Equipe Oncoguia
- Data de cadastro: 03/07/2015 - Data de atualização: 20/12/2018
Muitas pesquisas sobre leucemia linfoide aguda estão em desenvolvimento em diversos centros médicos no mundo inteiro, promovendo grandes avanços sobre as causas, genética e tratamentos:
Genética
A maior compreensão dos genes (DNA) envolvidos em certas translocações que frequentemente ocorrem na leucemia linfoide aguda podem proporcionar discernimento de como essas células se tornam anormais. Os médicos agora estão tentando aprender como usar essas alterações para determinar o prognóstico de um paciente e se ele deve receber um tratamento mais ou menos intensivo.
O entendimento dessas alterações é utilizado no desenvolvimento de novas terapias específicas contra a leucemia linfoide aguda. Por exemplo, medicamentos, como o imatinibe e o dasatinib são agora usados no tratamento de pacientes com leucemia linfoide aguda cujas células leucêmicas têm o cromossomo Filadélfia. E muitos outros medicamentos que têm como alvo essas alterações nas células leucêmicas estão em desenvolvimento.
Novas técnicas de laboratório também estão ajudando os pesquisadores a identificar e classificar os diferentes tipos de leucemia linfoide aguda. Ao invés de apenas observar os genes simples, esses novos testes permitem examinar os padrões de genes diferentes nas células cancerígenas simultaneamente, o que permite adicionar mais informações aos resultados laboratoriais atuais.
Essas informações podem eventualmente possibilitar um tratamento mais personalizado da leucemia linfoide aguda.
Detecção da doença residual mínima
O progresso na compreensão das alterações do DNA na leucemia linfoide aguda proporcionou o desenvolvimento de exames altamente sensíveis para a detecção da doença residual mínima após o tratamento, quando poucas células leucêmicas estão presentes e não podem ser diagnosticadas por meio de exames de rotina da medula óssea.
Por exemplo, o exame da reação em cadeia da polimerase (PCR) pode identificar as células da leucemia linfoide aguda baseado em translocações ou rearranjos dos genes. O PCR pode ser útil para determinar se o tratamento destruiu completamente as células da leucemia linfoide aguda.
Atualmente, os pesquisadores estão tentando avaliar se os pacientes com doença residual mínima se beneficiarão de um ou mais tratamentos intensivos.
Quimioterapia
A quimioterapia ainda é o principal tratamento para quase todos os casos de leucemia linfoide aguda. Vários estudos estão em andamento para encontrar a combinação de medicamentos quimioterápicos mais eficazes, limitando os efeitos colaterais indesejados. Isto é especialmente importante para pacientes mais velhos, que muitas vezes têm mais dificuldade em tolerar os tratamentos atuais.
Novos medicamentos quimioterápicos estão sendo desenvolvidos e avaliados, como no caso da clofarabina aprovada para tratar leucemia linfoide aguda em crianças e que agora se mostra promissora nos estudos iniciais de adultos com a doença. Outro novo medicamento é nelarabine que pode ser usado no tratamento da leucemia linfoide aguda de células T. Outros medicamentos também estão sendo estudados.
Estudos também estão em andamento para determinar se pacientes com certos fatores prognósticos podem se beneficiar de uma quimioterapia mais intensiva, e se alguns pacientes com a doença podem não precisar de muito tratamento.
A eficácia da quimioterapia pode ser limitada, em alguns casos, porque as células leucêmicas tornam-se resistentes a ela. Atualmente, os pesquisadores estão buscando maneiras de prevenir ou reverter esta resistência usando outros medicamentos junto com a quimioterapia.
Transplante de células tronco
Os pesquisadores continuam refinando os transplantes de células tronco para aumentar sua eficácia, reduzir as complicações e determinar quais pacientes têm maiores probabilidades de serem beneficiados com este tratamento. Muitos estudos estão em andamento para determinar exatamente a melhor técnica de transplante.
Também está sendo estudada a infusão de leucócitos de um doador em pacientes que já receberam um transplante alogênico e tiveram recidiva. Nesta técnica, o paciente recebe uma infusão de leucócitos a partir do mesmo doador. Os primeiros resultados desse estudo são promissores, entretanto mais pesquisas sobre esta abordagem são necessárias.
