Você sabia que diabetes e cicatrização são dois fenômenos do corpo humano distintos e internamente ligados? É por isso que 15% das pessoas que tem diabetes desenvolvem lesões conhecidas como “Pé Diabético”. Isto é causado pela relação que o diabetes possui com o processo de cura de feridas que o nosso corpo normalmente desempenha. Vamos aprender um pouco mais sobre isso…
Sabemos que o diabetes é uma condição onde o corpo é incapaz de utilizar a glicose como energia, deixando, assim, seus níveis elevados no sangue. Isso acontece porque o pâncreas produz uma quantidade insuficiente de insulina. Ou, por outro lado, produz uma insulina que não consegue desempenhar o papel dela corretamente (levar a glicose do sangue para dentro das células).
Pessoas que têm diabetes, independente do tipo, apresentam uma dificuldade de cicatrização de feridas. Cerca de 15% destas pessoas vão desenvolver úlcera nos pés, sendo este o tipo de ferida mais comum em quem tem diabetes. Estas feridas são conhecidas como “Pé Diabético”.
Além de dificuldade de cicatrizar as feridas, o diabetes faz com que essas piorem muito mais rápido. Por este motivo, todo cuidado é pouco, dar atenção especial nunca é demais.
Pequenas feridas podem virar grandes problemas…
Diabetes e Cicatrização: como acontece?
A pele é o maior órgão do corpo humano e tem como função proteger nosso corpo da invasão de germes. Uma ferida é uma abertura na pele, temos, assim, uma porta aberta para possíveis invasões de microorganismos indesejados e assim podemos desenvolver possíveis infecções.
Quanto menor a ferida, mais rápida é a cicatrização. Quanto maior e mais profunda, mais tempo ela demanda para se fechar totalmente
A cicatrização acontece em um processo de 4 etapas. Cada etapa do processo depende uma da outra, devendo funcionar na mais completa harmonia para que a ferida se feche completamente.
Veja abaixo as etapas desse processo:
Hemostasia
Os vasos sanguíneos se contraem no intuito de parar o sangramento. Este processo é chamado de vasoconstrição.
Além disso, as células vermelhas do sangue (hemácias) formam um coágulo, impedindo a saída do sangue e a entrada de microorganismos indesejados.
Inflamação
Este é o processo onde o corpo fica alerta com a presença de uma lesão. A área afetada fica vermelha, inchada e quente. Essas são sinais de que as células de defesa do organismo estão agindo na lesão, a fim de “lutar” contra a invasão de microorganismos. Além de iniciar o processo de regeneração da área afetada.
A inflamação é vital no processo de tratamento das feridas, mas se ela continua por muito tempo, ela pode realmente impedir a regeneração.
Proliferação
Este é o momento do processo onde se inicia a regeneração dos tecidos. As células conhecidas como fibroblastos começam a atuar. Elas têm a função de produzir colágeno e elastina para formar o chamado tecido conjuntivo, que é a base de sustentação e elasticidade de nossa pele.
Os vasos sanguíneos que foram rompidos se regeneram e a oxigenação da área afetada reinicia. As células que constituem as camadas da pele (hipoderme, derme e epiderme) se proliferam, para reconstruir a área afetada.
Remodelação
Para finalizar o processo, as fibras são realinhadas para aumentar a resistência do tecido e melhorar o aspecto da cicatriz. Nessa fase, a cicatriz altera progressivamente sua tonalidade, passando do vermelho escuro a um tom rosa claro. Isto acontece devido a diminuição da vascularização.
Por que a cicatrização é mais lenta quando se tem diabetes?
Quem tem diabetes, deve cuidar com muita atenção até das pequenas e inocentes feridas. Elas podem se transformar em grandes problemas, caso não curem adequadamente.
Os altos níveis de glicose no sangue fazem com que as artérias fiquem endurecidas. Assim como os vasos sanguíneos mais estreitos por causa desses níveis altos, dificultando a circulação do sangue, principalmente nas extremidades do nosso corpo, como nossos pés.
Vasos sanguíneos estreitos levam à uma diminuição do fluxo sanguíneo e consequentemente de oxigênio em uma ferida. Um nível elevado de glicose no sangue diminui a função de células vermelhas do sangue que transportam nutrientes para o tecido. Tudo isso diminui a eficiência dos glóbulos brancos que combatem as infecções. Sem nutrientes e oxigênio suficientes, uma ferida cicatriza lentamente.
Uma das complicações do diabetes é a neuropatia, que é quando os nervos são afetados e assim, a pessoa perde a sensibilidade, ou seja, ela não consegue perceber quando uma bolha está se desenvolvendo e até mesmo quando se tem uma infecção. A perda da sensibilidade, deixa a pessoa vulnerável, pois ela pode não perceber a real gravidade de uma ferida e assim comprometer a cura.
Os altos níveis de glicose no sangue afetam o sistema de defesa do corpo, diminuindo a sua eficiência, assim as infecções podem ocorrer com mais facilidade. As infecções não tratadas ou fora de controle podem levar ao surgimento de gangrena (morte do tecido devido a infecção e falta de circulação sanguínea). Segundo as estatísticas, diabetes é a razão número 1 para amputações de membros.
O que fazer para melhorar a cicatrização?
Há várias coisas que um paciente pode fazer para melhorar a cicatrização de feridas. A coisa mais importante a se fazer é controlar o nível de glicose no sangue. Abaixo você encontra algumas atitudes que vão te ajudar a melhorar a cicatrização:
1. Tenha uma dieta saudável e mantenha uma boa alimentação. Isso vai ajudar a regular os níveis de glicose no sangue e também fornecer as vitaminas e nutrientes essenciais para melhorar o processo de cicatrização. Porções adequadas de proteínas, carboidratos e ingestão de vitamina C são fatores importantes para ajudar a cicatrização. Procure o conselho de um nutricionista especializado em diabetes, se necessário.
2. Esteja ciente de seu corpo, especialmente se você tiver neuropatia diabética. Verifique regularmente se há feridas abertas ou pontos de pressão que poderia evoluir para uma ferida. Fique atento aos sinais de infecção.
3. A inflamação crônica é um sintoma comum em muitas doenças crônicas, incluindo diabetes. Manter um plano de exercícios aeróbicos regular ajuda na redução da inflamação. A Atividade física ajuda a controlar os níveis de glicose no sangue e também ajuda na redução do peso corporal, diminuindo a resistência insulínica.
4. A saúde cardiovascular é importante para manter uma boa circulação, tanto para a cicatrização de feridas existentes e na prevenção de desenvolvimento futuras feridas.
5. Evite fumar, para melhorar a circulação sanguínea e a saúde em geral.
conteúdo meramente informativo procure seu médico
abs
Carla
https://www.diabetesevoce.com.br/
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