A anosognosia é a falta de consciência que se possui um défice cognitivo. Não se trata de negação porque a pessoa não sabe que tem um problema cognitivo, e ela pode mesmo reagir com agressividade se for confrontada com a existência da sua doença. Uma pessoa com esta situação clínica pode ter dificuldades evidentes em realizar as suas atividades de vida diária e recusar-se a receber ajuda, ser avaliado ou tratado por um médico.
A anosognosia está principalmente associada à esquizofrenia e à desordem bipolar, mas os sintomas da anosognosia também podem surgir na doença de Alzheimer ou outras formas de demência, depressão, ferimento traumático no cérebro, AVC, tumores cerebrais, e doença de Huntington. É muito difícil os cuidadores lidarem com esta situação, porque tentar fazer entender que o familiar está doente é um exercício difícil e frustrante.
Dois exemplos de anosognosia:
· Alguém que sobrevive a um acidente vascular cerebral e fica paralisado do lado esquerdo do corpo, mas está convencido de que pode andar sem assistência.
· Alguém com uma deficiência moderada de memória que se perde na estrada ou tem acidentes, mas pensa que está a conduzir tão bem como sempre conduziu.
Às vezes a anosognosia é seletiva, ou seja, uma pessoa pode aperceber-se que tem um problema com uma determinada atividade mas não tem consciência de outras dificuldades. Mas em outros casos a falta de consciência é mais extensa. De acordo com algumas estimativas, até 42 por cento das pessoas com doença de Alzheimer precoce apresentam sintomas de anosognosia e à medida que a demência avança os sintomas também avançam.
Imagem do "The New York Times"
A falta de consciência pode estar relacionada com a deterioração do lobo frontal, especialmente no lado direito, que desempenha um papel importante na resolução de problemas, planificação, compreensão do contexto, significado das experiências e nas interações sociais. Alguns estudos também apontam como causa a atrofia dos lobos temporais.
A parte direita do cérebro desempenha a função de detetar anomalias, novas informações, e incorporá-las na nossa consciência da realidade. Quando por exemplo um acidente vascular cerebral ou uma demência afeta a parte direita do cérebro, a parte esquerda mantém a continuidade do modelo mental do mundo intacto.
Como é que se deve lidar com um familiar com anosognosia? O que é que o cuidador pode fazer nessa situação? Ninguém aceita de bom grado, por exemplo, tomar um medicamento se estiver convencido que não está doente!
Algumas breves sugestões:
· Utilize abordagens positivas na comunicação: seja amável, gentil, compreensivo e encorajador;
· Faça uma programação das tarefas, cuidados pessoais e do tempo de inatividade;
· Peça ajuda de serviços especializados em saúde e estimulação cognitiva;
· Ajude a pessoa sempre que necessário nas atividades de vida diária ou atividades instrumentais de vida diária como por exemplo na higiene pessoal ou na gestão de dinheiro;
· Mantenha-se calmo, focado e positivo;
· Leia livros especializados sobre como lidar com essa situação clínica.
Fontes:
https://www.aplaceformom.com/blog/3-4-14-anosognosia-and-alzheimers/
https://newoldage.blogs.nytimes.com/2014/01/22/when-they-dont-know-they-are-ill/
abs
Carla
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