Pacientes atravessam país de ônibus para serem atendidos em Barretos
O que falta para o aeroporto de Barretos receber aviões de grande porte é infraestrutura.. Governo federal promete investir R$ 20 milhões.
Quatro mil pessoas são atendidas por dia no Hospital de Barretos. Todas pelo SUS. Em geral, os pacientes vêm de longe e enfrentam muitas dificuldades para chegar aqui.
Uma viagem de ônibus, por exemplo, de Boa Vista, capital de Roraima, até Barretos, no interior de São Paulo, pode levar quase uma semana. O mecânico Vanilson Barbosa veio de lá com a filha, de dez anos. A passagem aérea foi paga pelo governo de Roraima. Mas eles tiveram que desembarcar em São José do Rio Preto, cidade a 100 quilômetros de Barretos. Com a saúde debilitada da filha que sofre de leucemia, Vanilson ainda teve que pagar R$ 100 para ir de táxi até a cidade.
“É um pouco pesado. Para quem larga tudo lá para vir cuidar da filha aqui é bem complicado", observa.
Taciana Silva de Alencar, de 12 anos, veio com a mãe do interior do Acre. Uma parte da viagem foi de avião e outra, de ônibus.
"Demorou bastante. A minha perna já estava bastante dolorida, doendo muito", conta.
"Às vezes, eu ficava pensando: será que a minha filha vai chegar com vida?", comenta Marlis da Costa Silva.
A solução está a apenas oito quilômetros do Hospital de Barretos. Aqui existe um aeroporto, desde 1979. Com uma pista de 1.830 metros, maior que a do Santos Dumont, no Rio. Poderia receber voos regulares de companhias aérea. Mas só opera com pequenos aviões.
O que falta para o aeroporto de Barretos receber aviões de grande porte é infraestrutura. Na torre de controle, por exemplo, não tem nenhum equipamento para a operação de voos. Existe apenas um telefone quebrado. A escada é outro problema. A pista também precisa de conserto. Aqui não tem esteira, raio X, nem estação meteorológica.
"Nessas condições hoje não podemos receber", afirma Alex Nascimento, diretor municipal de Transportes.
O governo federal prometeu investir R$ 20 milhões em melhorias no aeroporto nos próximos meses.
"Nós vamos subsidiar o passageiro para que nós possamos ter o preço de passagem que seja competitivo com o transporte rodoviário", declara Moreira Franco, ministro da Secretaria de Aviação Civil.
Se o aeroporto estivesse funcionando, Leani e o filho Eduardo, que vieram do interior de Mato Grosso, sofreriam menos com a viagem.
"Você fica muito desgastado e quando chega aqui em Barretos esse cansaço é muito grande, na hora de você começar a fazer uma quimio ou alguma coisa assim", conta o paciente Eduardo Donato.
"Quanto mais conforto o paciente tiver, quanto maior a humanização desse paciente durante o tratamento, ele vai ter uma resposta melhor", garante o oncologista Raphael Luiz Haikel Júnior.
A TAM informou que novos voos são constantemente avaliados pela companhia de acordo com a demanda de cada cidade ou região e que no momento não há planos de operar em Barretos. A Gol também declarou que não pretende abrir voos para a cidade.
extraído: http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2013/08/pacientes-atravessam-pais-de-onibus-para-serem-atendidos-em-barretos.html
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