Terapia alvo
Novas terapias alvo que atacam especificamente algumas das alterações genéticas observadas nas células da leucemia linfoide aguda estão se tornando uma parte importante do tratamento para alguns pacientes com leucemia linfoide aguda. Esses medicamentos agem de forma diferente dos medicamentos quimioterápicos padrão.
Muitos outros medicamentos que têm como alvo outras alterações nas células da leucemia linfoide aguda também estão sendo estudados, como:
Inibidores do proteassoma, como bortezomibe, carfilzomibe e ixazomib.
Inibidores de BCL-2, como venetoclax.
Inibidores da Syk, como entospletinib.
Inibidores de TORC1/2, como sapanisertib.
Imunoterapia
O objetivo da imunoterapia é estimular o sistema imunológico para combater ou destruir as células cancerígenas.
Anticorpos monoclonais
Esses medicamentos são produzidos a partir de proteínas do sistema imunológico (anticorpos). Eles podem ser desenvolvidos para serem ligados apenas a determinadas moléculas, como aquelas encontradas nas células da leucemia linfoide aguda.
Alguns anticorpos monoclonais já estão aprovados para o tratamento da leucemia linfoide aguda. Esses medicamentos são normalmente usados se outros tratamentos não estiverem mais respondendo. Entretanto, no momento, esses medicamentos estão em fase de estudos para uso no início do tratamento junto com a quimioterapia.
Outros anticorpos monoclonais, como rituximabe e ofatumumabe, já são usados no tratamento de outras doenças do sangue e estão agora sendo estudados para uso contra a leucemia linfoide aguda.
O epratuzumab, um novo anticorpo, também se mostrou promissor contra a leucemia linfoide aguda nos estudos iniciais. Entretanto, mais estudos estão em andamento.
Uma abordagem de tratamento promissora é anexar um medicamento quimioterápico a um anticorpo monoclonal. O anticorpo funciona como um dispositivo que leva o quimioterápico até a célula leucêmica. Vários desses medicamentos mostraram-se promissores nos estudos iniciais e estão sendo testados em estudos clínicos.
Vários outros anticorpos monoclonais também estão sendo estudados para tratar a leucemia linfoide aguda.
Terapia com células T CAR
É uma forma nova e promissora de combater o sistema imunológico contra a leucemia. Nesta técnica, as células T imunológicas são removidas do sangue do paciente e modificadas em laboratório adicionando um receptor artificial, denominada receptor de antígeno quimérico ou CAR, o que permite a identificação dos antígenos específicos das células leucêmicas. As células T CAR modificadas no laboratório são infundidas de volta no paciente para destruir as células leucêmicas.
Essa técnica mostrou resultados promissores nos estudos clínicos iniciais contra alguns tipos de leucemias avançadas, difíceis de serem tratadas, e atualmente é uma opção de tratamento para algumas crianças e adultos jovens com leucemia linfoide aguda. Entretanto, alguns pacientes apresentaram efeitos colaterais importantes com esse tratamento, como febre alta e pressão arterial baixa nos dias após a administração. Os pesquisadores estão estudando a melhor forma de gerenciar esses efeitos colaterais.
Inibidores do controle imunológico
Uma função importante do sistema imunológico consiste em sua capacidade de atacar as células normais e anormais do corpo. Para fazer isso, ele usa pontos de verificação – as chamadas moléculas de controle imunológico em células imunológicas que precisam ser ativadas (ou desativadas) para iniciar uma resposta imunológica. Em inglês, são chamados de check point inhibitors, ou inibidores dos pontos de controle. As células cancerígenas, às vezes, usam esses pontos de controle para evitar serem atacadas pelo sistema imunológico. Os medicamentos imunoterápicos modernos têm como alvo esses pontos de controle, reestabelecendo a atividade destas células da imunidade no combate às células cancerosas. Alguns desses medicamentos já estão sendo usados para tratar outros tipos de câncer, e agora estão sendo estudados para uso no tratamento da leucemia linfoide aguda.
Fonte: American Cancer Society (17/10/2018)
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abs
Carla
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