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sexta-feira, 21 de maio de 2021

ENDOCARDITE BACTERIANA (INFECÇÃO NO CORAÇÃO)

 Autor: Dr. Pedro Pinheiro


O QUE É ENDOCARDITE?

Endocardite é o nome que damos à inflamação das estruturas internas do coração, principalmente das válvulas cardíacas. Se for causada por um agente infeccioso, chamamos de endocardite infecciosa; se o agente infeccioso for uma bactéria, o nome mais correto é endocardite bacteriana.

A endocardite surge habitualmente quando uma bactéria que está circulando na corrente sanguínea se aloja em uma das válvulas cardíacas, multiplicando-se e formando o que chamamos de vegetação valvar. A vegetação das válvulas é um emaranhado de bactérias, glóbulos brancos, glóbulos vermelhos, fibrinas e restos celulares, que é capaz de destruir a própria válvula e impedir o normal funcionamento do coração.

O QUE É ENDOCARDITE?

Endocardite é o nome que damos à inflamação das estruturas internas do coração, principalmente das válvulas cardíacas. Se for causada por um agente infeccioso, chamamos de endocardite infecciosa; se o agente infeccioso for uma bactéria, o nome mais correto é endocardite bacteriana.

A endocardite surge habitualmente quando uma bactéria que está circulando na corrente sanguínea se aloja em uma das válvulas cardíacas, multiplicando-se e formando o que chamamos de vegetação valvar. A vegetação das válvulas é um emaranhado de bactérias, glóbulos brancos, glóbulos vermelhos, fibrinas e restos celulares, que é capaz de destruir a própria válvula e impedir o normal funcionamento do coração.

A bacteremia é um fator necessário para que ocorra a endocardite. Porém, nem toda bactéria que circula no sangue se aloja no coração. Outros fatores colaboram para o risco de adesão dos agentes infecciosos às válvulas cardíacas. São eles:

Administração de drogas intravenosas

Nos hospitais toda administração de substâncias por via intravenosa (IV) é feita seguindo rígidos padrões de higiene, exatamente para evitar que bactérias sejam lançadas diretamente na circulação sanguínea.

Esse cuidado raramente ocorre em usuários de drogas intravenosas, como cocaína e heroína. Além da pouca higiene na hora da administração, essas substâncias não são estéreis. O resultado final é a administração de quantidades elevadas de bactérias diretamente na circulação sanguínea. Quanto maior for o número de bactérias circulantes, maior é o risco de endocardite.

Normalmente, a endocardite em usuários de drogas IV é causada pela bactéria Staphylococcus aureus.

Doença valvar prévia

Pacientes com lesões das válvulas cardíacas, sejam adquiridas ou congênitas (de nascença), também são um grupo de alto risco.

Em geral, pacientes com lesões das válvulas cardíacas provocadas por quadro anterior de febre reumática são aqueles com maior risco. Porém, outros alterações valvulares, tais como estenose aórtica ou mitral, defeitos congênitos, como tetralogia de Fallot, coarctação de aorta ou defeitos no septo ventricular também são importantes fatores de risco.

Até o prolapso da válvula mitral, se acompanhado de insuficiência mitral, pode ser um fator de risco para endocardite.

Válvulas cardíacas artificiais

Todo paciente com uma válvula cardíaca artificial está sob maior risco de desenvolver endocardite. As bactérias têm maior facilidade em aderir a produtos artificiais do que às válvulas nativas. O risco é consideravelmente maior no primeiro ano após a troca das válvulas.

Endocardite de Libman-Sacks

A endocardite de Libman-Sacks é uma tipo raro de endocardite, de origem não infecciosa, isto é, que não causada por nenhum germe, que surge nos pacientes com uma doença chamada lúpus eritematoso sistêmico

SINTOMAS

O quadro clínico da endocardite bacteriana é muito variável, podendo o paciente apresentar desde sepse grave e insuficiência cardíaca aguda, até quadros mais arrastados de febre de origem obscura, como nos casos das endocardites subagudas.

