção solar e protetor no rosto e no corpo. Para quern gosta de mar e de praia, é uma dura penitência", brinca.
Fonte: Correio Braziliense
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abs
Carla
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