Os sintomas mais comuns da endocardite são febre e calafrios. Na endocardite subaguda, outros sintomas inespecíficos são comuns, como falta de ar, cansaço, perda do apetite, dores pelo corpo, suores noturnos, etc.

Nos quadros graves de endocardite aguda, a febre e os calafrios são intensos e o paciente rapidamente evoluiu com sinais de insuficiência cardíaca, com intensa falta de ar, incapacidade de ficar deitado e edemas nas pernas.

A história clínica, que nos ajuda a identificar os fatores de risco, associado a um quadro de febre sem causa aparente, calafrios, queda do estado geral, surgimento de sopro cardíaco e sinais de embolização periférica, costumam sugerir o diagnóstico de endocardite.

DIAGNÓSTICO

O diagnóstico é geralmente confirmado através do ecocardiograma, que é um exame capaz de identificar a presença de vegetações em uma das válvulas do coração.

O ecocardiograma habitual, chamado de transtorácico, pode ser usado inicialmente, mas ele não é melhor método para o diagnóstico da endocardite. Algumas vegetações menores podem passar despercebidas nesta forma. O exame mais indicado é ecocardiograma transesofágico, que é feito por via endoscópica. Esta é a modalidade de ecocardiograma que apresenta as melhores imagens das válvulas do coração.

O tipo de bactéria que está provocando a endocardite é diagnosticado através da hemocultura, que é um exame de sangue que identifica a presença de bactérias circulando na corrente sanguínea.

TRATAMENTO


O tratamento da endocardite é feito obrigatoriamente com antibiótico por via venosa, que devem ser administrados por, no mínimo, quatro semanas. A escolha do antibiótico adequado depende do tipo de bactéria que está alojada nas válvulas.

Nos casos mais graves, quando há destruição da válvula cardíaca pela infecção, uma cirurgia de troca valvar é necessária, com implantação de uma válvula artificial.

PREVENÇÃO

Nos indivíduos sob alto risco de desenvolver endocardite, como explicado mais acima, é indicado o uso profilático de antibióticos antes de procedimentos que possam predispor a bacteremias.

Em geral, indica-se um dose única de 2 gramas de amoxicilina ou 500 mg de azitromicina 1 hora antes de procedimentos dentários ou respiratórios.

Segundo o mais recente guideline da American Heart Association, atualizado em 2007, apenas os seguintes pacientes devem fazer profilaxia:

  • Portadores de válvulas artificiais.
  • Pacientes com história prévia de endocardite.
  • Doença valvar em transplantados cardíacos.
  • Pacientes com doenças cardíacas congênitas.

Nem todos os fatores de risco são graves o suficiente para se indicar profilaxia. Prolapso de válvula mitral, mesmo com sinais de regurgitação, e lesões simples das válvulas, como estenoses e regurgitações, por exemplo, não são indicações para uso de antibiótico profilático.

Quais são os procedimentos de risco?

  • Procedimentos dentários com manipulação de gengiva, mucosa oral ou região periapical dos dentes.
  • Procedimentos respiratórios que envolvam incisão ou biópsia, como broncoscopia com biópsia, remoção de amígdalas ou adenoides.
  • Procedimentos gástricos e urinários, como endoscopia, colonoscopia, colocação de cateteres duplo J, biópsia ou cirurgia de próstata não são procedimentos de risco para endocardite.

Sexo anal é fator de risco para endocardite?

Não, sexo anal não provoca endocardite. Isso é apenas um dos muitos mitos espalhados pela Internet. Não há nenhum estudo científico que tenha comprovado qualquer relação direta entre qualquer tipo de sexo e a endocardite.


REFERÊNCIAS



Médico graduado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com títulos de especialista em Medicina Interna e Nefrologia pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e pela Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN). Títulos reconhecidos pela Universidade do Porto e pelo Colégio da Especialidade de Nefrologia de Portugal





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abs

Carla

https://www.mdsaude.com/

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